A "Operação Michael" foi lançada a partir da linha Hindenburg, nas cercanias de Saint-Quentin, no nordeste da França. O objetivo era quebrar as linhas defensivas dos Aliados e avançar ao norte em direção aos portos franceses do Canal da Mancha, que supriam e garantiam a permanência da Força Expedicionária Britânica na guerra. Após dois dias de ofensivas, o general Ludendorff, o comandante-em-chefe das força alemãs, modificou seu plano de ação e passou a focar seus ataques no oeste, ao longo de todo a frente de batalha britânica ao norte do Rio Somme. O objetivo era separar os exércitos francês e britânico e, eventualmente, esmagar a Força Expedicionária Britânica e expulsa-la da França. A ofensiva terminou em Villers-Bretonneux, a leste do centro de comunicação dos Aliados em Amiens, onde os britânicos e franceses conseguiram deter o avanço alemão; ambos os lados sofreram pesadas baixas, mas as perdas alemãs foram particularmente mais sentidas, além do fato de que o exército do país havia avançado alem de suas capacidades de se manter abastecido.[1][2]
Os alemães realizaram preparações minuciosas para suas ofensivas na primavera, como novas táticas de infiltração e técnicas inovadoras de artilharia de barragem e melhor treinamento dos recrutas, além de terem passado meses mobilizando milhares de homens e equipamentos. O gradual fim dos combates na Frente Oriental, especialmente após a assinatura do Tratado de Brest-Litovski, liberou dezenas de divisões que agora poderiam se mover do leste para a luta no oeste.[3]
A maioria dos combates aconteceram na zona rural e no que sobrou das florestas após a Batalha do Somme de 1916. Os alemães começaram sua ofensiva em 21 de março de 1918, com intensos bombardeios de artilharia, apoiados por aviões de combate. A infantaria avançou de forma rápida e, ao contrário de outras ofensivas na guerra, os alemães não adotaram a doutrina de "avançar a todo o custo", preferindo concentrar seus ataques em áreas onde julgavam que o inimigo não poderia montar uma boa defesa. Os britânicos e franceses, contudo, foram rápidos a se adaptar ao novo cenário de guerra. Apesar das devastadoras perdas sofridas pelos Aliados, a chegada da Força Expedicionária dos Estados Unidos garantiu o fluxo interminável de soldados a Entente, enquanto o exército alemão era quase incapaz de repor suas baixas. A 5 de abril, o general Ludendorff suspendeu a ofensiva.[4]
Apesar de terem tomado 3,100 km² de território do inimigo, as perdas alemães contrabalancearam negativamente qualquer ganho tático destes. No final, a operação Michael foi um fracasso operacional e tático, marcando o começo do fim da Alemanha na Primeira Grande Guerra. De fato, em agosto de 1918, todos estes ganhos territoriais já haviam sido perdidos após a segunda batalha do Somme, dentro da chamada Ofensiva dos Cem Dias.[1]
Batalhas
Batalha de St. Quentin, 21–23 março
Ações nas travessias de Somme, 24–25 de março
Primeira Batalha de Bapaume, 24–25 de março
Batalha de Rosières, 26–27 de março
Terceira Batalha de Arras, 28–29 de março
Batalha do Avre, 4 de abril de 1918
Batalha do Ancre, 5 de abril
Referências
↑ abCruttwell, C. R. M. F. (1982) [1940]. A History of the Great War 1914–1918 repr. ed. Londres: Granada. ISBN0-586-08398-7
↑Marix Evans, M. (2002). 1918: The Year of Victories. Londres: Arcturus. ISBN0-572-02838-5
↑Churchill, W. S. C. (1928) [1923–1931]. The World Crisis Odhams ed. Londres: Thornton Butterworth. OCLC4945014
↑Edmonds, J. E.; et al. (1995) [1937]. Military Operations France and Belgium, 1918: March–April: Continuation of the German Offensives. Col: History of the Great War Based on Official Documents, by Direction of the Historical Section of the Committee of Imperial Defence. II Imperial War Museum & Battery Press ed. Londres: Macmillan. ISBN0-89839-223-3
Bibliografia
Churchill, W. S. C. (1928) [1923–1931]. The World Crisis Odhams ed. London: Thornton Butterworth. OCLC4945014
Edmonds, J. E.; et al. (1995) [1935]. Military Operations France and Belgium, 1918: The German March Offensive and its Preliminaries. Col: History of the Great War Based on Official Documents, by Direction of the Historical Section of the Committee of Imperial Defence. I Imperial War Museum & Battery Press ed. London: HMSO. ISBN0-89839-219-5
Edmonds, J. E.; et al. (1995) [1937]. Military Operations France and Belgium, 1918: March–April: Continuation of the German Offensives. Col: History of the Great War Based on Official Documents, by Direction of the Historical Section of the Committee of Imperial Defence. II Imperial War Museum & Battery Press ed. London: Macmillan. ISBN0-89839-223-3
Falls, C. (1922). The History of the 36th (Ulster) Division Constable 1996 ed. Belfast: McCaw, Stevenson & Orr. ISBN0-09-476630-4
Falls, C. (1992) [1940]. Military Operations France and Belgium 1917: The German Retreat to the Hindenburg Line and the Battles of Arras. Col: History of the Great War Based on Official Documents, by Direction of the Historical Section of the Committee of Imperial Defence. I Imperial War Museum & Battery Press ed. London: HMSO. ISBN0-89839-180-6
Gray, R. (1991). Kaiserschlacht 1918: the Final German Offensive. Col: Osprey Campaign Series. XI. London: Osprey. ISBN1-85532-157-2
Hart, P. (2008). 1918: A Very British Victory. London: Weidenfeld & Nicolson. ISBN978-0-29784-652-9
James, E. A. (1990) [1924]. A Record of the Battles and Engagements of the British Armies in France and Flanders 1914–1918 London Stamp Exchange ed. Aldershot: Gale & Polden. ISBN0-948130-18-0
Kitchen, M. (2001). The German Offensives of 1918. Stroud: Tempus. ISBN0752417991
Marix Evans, M. (2002). 1918: The Year of Victories. London: Arcturus. ISBN0-572-02838-5
Middlebrook, M. (1983) [1978]. The Kaiser's Battle 21 March 1918: The First Day of the German Spring Offensive Penguin ed. London: Allen Lane. ISBN0-14-005278-X
Nichols, G. H. F. (2004) [1922]. The 18th Division in the Great War Naval & Military Press ed. London: Blackwood. ISBN1-84342-866-0
Samuels, M. (1995). Command or Control? Command, Training and Tactics in the British and German Armies 1888–1918. London: Frank Cass. ISBN0-7146-4214-2
Sheffield, G. (2011). The Chief: Douglas Haig and the British Army. London: Aurum Press. ISBN978-1-84513-691-8
Sheffield, G.; Bourne, J. (2005). Douglas Haig: War Diaries and Letters 1914–1918. [S.l.]: Weidenfeld & Nicolson. ISBN0297847023
Sherriff, R. C. (1937). Journey's End: A Play in three Acts. New York: Coward-McCann. OCLC31307878
Prior, R.; Wilson, T. (1999). «Winning the War». In: Dennis, P.; Grey, J. 1918 Defining Victory: Proceedings of the Chief of Army's History Conference Held at the National Convention Centre, Canberra, 29 September 1998. Canberra: Army History Unit. ISBN0-73170-510-6
Roberts, P.; Tucker, S., eds. (2005). The Encyclopedia of World War I: A Political, Social and Military History. Santa Barbara, CA: ABC-CLIO. ISBN978-1-85109-420-2
Yeates, V. M. (1974) [1934]. Winged Victory Mayflower ed. London: Jonathan Cape. ISBN0-58312-287-6