Previsão numérica do tempoA previsão numérica do tempo usa o estado instantâneo da atmosfera como dados de entrada para modelos matemáticos da atmosfera, com o objetivo de efetuar a previsão do estado do tempo. Apesar de os primeiros esforços para conseguir prever o tempo terem sido feitos na década de 1920, foi apenas com o advento dos computadores que foi possível realizá-lo de forma rápida e prática. Um conjunto de modelos de previsão, quer à escala global quer à escala regional, são executados para criar previsões do tempo nacionais. O uso de previsões com modelos semelhantes ("model ensembles") ajuda a definir a incerteza da previsão e estender a previsão do tempo bastante mais no futuro, o que não seria possível conseguir de outra forma. Descrição geralA execução de modelos numéricos de previsão pretende responder à seguinte questão: "Dada um determinado estado (instantâneo) da atmosfera como ponto de partida, qual será o estado da atmosfera após aquele instante inicial?" Para isso, é necessário fornecer:
Face às condições iniciais que alimentam o modelo matemático implementado num sistema de previsão numérica, a informação de saída é o conjunto de grandezas físicas para determinados instantes. A informação de saída pode ser formatada de forma a ser compreensível e interpretável por especialistas, normalmente sob a forma gráfica de cartas meteorológicas ou diagramas que descrevem a distribuição dessas grandezas (por exemplo, tefigramas). Dependendo do tipo de previsão pretendido, podem executar-se computações:
HistóriaAté o final do século XIX a previsão do tempo era totalmente subjetiva e baseado em regras empíricas.Em 1901, Cleveland Abbe, fundador da agência climática dos EUA, propôs que a atmosfera era regida pelos mesmos princípios da termodinâmica e hidrodinâmica que foram estudados no século anterior.[1] Em 1904, Vilhelm Bjerknes criou um procedimento de duas etapas para o modelo base de previsão do tempo. Primeiro, uma etapa de diagnóstico é usada para processar dados para gerar condições iniciais,que são avançados no tempo por uma etapa de prognóstico que resolve o problema de valor inicial.[2] Bjerknes também identificou sete variáveis que definiu o estado da atmosfera num determinado ponto:pressão, temperatura, densidade, umidade, e os três componentes do vetor velocidade. Bjerknes salientou que as equações com base na continuidade de massa, conservação do momento, e segundo as primeiras leis da termodinâmica e a lei do gás ideal podem ser usadas para estimar numericamente o estado da atmosfera no futuro.[3] Essas equações formam a base das equações primitivas usadas nos modelos atuais de previsão do tempo.[4] Em 1922, Lewis Fry Richardson publicou a primeira tentativa de previsão numérica do tempo. Usando uma variação hidrostática das equações primitivas de Bjerknes,[2] Richardson produziu, à mão, uma previsão de 6 horas para o estado da atmosfera ao longo de dois pontos da Europa Central.[3] Sua previsão calculou que a mudança na pressão da superfície seria de 145 millibars, um valor irrealista que estava incorreto por duas ordens de magnitude. O grande erro foi causado por um desequilíbrio na pressão e campos de velocidade do vento utilizados como as condições iniciais em sua análise.[2] Veja tambémReferências
Ligações externas
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