Pedro Ponces de Baião
Pedro Ponces de Baião (c.1210 – 28 de setembro de 1283[1][2]) foi um rico-homem do Reino de Portugal tendo o seu período de vida, de aproximadamente 70 anos, abrangido os reinados de D. Sancho I de Portugal, D. Afonso II de Portugal e dos irmãos D. Sancho II de Portugal e D. Afonso III de Portugal, ainda sobrevivendo a este último. A sua vida abarcou portanto o período conflituoso de Sancho II, e o confronto que levaria à ascensão de Afonso III. Primeiros anosPedro era filho de Ponço Afonso de Baião e Mor Martins de Riba de Vizela, aquele, filho de Afonso Ermiges de Baião e Teresa Pires I de Bragança[1], e aquela, filha de Martim Fernandes de Riba de Vizela e Estevainha Soares da Silva[1]. Pertencia assim a uma das mais antigas e importantes linhagens portuguesasː a linhagem de Baião, tendo nascido por volta de 1210. Foi o único varão dos seus pais[1], sendo, por entre a descendência de Ponço Afonso, o que mais bens possui[2]. Partilha a posse de vários bens com as suas irmãs, Estevainha Ponces, Sancha Ponces, e Maria Ponces, e também com os primos, Afonso Lopes, Diogo Lopes, Fernão Lopes, e Sancha Lopes. Ascensão na corte portuguesaPerda do legado paternoA grande influência e poder que o seu pai tinha logrado, talvez por meios menos lícitos, durante os reinados de Afonso II e Sancho II, conseguindo reunir várias tenências (com especial destaque para Beira, Bragança, Baião e Penaguião[2]) não foram herdadas pelos filhos, salvando-se no entanto os cargos que Ponço deteve em Seia e Vouga[2], que esses sim seriam herdados por Pedro Ponces. Cargos tenenciais e presenças na cortePedro surge relativamente tarde na cúria régia portuguesaː em 1253 governava já Afonso III de Portugal, e contaria por essa altura já com mais de quarenta anos de idade, recebendo os governos da Guarda, e no ano seguinte, Beira e Pinhel, constituindo, na verdade, a Beira como uma recuperação de um cargo que fora detido anteriormente pelo pai. O monarca conceder-lhe-ia, a 19 de agosto de 1254, a portagem e o montádigo destes dois últimos concelhos[3]. Abandona-as contudo no ano seguinte, desaparecendo, num primeiro momento, da docuementação curial a partir de maio de 1255. A sua presença na corte na verdade revelar-se-ia bastante intermitenteːPedro surgiria de novo na corte entre agosto e setembro de 1256, entre março e setembro de 1258, e de outubro de 1263 a meados de 1264[2]. A sua confirmação do foral de Silves, como governador de Vouga, em agosto de 1266 demonstra uma nova presença, desta vez mais sólida, dado que passaria lá os quatro ano seguintes[2]. Em 1274, assistiu às cortes de Santarém e presenciou a receção do monarca de Portugal ao legado papal Frei Nicolau, portador do interdito que seria aplicado até aos primeiros anos de Dinis I de Portugal no trono. Surge de novo em 1276, e em 1279 deveria estar igualmente presente, dado que nesse ano recebeu a tenência que manteve até à morte, Cinfães[2]. Casamento e atividade fundiáriaSabe-se que já estava casado com Sancha Rodrigues de Briteiros, filha de Rui Gomes de Briteiros (a quem Afonso III dera o "pendão e caldeira" de rico-homem) e Elvira Anes da Maia, quando esta fez as partilhas dos bens dos pais com os irmãos, pelo que terá desposado a rica-dona com certeza em 1258 ou antes[3]. Do casamento, apesar de frutífero a nível de bens, não o foi em termos de descendênciaː sem herdeiros, Pedro declarou a sua mulher como principal herdeira dos seus bens, mas a mesma desfez-se deles em 1290, doando tudo ao Mosteiro de Salzedas[3][4]. Do seu serviço pessoal apenas se conhece um cavaleiro, Estêvão Mendes, a quem Pedro doou a “villa” de Cochete que havia usurpado[4]. Morte e posteridadePedro e a sua esposa tinham capela no Mosteiro de Salzedas, sendo um dos seus maiores benfeitores[3]. Pedro dispôs-se a ser ali sepultado, e assim o foi, após a sua morte, fixada a 28 de setembro de 1283 pelo cenóbio[4]. ReferênciasBibliografia
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