Padrão dos PovosO chamado Padrão dos Povos encontra-se depositado no Museu da Região Flaviense, na cidade de Chaves, distrito de Vila Real, em Portugal. HistóriaTrata-se de uma coluna ("padrão") com inscrições romanas, descoberta a 27 de agosto de 1980 no leito do rio Tâmega, junto à ponte romana de Chaves. Constitui-se em uma epígrafe comemorativa aos imperadores Vespasiano e Tito, e a outras autoridades provinciais romanas, e é dedicada, sem se mencionar o motivo, por dez cividades ou povos do convento bracarense, na Galécia. O documento está incluso no Corpus Inscriptionum Latinarum: CIL II, 2477. Na supradita ponte encontram-se ainda dois padrões que identificam os aquiflavienses como responsáveis pela edificação da ponte, nos começos do século II, no tempo do imperador Trajano. Atualmente, acreditam-se ambos os padrões serem reproduções.[1] DataçãoA estela é datada, seguindo os argumentos aduzidos por Hübner, em 79 d.C., ano da morte do imperador Vespasiano, sucedido pelo seu filho Tito. Epígrafe
Tradução
InterpretaçãoExistem diversas interpretações sobre a intenção desta estela e da inclusão da lista de povos nela; uma teoria é a de ser erigida em agradecimento à concessão do Ius latii a tais povos.[2] Porém, outros acreditam que os povos inclusos, pertencentes ao Conventus de Braga, financiaram a construção da ponte sobre o rio Tâmega, contribuindo ao Opus pontis. De facto, os custos de construção e reparação de pontes, conhecidas como opus pontis ("obra de ponte"), eram da responsabilidade de vários municípios locais. Seus custos compartilhados provam que a ponte pertenciam à região como um todo, e não só a cidade de Aquae Flaviae (Chaves).[3] Em qualquer caso, constitui uma homenagem aos imperadores Vespasiano e Tito a Legião VII e outras autoridades provinciais romanas. Alguns dos dez povos citados na epígrafe são apenas conhecidos graças a este documento, como são os avobrigenses e os ebísocos (que às vezes se indicam como nebísocos). Os outros são conhecidos por outras fontes, mas o Padrão dos povos ajuda na sua localização aproximativa, na região de Chaves. A respeito das linhas que faltam, há acordo entre os especialistas em considerar que foram eliminadas referências ao imperador Domiciano em virtude de damnatio memoriae. Referências
Bibliografia
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