Parábola do Rico InsensatoO Rico Insensato é uma parábola contada por Jesus no Novo Testamento. Encontrada em Lucas 12:13-21, a parábola reflete a loucura de ligar demasiada importância à riqueza. Uma versão abreviada da parábola também aparece no Evangelho Gnóstico de Tomé (no capítulo 63).[1] NarrativaA parábola é introduzida por um membro da audiência que tenta conseguir a ajuda de Jesus em uma disputa financeira da família:[2]
Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós? E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lucas 12:13-15). Jesus então responde com a parábola:
InterpretaçãoO rico fazendeiro desta parábola é retratado de forma negativa, como um exemplo da ganância. Ao substituir seu celeiro existente, ele evita usar terras agrícolas para fins de armazenamento, maximizando assim o seu rendimento, bem como permitindo-lhe para esperar um aumento de preços antes de vender. Agostinho de Hipona comenta que o fazendeiro estava "planejando preencher sua alma com um banquete excessivo e desnecessário e estava, orgulhosamente, desconsiderando todas as barrigas vazias dos pobres. Ele não percebeu que a barriga dos pobres eram depósitos muito mais seguros que seus celeiros.[3] São Basílio de Cesareia destaca que as riquezas são um dom de Deus distribuído de maneira desigual, para que alguns se convertam pela paciência e humildade, enquanto outros ganhem tesouros no céus distribuindo seus bens. A riqueza, em si, não é um mal. O pecado está na avareza, em querer guardar tudo para si e seus familiares, julgando que isto é necessário para ter uma vida agradável. O ávaro esquece que está apenas administrando bens que Deus concedeu para sua edificação. A conversa com o fazendeiro consigo mesmo é, no evangelho de Lucas, negativa e auto-centrada: os pronomes de primeira pessoa ocorrem 11 vezes. Arland J. Hultgren julga que a parábola "fornece um exemplo do que não devemos ser. A pessoa cuja identidade está ligada à sua propriedade, status e (ou) realizações - e é dirigido por adquiri-los - pode facilmente terminar ignorando o chamado de Deus e a necessidade do próximo".[4] A insensatez do fazendeiro reside especialmente no fato de que a riqueza não garante o futuro: o Dia do Juízo Final chega mais cedo do que se espera.[5] RepresentaçõesEsta parábola tem sido retratada por vários artistas, incluindo Rembrandt, Jan Luyken, James Tissot, e David Teniers, o Moço. Referências
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