Paul Gauguin
Eugène-Henri-Paul Gauguin (Paris, 7 de junho de 1848 – Ilhas Marquesas, 8 de maio de 1903) foi um pintor francês do pós-impressionismo.[1][2] BiografiaGauguin nasceu em Paris, viveu até sete anos em Lima, no Peru, para onde os seus pais (um jornalista francês e uma escritora peruana)[3] mudaram-se após a chegada de Napoleão III ao poder. O seu pai pretendia trabalhar em um jornal da capital peruana, porém, durante uma terrível viagem de navio, teve complicações de saúde e faleceu. Assim, o futuro pintor desembarcou em Lima apenas com a sua mãe e com a sua irmã. Vida adulta e início de carreiraQuando voltou para o seu país natal, em 1855, Gauguin estudou em Orléans e, aos 17 anos, ingressou na marinha mercante e correu o mundo. Trabalhou em seguida numa corretora de valores parisiense e, em 1873, casou-se com a dinamarquesa Mette Sophie Gad, com quem teve cinco filhos.[2] Aos 35 anos, após a quebra da Bolsa de Paris, tomou a decisão mais importante de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou, assim, uma vida de viagens e boémia, que resultou numa produção artística singular e determinante das vanguardas do século XX. Ao contrário de muitos pintores, não se incorporou ao movimento impressionista da época.[1] Expôs pela primeira vez em 1876. Mas não seria uma vida fácil, tendo atravessado dificuldades econômicas, problemas conjugais, privações e doenças. Foi então para Copenhagen, onde acabou ocorrendo o rompimento de seu casamento. Sua obra, longe de poder ser enquadrada em algum movimento, foi tão singular como as de Van Gogh ou Paul Cézanne.[4] Apesar disso, teve seguidores e pode ser considerado o fundador do grupo Les Nabis, que, mais do que um conceito artístico, representava uma forma de pensar a pintura como filosofia de vida.[4] Suas primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no campo, algo que ele consegue com a aplicação arbitrária das cores, em oposição a qualquer naturalismo, como demonstra o seu famoso Cristo Amarelo. As cores se estendem planas e puras sobre a superfície, quase decorativamente.[2] O pintor parte para o Taiti em busca de novos temas e para se libertar dos condicionamentos da Europa. Suas telas surgem carregadas da iconografia exótica do lugar, e não faltam cenas que mostram um erotismo natural, fruto, segundo conhecidos do pintor, de sua paixão pelas nativas. A cor adquire mais preponderância, sendo representada pelos vermelhos intensos, amarelos, verdes e violetas.[5] Morou durante algum tempo em Pont-Aven, na Bretanha, onde sua arte amadureceu. Posteriormente, morou no sul da França, onde conviveu com Vincent Van Gogh.[1] Numa viagem à Martinica, em 1887, Gauguin passou a renegar o impressionismo e a empreender o "retorno ao princípio", ou seja, à arte primitivista. Tinha ideia de voltar ao Taiti, porém não dispunha de recursos financeiros. Então, com o auxílio de amigos, também artistas, organizou um grande leilão de suas obras. Colocou, à venda, cerca de 40 peças.[2] A maioria foi comprada pelos próprios amigos de Gauguin, como por exemplo Theo van Gogh, irmão de Vincent van Gogh, que trabalhava para a Casa Goupil (importante estabelecimento que trabalhava com obras de arte).[2] Tendo conseguindo arrecadar 7 350 francos franceses, em meados de 1891, depois de se despedir da esposa e da família em Copenhaga, regressou ao Taiti,[6] onde pintou cerca de uma centena de quadros sobre tipos indígenas, como "Vahiné no te tiare" ("A moça com a flor") e "Mulheres de Taiti", além de executar inúmeras esculturas e escrever um livro, Noa noa.[1] Quando voltou a Paris, realizou uma exposição individual na galeria de Durand-Ruel e voltou ao Taiti, mas fixou-se definitivamente na ilha Dominique.[4] Nessa fase, criou algumas de suas obras mais importantes, como "De onde viemos? O que somos? Para onde vamos?", uma tela enorme que sintetiza toda a sua pintura, realizada antes de uma frustrada tentativa de suicídio utilizando arsênio.[5] Em setembro de 1901, transferiu-se para a ilha Hiva Oa, uma das Ilhas Marquesas, onde veio a falecer, provavelmente devido à sífilis.[4] Encontra-se sepultado no cemitério de Atuona, no Arquipélago das Marquesas, na Polinésia Francesa.[7] Características da obraGauguin desenvolveu as técnicas do "sintetismo" e "cloisonnisme" (alveolismo), estilos de representação simbólica da natureza onde são utilizadas formas simplificadas e grandes campos de cores vivas chapadas, que ele fechava com uma linha negra, e que mostravam uma forte influência das gravuras japonesas.[2] A sua pintura é caracterizada por:
Obras e informações
LeilãoEm fevereiro de 2015, a pintura Nafea Faa Ipoipo, que pertencia ao colecionador suíço Rudolf Stechelin, foi adquirida pela Autoridade de Museus do Qatar por 300 milhões de dólares estadunidenses (263 milhões de euros), e converteu-se assim na obra de arte mais cara da história. A venda em leilão superou, em 50 milhões de dólares estadunidenses, o quadro "Os Jogadores de Cartas", de Cézanne, que estava em primeiro lugar na lista das obras mais caras de sempre. Nafea Faa Ipoipo (traduzido da língua marquesana, "Quando te casarás?") é um quadro a óleo de 1892 que retrata adolescentes taitianas.[8] Ver tambémReferências
Ligações externas
Escritos
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