Reino da Herécia
O Reino da Herécia (em georgiano: ჰერეთის სამეფო; romaniz.: heretis samepo), também Reino de Xaqui[1], Reino da Albânia[2], Reino Gargar[3], foi um reino medieval existente na região do Cáucaso, próximo da Albânia. Seu território, atualmente, corresponde ao canto sudeste da Geórgia (região da Caquécia) e uma parte dos distritos do noroeste do Azerbaijão.[4] De acordo com relatos tradicionais, o nome da província era oriundo dos Heróis lendários patriarcais, como o filho de Tárgamo, que fundou a cidade de Herécia (mais tarde conhecido como Coranta) no Rio Alazani.[4] NomeNas fontes armênias e bizantinas, o reino de Xaqui é tradicionalmente apresentado como o "reino da Albânia", e nas fontes georgianas como o "reino dos Herécia". O pesquisador georgiano David Levan Muskhelishvili acredita que “os georgianos derivaram o nome deste reino em nome de seus vizinhos mais próximos, a antiga tribo albanesa dos Ers, e os árabes - em nome da capital, a cidade de Xaqui. Os armênios e bizantinos o chamavam assim porque surgiu no território do antigo reino albanês ".[5] Nas fontes árabes o reino é conhecido como o "reino de Xaca".[6] Junto com isso, David Levan Muskhelishvili observa que “ ... fontes georgianas às vezes também usam o termo Shaki, em vez do termo Hereti ”.[7] “Antes do século X, não encontramos nenhuma informação sobre o Principado de Eret em fontes georgianas ”.[8] Em “Ashkharatsuits” de Vardanes de Arevel, este reino albanês, que surgiu no antigo território de povoamento dos gargares, é denominado “Gargária”.[6] AntecedentesA área foi habitada em tempos mais antigos por Hers, Sujes, Tchilbes e Lebins. Coletivamente chamados de herécios, essas tribos caíram sob o domínio da Albânia.[4] O Reino de Herécia foi povoado por albaneses (não se deve confundir com os atuais albaneses da República da Albânia, no leste da Europa), caucasianos do Daguestão, armênios, persas e georgianos. Tinham prósperas cidades que mantinham comércio com a Pérsia e Armênia.[4] Com o seu declínio, a área foi gradualmente incorporada no Reino da Ibéria, formando um de seus ducados (saeristavo) no século V, e seus habitantes foram finalmente assimilados aos georgianos. Foi quando o nome "Herécia" apareceu pela primeira vez nas escritas georgianas. Como recompensa pela contribuição na luta contra os ocupantes árabes, a Ibéria deu Herécia à família nobre Bagrationi entre 740 e 750. Os senhores feudais herécios estenderam seus feudos e, em 787, estabeleceram um principado independente (Samtavro) com capital em Shaki. HistóriaSeu primeiro governante registrado, Sal Simbaciã, massacrou a família real albanesa caucasiana (Mirrânidas) em 822 e declarou-se "Xá de Arrã", bajulando o califado ao trair o zoroastriano Pabeco, o Curramita, ele foi reconhecido como o governante de Arrã. Mais tarde, Sal despertou a desconfiança árabe, foi preso e enviado para Bagdá; ele foi sucedido por seu filho Adanarses I e pelo neto, Gregório Hamã. O principado ganhou força e prestígio significativo em 893, permitindo ao príncipe Gregório Hamã ser coroado rei.[9] Alarmado com o crescente poder do reino da Herécia, Círico I (r. 892–918), o governante do principado vizinho da Caquécia, aliou-se com o rei Constantino III da Abecásia e, em 915, atacou o rei Adanarses II Patrício (r. 897–943). Os aliados ocuparam e dividiram o reino, mas por um curto período de tempo, já que Adanarses Patrício logo reconquistou o que havia sido perdido. Já sob o reinado de Iscanique (943-951), Herécia foi forçada a reconhecer a supremacia do vizinho mais forte, Principado de Dailã, governado pela dinastia salárida (Azerbaijão iraniano). Em 950, Iscanique aproveitou a amarga luta pelo poder na dinastia salárida, e deixou de pagar tributos ao principado vizinho, efetivamente restaurando a sua independência. De acordo com As Crônicas Georgianas, a rainha Dinar, durante o reinado de seu filho Iscanique, converteu Herécia à confissão Ortodoxa e abandonou a confissão Ortodoxa Oriental no século X.[4][10] O próximo governante herécio, João Senaquerim (951-959), adicionou ao reino o antigo reino albanês e o leste da atual Geórgia, uma área montanhosa conhecida como Tzanária. Após sua morte, Círico II tornou-se rei, governando até sua morte, em 976. A área, em seguida, foi disputada entre o seu sucessor, Davi (976-1010), e o rei georgiano Pancrácio III, que procurou reunir todas as terras georgianas em uma única monarquia. O próximo governante caquécio, já intitulado como o rei Círico III, o Grande (r. 1010–1037) finalmente absorveu Herécia em seu reino, na década de 1020. Quando o rei georgiano Davi, o Construtor trouxe o reino para o seu controle em 1104, Herécia tornou-se um ducado dentro do reino georgiano. O controle georgiano da Herécia foi interrompido pelo Império Corásmio, que mais tarde culminou no Ilcanato. A monarquia da Geórgia foi unificada em 1466, e Herécia passou aos domínios da coroa novamente. Posteriormente, o nome do próprio antigo reino desapareceu gradualmente a partir dos registros históricos e uso público, em parte devido às regras safávidas, afexáridas e otomanas.[4][11] Governantes de Herécia
Galeria
Ver tambémReferências
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