Recluzia é um gênero de moluscos gastrópodes, marinhos e pelágicos[2], holoplanctônicos e pleustônicos, pertencente à família Epitoniidae da ordem Caenogastropoda[1]; no passado fazendo parte de obsoleta família Janthinidae.[2][3] Foi classificado por Petit de la Saussaye, em 1853, e sua espécie-tipo, Recluzia lutea, fora descrita por Bennett, como Janthina lutea (no gênero Janthina Röding, 1798; depois nomeada, em inglês, recluzia snail -sing.), no ano de 1840.[1][3][4]
Descrição da concha
Suas conchas leves, flutuantes, alongadas a globosas e bastante frágeis, não apresentam opérculo e são comumente castanhas e com espiral destacada e suturas (junção entre as voltas) com cavidades aprofundadas, também podem ter a concha fina e transparente, com o lado inferior branco e as partes superiores marrom-azuladas. Possuem a abertura arredondada e lábio externo fino e quebradiço.[2][5][6][7][8][9]
Descrição do animal, habitat e hábitos
Os moluscos do gênero Recluzia não possuem visão[3] e não podem viver desconectados de seus flutuadores; fixos por seus pés[7] e com a abertura da concha para cima, estando à mercê de ventos e correntes marinhas, na superfície das ondas, para o seu deslocamento, passando sua vida na zona epipelágica ou nêuston (superfície dos oceanos) de mares tropicais, se alimentando de cnidários Minyadidae flutuantes.[10][11] Tais flutuadores são constituídos por uma bolsa de bolhas de ar formadas por muco endurecido e secretado pelo animal. Tais bolsas também contém seus ovos, mantidos em cápsulas presas à parte inferior do flutuador das fêmeas e liberados como larvas que nadam livremente. Os indivíduos são protândricos; iniciam suas vidas como machos e posteriormente se tornam fêmeas.[2][12][13] Quando são alvo de predação eles podem soltar uma substância de coloração arroxeada para a sua defesa.[6][14] Podem ser depositadas em praias, ainda vivos.[4]
Espécies de Recluzia
- Recluzia johnii (Holten, 1802)
- Recluzia lutea (Bennett, 1840)[1]
Ligações externas
Referências
- ↑ a b c d e f g «Recluzia Petit de la Saussaye, 1853» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020
- ↑ a b c d RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 101-102. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
- ↑ a b c ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 70. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
- ↑ a b «Recluzia lutea (Bennett, 1840) recluzia snail» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020
- ↑ «JANTHINIDAE». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020
- ↑ a b FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 116-117. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X
- ↑ a b c LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 49. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3
- ↑ «Recluzia hargravesi Cox, 1870 (= Recluzia johnii)» (em inglês). Seashells of New South Wales. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020
- ↑ «Recluzia johnii» (em inglês). Mollusca of the North Sea. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020
- ↑ Beu, A.G. (2017). «Evolution of Janthina and Recluzia» (PDF) (em inglês). Records of the Australian Museum. 69(3). 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020.
The two Recluzia species, R. johnii (Holten) and R. lutea (Bennett), feed on floating Minyadidae anemones.
- ↑ OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 58. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9
- ↑ «Family Janthinidae - Violet snails» (em inglês). Seashells of NSW. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020
- ↑ «Janthinidae» (em inglês). Merriam-Webster. 1 páginas. Consultado em 4 de novembro de 2020.
Definition of Janthinidaeː a family of marine snails (suborder Taenioglossa) comprising the violet snails and floating at the surface by means of a raft of air bubbles enclosed in hardened mucus secreted by the foot.
- ↑ ABBOTT, R. Tucker; MORRIS, Percy A. (1995). A Field Guide to Shells. Atlantic and Gulf Coasts and the West Indies (em inglês) 4 ed. Boston - New York: Houghton Mifflin Company - Google Books. p. 175. 350 páginas. ISBN 0-618-16439-1. Consultado em 14 de dezembro de 2020