Oxigenação por membrana extracorporal (ECMO) é uma técnica de suporte de vida extracorporal em doentes com falência cardiovascular ou pulmonar.[1][2] A ECMO usa uma bomba para fazer circular o sangue por um pulmão artificial fora do corpo, regressando depois à corrente sanguínea.[3]
Banning Gray Lary[9] foi o primeiro a demonstrar que o oxigênio intravenoso poderia manter a vida. Seus resultados foram publicados no periódico Surgical Forum em novembro de 1951.[10] Lary comentou seu primeiro trabalho a respeito em uma apresentação de 2007, onde escreve: "Nossa pesquisa começou por elaborar um aparato que, pela primeira vez, manteve os animais vivos enquanto respiravam nitrogênio puro. Isso foi efetuado com bolhas de oxigênio bastante pequenas injetados à corrente sanguínea. Essas bolhas eram feitas através da adição de um 'agente umidificante' no oxigênio, que era forçada através de um filtro de porcelana até a corrente de sangue venoso. Pouco após sua apresentação inicial no Colégio Americano de Cirurgiões, esse aparato foi avaliado por Walton Lillehei, que, junto de DeWall, construiu a primeira máquina cardiopulmonar que empregava um oxigenador de bolhas. Com algumas adaptações, essas máquinas permaneceram sendo usadas pelos próximos vinte anos."
Uso durante a pandemia de COVID-19
No começo de fevereiro de 2020, médicos chineses aumentaram o uso de ECMO como um suporte adicional para pacientes apresentando síndrome respiratória aguda grave associada à infecção pelo vírus SARS-CoV-2 quando, mesmo após o uso de ventiladores mecânicos, os níveis de oxigenação permanecem baixos demais para manter o paciente.[11] Relatórios preliminares demonstram que o tratamento auxilia a recuperação da oxigenação sanguínea e reduz as fatalidades entre os aproximadamente 3% dos casos onde foi utilizado.[12] Para pacientes criticamente doentes, a taxa de mortalidade baixou de cerca de 59–71% com terapia convencional para 46% com o uso da oxigenação por membrana extracorpórea.[13] A capa do jornal LA Times em 14 de março de 2021 ilustrou a eficácia do ECMO em uma paciente extremamente comprometida por COVID-19.[14] No Brasil, a terapia só obteve aprovação do Conselho Federal de Medicina em 2018. Eram 21 centros médicos habilitados ao procedimento no país em 2021.[4] Em Portugal, um paciente esteve durante cinco meses sob suporte da ECMO, a mais prolongada aplicação do método registrada até março de 2021.[15]
↑Giulia Granchi (17 de junho de 2020). «Conheça a ECMO, aparelho que funciona como coração e pulmão artificiais». UOL VivaBem. Consultado em 24 de abril de 2021. Felizmente, hoje já temos operadoras de saúde se atualizando e cobrindo boa parte dos custos da máquina. No passado, a família assinava uma autorização para o uso do equipamento, por necessidade, sem saber quanto ficaria a conta no final
↑Lary, Banning Gray (Novembro de 1951). «Experimental Maintenance of Life by Intravenous Oxygen: Preliminary Report (from the Department of Surgery, University of Iliniois College of Medicine, and St Luke's Hospital, Chicago, Illinois)». Surgical Forum (em inglês): 30–35 – via W.B. Saunders Company, Philadelphia 1952 (publisher) The Proceedings of the Forum Sessions 37th Clinical Congress of the American College of Surgeons, San Francisco, California, November, 1951
↑CDC (11 de fevereiro de 2020). «2019 Novel Coronavirus (2019-nCoV)». Centers for Disease Control and Prevention (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2020
↑Melhuish, Thomas M.; Vlok, Ruan; Thang, Christopher; Askew, Judith; White, Leigh (Maio de 2020). «Outcomes of extracorporeal membrane oxygenation support for patients with COVID-19: A pooled analysis of 331 cases». The American Journal of Emergency Medicine. 39: 245–246. PMID32487460. doi:10.1016/j.ajem.2020.05.039