Ponte (Vila Verde)
Ponte é uma freguesia portuguesa do município de Vila Verde, com 3,22 km² de área[1] e 452 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 140,4 hab./km². DemografiaA população registada nos censos foi:[2]
HistóriaA freguesia de Ponte São Vicente tem um passado de 3000 anos difícil de resumir em poucas linhas, nasceu por volta de 900 anos A.C,[5] quando se iniciou a construção da citânia de São Julião. Essa citânia pouco depois da conquista romana foi chefiada por Malceino (cuja estátua foi encontrada por acaso, nos anos 80 do século passado, na construção dum caminho). Nessa época a parte baixa da atual freguesia começou a ser ocupada por pelo menos uma quinta (villae romana).[6] No período suevo Séc. VI, a citânia transformou-se em paroquia provavelmente com o nome de Senequino[7] com a construção duma Igreja. Em baixo, a volta da antiga quinta, outras pequenas propriedades nascem pela mão do invasor suevo, transformando-se depois em lugares de Germel e Serém.[8] Em antes de 1089 data do Censual de entre Lima e Ave (censo das paróquias da diocese de Braga, mandado ser feito por D. Pedro, primeiro bispo de Braga depois da reconquista), o lugar da Vila com as duas propriedades periféricas, transformam-se também em paroquia chamada, São Vicente das Ribas do Homem e a citânia chama-se então Santo Adriano do Monte, essa última paróquia desaparece depois no tempo de D. Sancho I[9] juntando-se a paroquia de São Vicente como, lugar de Crasto. Depois da reconquista, um dos primeiros senhores conhecidos de São Vicente é D. Egas Gomes Pais de Penegate, terá nascido por volta de 1060, e é depois da batalha de Pedroso que ele passa a ser Tenente do que virá a ser o julgado de Bouro, ele é dono da quinta do Lameiro em S. Vicente das Ribas do Homem, quinta que ele dá a sua filha D. Froille Viegas em dote do seu casamento (de conveniência), com D. Fafe Lux de Lanhoso, alferes do Conde de Portugal, D. Henrique de Borgonha (levou em herdança também entre outras as terras de Rendufe, Bouro, Vila Verde, Loureira).[10] Eles certamente viveram no Paço de Lanhoso (aldeia dos arredores da Povoa de Lanhoso), e foi aí que nasceu D. Egas Fafias, sendo o segundo filho da família ele herdou só a herdança da mãe e não as terras limítrofes paternais de Lanhoso, por isso depois do seu casamento com D. Urraca Mendes de Souza veio viver para a Quinta do Lameiro e tornou-se o primeiro Senhor do Lameiro (embora a família nunca se chamou Lameiro, pelo lado pejorativo da palavra, más Lanhoso, Teixeira e depois um ramo chamou-se Sequeiros).[10] Gonçalo Viegas, o mais novo dos filhos de Egas Fafias,[10] torne-se um homem de confiança de D. Afonso Henriques e será, em 1171 alcaide de Lisboa (comandante militar da praça de Lisboa), depois em 1173 Fronteiro (governador militar) da Estremadura[11] e mordomo da infanta D. Teresa[12] em Março de 1175. Enfim entre 1175-1176, ele é nomeado primeiro grão mestre da Ordem de São Bento de Avis,[13] inicialmente chamada milícia de Évora, com o objetivo de defender Évora dos Mouros. Ele morre em combate em 18 de Julho de 1195[14] na batalha de Alarcos (Espanha) contra esses mesmos Mouros. No entanto apesar da sua morte, a quinta do Lameiro de Egas Fafias, honrada por D. Afonso I, ficou ainda durante alguns séculos ligada intimamente a ordem de Avis, porque de pelo menos de 1187 (citada na bula papal, Quoties a nobis petítur, de Gregório VIII[15]) até a incorporação dos bens das ordens militares aos bens do estado, em 1834, e a extinção das respetivas comendas,[16][17] o lugar do Lameiro, será a sede da mais antiga comenda da Ordem Militar de Avis, morada dos Comendadores que geriram as terras doadas à Ordem no norte de Portugal (a norte do Douro). Embora essa comenda chamava-se Comenda de Oriz ela estava “hospedada” no Paço de Egas Fafias para depois ocupar umas construções novas anexas, hoje em ruína Foi com ajuda dos Fafias que uma nova Igreja é construída por volta de 1150 dedicada sempre a S. Vicente, más também a Nossa Senhora da Conceição (daí essa velha ladainha "Entre São Pedro Fins e São Julião está a imagem da Nossa Sra da Conceição"), e é essa Igreja que fica com a propriedade duma parte da antiga quinta romana facto confirmado em 1220 pelas Inquirições de D. Afonso II que indiquem também que a freguesia de São Vicente de Coucieiro, faz parte do julgado de Bouro, terras dos Fafias.[18] Em 1258 nas inquirições de Afonso III a freguesia chamada só de São Vicente já faz parte do julgado de Regalados, e o Senhor de Crasto (antiga paroquia se Santo Adriano) é Pelágio Aires.[19] Foi também nessa altura que foi construída a ponte de Rodas sobre o rio Homem, facto que deve ser ligado a importância da Comenda de Avis, a única a norte do país. Também um pouco em antes de 1258, o bisneto de Egas Fafias, Estêvão Hermigues Teixeira, saia do lugar do Lameiro para viver numa casa comprada no lugar de Pitães, Caldelas (Amares),[20] em antes de construir um novo paço em São Vicente no lugar hoje homónimo. Este novo paço, é abandonado pouco depois, pelo seu filho mais novo, Rodrigo de Sequeiros, que herdou a quinta do Lameiro que ele rebatizou de Sequeiros, más que casou para Valença[10] (a quinta incluía parte de São Vicente, e quase toda a freguesia de Sequeiros, menos o lugar de Ramalha (ver inquirição de Sequeiros de 1258), e certamente grande parte de Oriz). Em 1513 é concedido por D. Manuel I um foral ao julgado de Regalados. Pelas inquirições de 1758, sabemos que a freguesia de São Vicente de Regalados é povoada por 379 pessoas em 93 casas repartidas por 21 lugares, freguesia rural ela tem 4 azenhas e 2 lagares de tração animal.[21] Em Abril de 1842, a freguesia de São Vicente de Regalados, passa a chamar-se São Vicente da Ponte de Caldelas.[22] Com a reforma liberal, por volta de 1844 as terras da Igreja de São Vicente são vendidas assim como a residência do padre da freguesia que ficava no meio das terras. Uma nova residência mais simples sem anexos (palheiro, sequeira, cortes, loja...) é construída no mesmo lugar da Igreja, e o monte maninho fica na posse do município e é aforado por 600 reis por ano, aos moradores de São Vicente.[23] Nessa altura também os lugares do Assento, das Azenhas, do Cão e de Trobiscosa são extintos. Em 1855, por decreto de 24 de outubro, é a vez do próprio concelho de Regalados de ser extinto, para formar o novo concelho de Vila Verde. Em 1889 nova mudança de nome, para ficar com o nome mais curto de São Vicente da Ponte.[22] Em 1900 é consagrada a nova Igreja de São Vicente depois da velha Igreja medieval ter ardida. Por volta de 1930 as paredes da Igreja velha são destruídas para construir o murro do cemitério.[24] Enfim depois da revolução de Abril, São Vicente da Ponte passa a ser Ponte São Vicente.
Património
Lugares
Referências
Ligações externas |
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