O príncipe e o sapateiro![]() O Príncipe e o sapateiro (em inglês: The Prince and the Cobbler) é um experimento mental introduzido pelo filósofo britânico do século XVII, John Locke. Neste, Locke lida com a questão da identidade pessoal. Locke imagina o que aconteceria se um príncipe passasse a viver como um humilde sapateiro. Dessa forma interroga-se o que aconteceria se introduzisse as características mentais do príncipe no corpo de um sapateiro. Supostamente, o corpo do sapateiro ficaria com a memória, o conhecimento e os atributos pessoais do príncipe, mas apesar de aparentemente ser um sapateiro, seria responsável pelas ações do príncipe.[1] Nesse exemplo, Locke levanta um questionamento a ser explorado sobre a identidade pessoal de uma pessoa.
O experimento distingue entre o conceito de ser humano e de ser pessoa, indicando que o conceito de um homem em alturas diferentes está ligado ao seu corpo, enquanto que o conceito de pessoa está ligado à sua consciência passada e presente. Esta distinção tem implicações em julgamentos criminais no modo como pessoas com insanidade mental são julgadas, uma vez que um ser humano pode ter várias falhas na sua consciência, sem o estabelecimento de memórias. Deste modo, ações executadas estando a consciência separada do corpo, a identidade da pessoa que efetuou tal ação é posta em causa pelo conceito defendido por Locke.[3] Esta teoria de Locke foi criticada desde logo por Joseph Butler e Thomas Reid, acusando o argumento de ser circular, uma vez que o conceito de memória pressupõe o conceito de persistência pessoal.[4] O conceito de identidade pessoal de Locke é considerado um conceito revolucionário, pois separa o conceito de identidade corporal, material e da alma, da essência dos seres vivos.[5] Referências
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