Reconstrução (álbum)
Reconstrução é o quinto álbum de estúdio do cantor e compositor brasileiro Tiago Iorc, lançado no dia 5 de maio de 2019 pela Iorc Produções, sob distribuição da Universal Music.[1] O álbum é o primeiro material em estúdio desde Troco Likes (2015) e o primeiro lançamento desde o hiato que o cantor se submeteu em 2018. Além disso, é um projeto visual; isto é, cada canção possui seu próprio vídeo musical, sendo dirigido pelo cantor com fotografia de Rafael Trindade. Antecedentes e lançamentoCom o lançamento do quarto álbum de estúdio Troco Likes e de seu respectivo segundo single "Amei Te Ver", lançados em 2015, Iorc obteve seus primeiros trabalhos com atenção midiática e popular. Neste período, a rotina de divulgação e shows aumentaram consideravelmente, além da exposição pessoal com controvérsias sobre seus relacionamentos amorosos. Em 7 de janeiro de 2018, o cantor anuncia via Instagram que daria uma pausa na carreira artística e nas redes sociais para descansar, sem indicar quando retornaria. No texto, ele revelou que queria dar um tempo na "vida instagrâmica que nos consome e me permitir viver sem calcular tanto".[2] Após 1 mês da postagem, o empresário do artista, Felipe Simas, anunciou que não havia nada programado para o ano todo. O jornal Extra também afirmou que Iorc havia deixado o Brasil e estava numa espécie de exílio em Los Angeles, nos Estados Unidos. Até então, seus únicos registros públicos eram em fotos publicadas por amigos.[3] Posteriormente, foram especulados outros locais em que o artista poderia estar vivendo, tornando seu paradeiro um mistério. Em agosto de 2018, o site Notícias da TV apontou que Iorc poderia ter desistido da carreira artística. Felipe Simas voltou a afirmar que não havia nenhum show programado, nem previsão de músicas novas ou quando ele iria voltar. A gravadora SLAP informou que Iorc ainda permanecia como contratado, mas sem dar mais informações sobre o futuro profissional do artista.[4] O sumiço de Iorc continuou tomando a atenção dos veículos de comunicação, quando completou 1 ano de sua mensagem de despedida. O empresário do artista seguia sem novas informações sobre o paradeiro ou novidade sobre a carreira do artista.[5][6] O jornal Extra chegou a relatar que Iorc manteve contato com parceiros musicais como a cantora Sandy e Mateus Asato, que chegaram a declarar que o artista estava "ótimo", no entanto estava sem registros públicos.[7] O álbum Reconstrução foi liberado sem aviso prévio nas plataformas digitais no dia 5 de maio de 2019 através de um selo independente, a Iorc Produções, com distribuição pela Universal Music.[8] As 13 faixas são todas acompanhadas por vídeos musicais liberados no YouTube, que juntas formam um filme.[9][10][11][12][13] O jornal O Globo apurou que a Universal Music não sabia que ele iria realizar o lançamento, sem ter nenhum planejamento de divulgação, e que o artista não irá se pronunciar sobre o novo projeto.[14] O lançamento surpresa foi comparado com a cantora americana Beyoncé, que lançou seu álbum autointitulado em 2013 com a mesma estratégia de Iorc, sob gravadora independente e entregue somente após a finalização e no dia de sua distribuição.[8][15] ComposiçãoReconstrução é todo composto por Tiago Iorc, com apoio de Roberto Pollo, Duca Leindecker e María Elena Morán em 4 faixas, com produção de Pollo e Mario Caldato Jr.. Alguns dos nomes já estavam com Iorc em trabalhos anteriores. Conforme notou a crítica especializada, o álbum fala de amor e temas densos e introspectivos, que podem estar relacionados ao período de exílio em que o cantor se submeteu.[16][17][18] A forma com que o artista dispõe os temas no material foi atrelada a sua liberdade artística, uma vez que este é seu primeiro álbum como artista independente.[8] Em "Desconstrução", primeira faixa do disco, Iorc faz referência à canção "Construção" (1971), de Chico Buarque, em que cada verso encerra numa palavra proparoxítona, aqui encerrando cada verso numa palavra oxítona.[14][16] A canção aborda depressão e a superficialidade da vida nas redes sociais.[18] O jornalista Mauro Ferreira nota a construção da faixa sob a personalidade da modelo Michele Alves, que contracena com o artista nos vídeos que acompanham o álbum.[17] Numa sequência de quatro faixas — "Deitada Nessa Cama", "Fuzuê", "Faz" e "Tangerina" — Iorc fala de sexo, sendo que em um dos vídeos o artista contracena nu embaixo de um chuveiro com a modelo.[17][16] Pedro Antunes nota os comentários na faixa "Tangerina", em que internautas apontam que um dos versos gera metáforas sobre sexo oral.[16] As duas faixas finais, "Bilhetes" e "Sei" são as que são definidas como a chave do álbum, para Mauro Ferreira, "canções fundamentais que dão a senha para a abertura da alma do artista", quando em "Bilhetes" os seus versos "sugerem a tempestade que pode ter desabado sobre o cantor".[17] No entanto, após a segunda aparição surpresa do artista – no MTV Millennial Awards 2019 –, o jornalista passou a questionar esta análise por perceber que o artista está usando a sua imagem misteriosa como marketing por uma "razão meramente mercadológica para isolar a figura do artista".[19] Com o lançamento do filme Turma da Mônica: Laços, foi revelado que a canção "Laços" foi escrita especialmente para a trilha a convite do diretor do longa, Daniel Rezende, enviando o convite ao cantor enquanto estava em seu autoexílio. Ele queria um artista que fosse autoral e popular e que Iorc "transitava entre os dois mundos": "Nós queríamos que essa música fosse linda e emocionante. Não podia ser só infantil ou alegre, ela precisava tocar o coração das pessoas". Definida como uma canção de melodia tranquila e letra poética, "Laços" aparece numa cena do filme que, de acordo com o jornal Extra, ressalta o poder da amizade entre os personagens da Turma da Mônica.[20] A parte visual do disco tem direção e roteiro assinados por Iorc. Também são creditados como roteiristas Rafael Trindade (diretor de fotografia) e María Elena Morán. O filme foi dividido em 13 vídeos musicais, onde o artista contracena com a modelo brasileira Michele Alves — que é a personagem principal de alguns dos vídeos.[21] Juntos, os vídeos formam uma narrativa linear com início, meio e fim, observado por Luccas Oliveira de O Globo, "[...]à primeira vista, sobre a construção de um relacionamento entre os personagens."[18]
RecepçãoCrítica profissional
Mauro Ferreira, em seu blog no G1, deu 4 de 5 estrelas para o disco e notou a evolução de Iorc, sobretudo como compositor, "sem romper radicalmente com a persona artística construída em discografia iniciada em 2008 em língua inglesa". Ele cita as duas faixas finais do disco, "Bilhetes" e "Sei", como suporte para quem acompanha Iorc desde sua fase pop, iniciada em Troco Likes, citando que "Iorc deixa o suprassumo do álbum Reconstrução para o fim". O álbum é definido como conceitual e mais consistente do que o disco anterior, "mas ainda sendo puxado para trás, como se ainda estivesse acorrentado aos grilhões de um sucesso que pode aprisionar".[17] Pedro Antunes, para a Rolling Stone Brasil, relembra a carta que Iorc escreveu antes de seu hiato e afirma que Reconstrução "não é o Tiago Iorc de Troco Likes", mas sim o que sobrou do artista. Ele cita que o material é "denso [...], sentimentalmente pesado, reflexivo e, ao mesmo tempo, maduro".[16] Ao avaliar os vídeos musicais do disco, Luccas Oliveira destaca a atuação de Michele Alves e sua "dramaticidade carregada no olhar e nas expressões a partir dos versos cantados", elogiando o vídeo de "Tangerina" ("especialmente surpreendente") onde aparece apenas a boca da modelo "adornada com um batom que remete à fruta-título".[18] O disco foi eleito um dos 25 melhores álbuns brasileiros do primeiro semestre de 2019 pela Associação Paulista de Críticos de Arte.[22] Desempenho comercialReconstrução bateu recordes nas principais plataformas de streaming no dia seguinte de seu lançamento. O material visual publicado no YouTube acumulava 12,3 milhões de reproduções até as 16h de segunda-feira, em reportagem de O Globo, com "Desconstrução" tendo liderado a tabela de vídeos mais assistidos no Brasil durante todo o domingo com 2,5 milhões de visualizações acumuladas.[23] No Spotify, todas as 13 faixas do disco entraram na listagem das 50 mais ouvidas computadas para o dia 5 de maio, emplacando "Desconstrução" (no número 2), "Hoje Lembrei do Teu Amor" (no número 3) e "Deitada Nessa Cama" (no número 8) entre as dez mais ouvidas.[23][24] De acordo com a Universal Music, Iorc bateu o recorde na plataforma como o artista que emplacou mais músicas em menos tempo na parada brasileira.[25] Na Deezer, as reproduções de Iorc aumentaram em 15 vezes, também repetindo o feito de colocar todas as faixas do disco entre as 100 mais ouvidas na plataforma.[23] Prêmios e indicações
Singles e divulgaçãoNo dia seguinte após o lançamento de Reconstrução, em 6 de maio de 2019, a canção "Hoje Lembrei do Teu Amor" foi enviada para as rádios brasileiras servindo como primeiro single do disco.[27] Em 4 de julho, a canção "Laços" recebeu um novo vídeo servindo para a trilha sonora do filme Turma da Música: Laços, este que contém imagens do longa.[28][29] Em 15 de maio, a MTV brasileira confirma para a imprensa o retorno do projeto Acústico MTV com seu primeiro show realizado com Tiago Iorc, o primeiro realizado desde o hiato do cantor.[30] A gravação foi marcada para o dia 30 de maio, no estúdio Quantas em São Paulo, com presença de 250 convidados entre colaboradores das empresas envolvidas, parceiros de mercado, publicitários, influenciadores e jornalistas e transmissão agendada para setembro de 2019.[31][32][33] Iorc cantou todas as faixas de Reconstrução na gravação e contou com participação da cantora compatriota Duda Beat e do cantor uruguaio Jorge Drexler, respectivamente, nas canções "Tangerina" e "Me Tira pra Dançar".[34][35][36] A primeira apresentação ao vivo de Iorc ocorreu de surpresa durante a gravação dos MTV Millennial Awards, na noite do dia 3 de julho de 2019 em São Paulo. A apresentação foi anunciada no começo do evento por seus apresentadores, sem especificar quem seria, quando em dado momento o artista surge cantando a faixa "Desconstrução" em versão acústica, acompanhado somente de um violão.[37][38] Lista de faixasTodas as faixas tem produção de Roberto Pollo e Mario Caldato Jr.
Certificações
CréditosTodo o processo de elaboração de Reconstrução atribui os seguintes créditos:
Referências
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