Professores (Coronel Fabriciano)

Bairro dos Professores
  Bairro do Brasil  
Vista do bairro a partir da Avenida Julita Pires Bretas
Vista do bairro a partir da Avenida Julita Pires Bretas
Vista do bairro a partir da Avenida Julita Pires Bretas
Localização
Coordenadas
Unidade federativa  Minas Gerais
Zona Setor 1
Distrito Sede
Município Coronel Fabriciano
História
Criado em 1973 (51 anos)
Características geográficas
Área total 0,1 km²
População total (2010) 887 hab.
Densidade 7 094,47 hab./km²
Outras informações
Domicílios 340
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)[1]

Professores é um bairro do município brasileiro de Coronel Fabriciano, no interior do estado de Minas Gerais. Localiza-se no distrito-sede, estando situado no Setor 1.[2] De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 era de 887 habitantes, cujo valor representava 0,9% do total do município e estava distribuído em uma área de 0,1 km².

O bairro foi criado pela Associação Padres do Trabalho em 1973, com a intenção de amenizar o impacto da instalação do Unileste. Dessa forma, era inicialmente um conjunto habitacional destinado aos professores e funcionários da universidade, o que justifica o nome recebido; o Universitário, por sua vez, foi remetido aos estudantes. Vizinho ao Centro de Fabriciano, é onde está localizado o Estádio Louis Ensch e a sede dos Escoteiros na cidade.

História

Aspecto do bairro visto da Rua Ari Barros

O crescimento populacional observado na atual Região Metropolitana do Vale do Aço, em função da instalação das grandes indústrias entre as décadas de 1930 e 50, implicou a criação do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste), primeiro grande complexo educacional da região, no final dos anos 1960. Poucos anos mais tarde, a Associação Padres do Trabalho, responsável pela fundação do Unileste, encarregou-se também da construção dos bairros Universitário, visando a servir de moradia aos estudantes, e Professores, conjunto de moradias elitizado criado a fim de abrigar os professores e funcionários da instituição em Coronel Fabriciano.[3] Isso justifica o nome recebido.[4]

A construção dos conjuntos habitacionais teve como objetivo amenizar o impacto da instalação da universidade em Coronel Fabriciano.[5] O bairro dos Professores foi oficialmente criado em 1973 e as casas começaram a ser entregues em julho do mesmo ano, com a pavimentação já concluída,[6] tendo como primeiro habitante a professora Ademir Castro.[3] O projeto original possuía cinco quadras com 16 casas cada uma, em área limítrofe ao Centro de Fabriciano. A maioria das residências construídas eram geminadas, com dois quartos, três banheiros (um deles social)­, duas salas, cozinha, garagem e quintal cada habitação. Basicamente a parte social se restringia ao térreo, enquanto que os dormitórios estavam no segundo piso.[5]

Com o passar do tempo novas vias surgiram nas terras disponíveis vizinhas ao núcleo original e foram incorporadas ao bairro, como a Avenida Sanitária (atual Avenida Julita Pires Bretas) às margens do ribeirão Caladão.[5][7] O logradouro foi criado com a canalização em gabiões desse trecho do ribeirão, que tinha a intenção de minimizar as enchentes entre as décadas de 1970 e 80.[8] Com isso, abriu-se espaço para a realização de loteamentos de grande porte, onde também foram construídos os primeiros prédios, na década de 80.[5][7] Boa parte das casas do conjunto sofreram reformas posteriormente, sendo que quase todas as fachadas já haviam passado por transformações até o final dos anos 1980.[6] Tornou-se um bairro residencial valorizado devido à mera proximidade do Centro de Fabriciano e ao acesso a serviços urbanos e lazer.[9] Em 2016, a Avenida Julita Pires Bretas recebeu a revitalização de seu calçadão e reformas em sua contenção.[10]

Geografia e demografia

Ribeirão Caladão entre os bairros Professores e Bom Jesus

O bairro dos Professores possui área total de 0,1 km², limitando-se com os bairros Giovannini (a norte), Centro (a oeste), Santa Helena (a sul) e Bom Jesus (a leste).[1] Está implantado sobre uma declive com o ribeirão Caladão marcando um de seus limites. A Avenida Julita Pires Bretas margeia o curso hidrográfico,[5] que corta a zona urbana de Fabriciano e recebe sujeira e poluição originada de residências e pequenas indústrias, oficinas ou matadouros de suas margens.[11]

Em 2010, a população do bairro foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 887 habitantes;[1] sendo comparável às duas cidades menos populosas do Brasil; Borá (SP) e Serra da Saudade (MG).[12] Dentre os bairros que Fabriciano se subdivide, o núcleo habitacional ocupava a 35ª posição entre os populosos, englobando 0,9% da população municipal e 1,9% da população do distrito-sede, sendo a densidade demográfica de 7 094,47 habitantes por quilômetro quadrado.[1] Do total de habitantes, 419 eram homens (47,2% do total) e 468 mulheres (52,8%), sendo a razão de sexo de 89,53. Dentre os homens, a faixa etária predominante era a de pessoas que tinham entre 20 e 24 anos, que envolviam 4,85% do total. Entre as mulheres predominavam pessoas que tinham de 50 a 54 de idade, também reunindo 4,85% do total da população do sexo feminino.[1]

Também segundo o IBGE, no ano de 2010 havia no total 340 domicílios.[1] O bairro é valorizado pelo setor imobiliário, uma vez que há predomínio de residências ao mesmo tempo de se estar localizado ao lado do Centro de Fabriciano, um dos principais núcleos comerciais da região.[9] Encontra-se abrangido pela atuação pastoral católica da Comunidade e Paróquia São Sebastião, que representa a cossede da Diocese de Itabira-Fabriciano, e recebe algumas das atividades e eventos da divisão.[13][14]

Infraestrutura e lazer

Fachada da Escola Municipal Boa Vista (prédio da antiga Escola Estadual Doutor Querubino)

Um ponto de referência é o prédio da antiga Escola Estadual Doutor Querubino, que está localizado na Rua Ephrem Macedo. A instituição de ensino foi criada inicialmente no bairro Nossa Senhora do Carmo em 15 de fevereiro de 1968 e, após sucessivas trocas provisórias de sede, foi implantada em seu atual prédio próprio em 1983, sob intermédio do ex-prefeito Mariano Pires Pontes.[15] Contudo, a instituição foi fechada e seu prédio passou a sediar a Escola Municipal Boa Vista em 2020, com turmas do ensino fundamental.[16] O serviço de abastecimento de água é feito pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), enquanto que o abastecimento de energia elétrica é de responsabilidade da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), sendo que 100% da população possui acesso à rede elétrica.[13]

O Trevo Pastor Pimentel, que é o entroncamento entre as avenidas Magalhães Pinto e Tancredo Neves, também divide o núcleo habitacional e o Centro de Fabriciano do bairro Giovannini e do distrito Senador Melo Viana.[13] No interior do bairro não transitam ônibus do transporte público, exceto na Avenida Julita Pires Bretas, por onde passam algumas linhas, porém o núcleo residencial está a poucos metros das ruas onde os ônibus urbanos e interurbanos circulam no Centro da cidade e na Avenida Tancredo Neves.[17]

Outro marco do bairro é o Estádio Louis Ensch, que foi inaugurado em 1950 e é a casa do principal clube de futebol de Fabriciano, o Social Futebol Clube.[18][19] O estádio é palco de partidas importantes dos campeonatos amadores locais ou mesmo de jogos oficiais de algumas das categorias do Campeonato Mineiro de Futebol.[13] No bairro dos Professores também se encontra a sede do 27º Grupo Escoteiro Tapajós, situada na Rua Amazonas,[20] que funciona desde 1963 e oferece às crianças e jovens diversas atividades ligadas ao ramo do Escotismo.[21] Na Avenida Julita Pires Bretas, à margem do ribeirão Caladão, há um calçadão que é frequentemente utilizado para caminhadas.[22][23]

Também se destacam as atividades de lazer voltadas à população, que, muitas vezes, são organizadas pela Paróquia São Sebastião ou nas escolas. Até a década de 90, o percurso do tapete de Corpus Christi da paróquia começava na Igreja Matriz de São Sebastião e direcionava-se até a Rua Pedro Nolasco, voltando então ao templo, sendo transferido para as ruas dos bairros Santa Helena e Professores após a conclusão da Catedral.[24] O grupo de escoteiros realiza, em sua sede, algumas atividades abertas à população.[25] Outra forma de lazer presente no bairro são as brincadeiras de crianças nas ruas e as conversas de moradores nas calçadas, embora o aumento da criminalidade e a mudança de hábitos dos moradores, com a popularização dos televisores, videogames e computadores nas casas, acompanhando uma tendência das cidades brasileiras, tenha reduzido essas formas de interação desde meados da década de 2000.[5]

Casas e prédios residenciais na Rua Dionísio Garcia
Villefort Atacadista
Sede do 27º Grupo Escoteiro Tapajós

Ver também

Referências

  1. a b c d e f Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (16 de novembro de 2011). «Sinopse dos dados - Setor: 311940105000017 - dos Professores». Consultado em 9 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 9 de fevereiro de 2012 
  2. Assessoria de Comunicação (3 de julho de 2009). «População/Setores». Prefeitura. Consultado em 7 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 19 de janeiro de 2012 
  3. a b Leonardo Gomes (janeiro de 2012). «Grande Guia dos Bairros de Coronel Fabriciano». Revista Nosso Vale (15). 4 páginas. Consultado em 2 de outubro de 2014. Arquivado do original em 22 de março de 2014 
  4. Jornal Nosso Vale (23 de junho de 2010). «Bairro Universitário no coração do Caladinho». Consultado em 5 de setembro de 2011. Cópia arquivada em 8 de fevereiro de 2012 
  5. a b c d e f Santos 2015, p. 7–10
  6. a b Santos 2015, p. 28–29
  7. a b Santos 2015, p. 33
  8. «Caladão: drenagem comprometida». Jornal Diário da Manhã (2728). 1 páginas. 27 de setembro de 1979. Consultado em 20 de outubro de 2019. Cópia arquivada em 20 de outubro de 2019 
  9. a b Jornal Diário do Aço (12 de outubro de 2011). «Imóveis registram 100% de valorização em 5 anos». Consultado em 2 de outubro de 2014. Arquivado do original em 24 de novembro de 2011 
  10. Geraldo Felix (11 de junho de 2016). «Parque Linear tem 48% de suas obras concluídas, segundo prefeitura». Conteúdo Mineiro. Consultado em 23 de novembro de 2016. Cópia arquivada em 23 de novembro de 2016 
  11. Assessoria de Comunicação (19 de outubro de 2009). «Expedição traça um retrato do Ribeirão Caladão». Prefeitura. Consultado em 8 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 8 de fevereiro de 2012 
  12. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). «Censo 2010 - Minas Gerais» (PDF). Consultado em 9 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada (PDF) em 6 de setembro de 2012 
  13. a b c d Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico (Sedetur) (28 de julho de 2009). «Inventário turístico 2009». Prefeitura. Consultado em 9 de agosto de 2013. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  14. Paróquia São Sebastião (abril de 2014). «Nossas comunidades». Boletim Informativo Redentor do Vale (33). 1 páginas. Consultado em 2 de outubro de 2014 
  15. Sá, Ivone Rosa Ferreira de (julho de 2013). «Projeto político pedagógico: uma ferramenta da gestão democrática». Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escola de Gestores da Educação Básica: 32–33. Consultado em 20 de outubro de 2019. Cópia arquivada em 23 de outubro de 2019 
  16. Prefeitura (4 de fevereiro de 2020). «Escola Boa Vista muda de endereço e adia o início das aulas». Consultado em 30 de novembro de 2023. Cópia arquivada em 30 de novembro de 2023 
  17. Autotrans. «Horário e Itinerário». Consultado em 2 de outubro de 2014 
  18. Virgilio Amaral da Cunha Junior (9 de outubro de 2013). «Saci: A lenda que se fez história» (PDF). Universidade Federal de Viçosa (UFV). p. 23. Consultado em 30 de setembro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 6 de outubro de 2014 
  19. Social Futebol Clube. «O estádio». Consultado em 30 de setembro de 2014. Arquivado do original em 31 de março de 2007 
  20. Escoteiros do Brasil. «Grupo de Escoteiros Tapajós - 27/MG». Consultado em 17 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 17 de fevereiro de 2012 
  21. Jornal Vale do Aço (27 de agosto de 2009). «Mais escoteiros, melhores cidadãos!». Consultado em 17 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 17 de fevereiro de 2012 
  22. Assessoria de Comunicação (12 de janeiro de 2012). «Defesa Civil interdita parte da avenida Julita Pires Bretas». Prefeitura. Consultado em 8 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 6 de outubro de 2014 
  23. Jornal Vale do Aço (11 de janeiro de 2013). «Segunda fase do Parque Linear deve ser atacada em 6». Consultado em 17 de setembro de 2013. Arquivado do original em 17 de setembro de 2013 
  24. Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC) (dezembro de 2013). «Bens inventariados no município de Coronel Fabriciano» (PDF). Prefeitura. 1: 100–102. Consultado em 2 de outubro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 24 de setembro de 2014 
  25. 27º Grupo de Escoteiros Tapajós (2012). «Calendário Local de 2012». Consultado em 17 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 17 de fevereiro de 2012 

Bibliografia

Ligações externas