O Jardim de Alá (1936)
The Garden of Allah (prt: O Jardim de Alá[2][3]; bra: O Jardim de Alá[4], ou O Jardim de Allah[5]) é um filme estadunidense de 1936, do gênero drama romântico, dirigido por Richard Boleslawski, produzido por David O. Selznick e estrelado por Marlene Dietrich e Charles Boyer.[1][6] O roteiro foi escrito por William P. Lipscomb e Lynn Riggs, que se basearam no romance homônimo de 1904 de Robert S. Hichens. O romance de Hichens havia sido filmado duas vezes antes, como filmes mudos feitos em 1916 e 1927. O elenco de apoio da versão sonora apresenta Basil Rathbone, C. Aubrey Smith, Joseph Schildkraut, John Carradine, Alan Marshal e Lucile Watson. A trilha sonora é de Max Steiner. Filmado em Technicolor,[7][8] em três cores,[8] foi um dos primeiros longas-metragens a serem filmados utilizando este processo.[7] Os diretores de fotografia (sem créditos) W. Howard Greene e Harold Rosson receberam um Óscar honorário especial por avanços na cinematografia colorida.[9][10] Os locais de filmagem foram em Buttercup, na Califórnia e Yuma, no Arizona. O Jardim de Alá foi um dos filmes exibidos na retrospectiva intitulada "A História do Cinema Colorido", do Festival Internacional de Cinema de Berlim de 1988.[11] SinopseO monge trapista Boris Androvski não resiste à pressão dos seus votos, fugindo da sua vocação. Ele é o único monge que conhece o segredo de como fazer o vinho secreto dos monges, o qual é vendido como principal fonte de receita do mosteiro.[12] Em Argel, Boris conhece a rica europeia Domini Enfilden, com quem se envolve sem revelar a sua verdadeira identidade. Domini e Boris se apaixonam, se casam e viajam para o deserto em lua de mel. Lá, os recém-casados encontram uma unidade da Legião Estrangeira Francesa, cujo comandante, o Capitão de Trevignac, guarda um segredo sobre o passado de Boris. Elenco principal
ProduçãoApesar de ser um dos primeiros filmes a usar esse novo processo em Technicolor de três cores, O Jardim de Alá foi filmado com grande sucesso, sendo o primeiro filme de Marlene Dietrich em Technicolor;[13] e também a estréia em Hollywood da bailarina austríaca que se tornou atriz, Tilly Losch, como uma sensual dançarina de cabaré.[14] No entanto, a filmagem foi cercada por graves problemas e controvérsias.[15] Miss Dietrich nutria uma profunda antipatia pelo produtor David O. Selznick, tendo sido emprestada pela Paramount para o projeto. Selznick, por sua vez, ficou consternado com a maioria dos filmes de Dietrich feitos com von Sternberg e a repreendeu sobre sua preocupação com a aparência. Dietrich não gostou muito do roteiro e reclamou interminavelmente sobre os diálogos. Selznick ficou angustiado com a aparência improvável e perfeita de Dietrich em todas as cenas e reclamou que seu cabelo nunca ficava despenteado, mesmo em uma tempestade de vento. Como sempre, suas roupas são maravilhosas, mas totalmente inadequadas no deserto do norte da África.[15][12] As filmagens ao ar livre ocorreram no deserto de Yuma, no Arizona, em temperaturas de 57ºC. Alguns meses após o término da produção, o diretor Richard Boleslawski morreu por beber água infectada.[15] RecepçãoAs críticas contemporâneas foram bastante favoráveis.[15] O New York Times elogiou a escolha do romance de Robert Hichens de 1904 para a base da história e o descreveu como um "filme distinto, rico em esplendor pictórico ... com atuação cativante". O incrível trabalho de câmera e iluminação recebeu o devido apreço e a Newsweek destacou as atuações de Marlene Dietrich e Charles Boyer como as melhores de suas carreiras.[15] Mas apesar de aplaudido por suas capacidades artísticas e criativas, O Jardim de Alá não foi um sucesso comercial. O filme foi originalmente orçado em US$ 1,6 milhão, mas foi estimado em US$ 370.000, o que acabou sendo aproximadamente o tamanho da perda registrada pelo filme.[16] Escrevendo para o The Spectator em 1936, Graham Greene deu ao filme uma crítica neutra, dizendo que mostrava a Igreja Católica como "tão sobre-humanamente piedosa, tão intensamente dramática", enquanto preferia a visão da igreja de esquerda da revista New Statesman que apresentava "padres miseráveis contando pesetas nos dedos em cafés sujos antes de abençoar tanques". Greene elogiou o surrealismo do filme como "realmente magnífico" e observou que o diálogo tinha um tom nitidamente apocalíptico que combinava de perto com a execução de suas falas por Dietrich.[17] O filme recebeu indicações ao Oscar de Melhor Trilha Sonora e Melhor Diretor Assistente, e W. Howard Greene e Harold Rosson receberam um Oscar Honorário pela cinematografia colorida. Seguindo o sucesso do filme nos cinemas brasileiros, no Rio de Janeiro o parque entre os bairros das praias do Leblon e Ipanema recebeu o nome do filme, ou seja, Parque Jardim de Alah.[18] O filme também foi exibido na retrospectiva "A História do Cinema Colorido", do Festival Internacional de Cinema de Berlim de 1988.[11] O filme é assistido por Cyndi Lauper no início de seu videoclipe de "Time after Time".[19] Prêmios e indicações
Ver tambémReferências
Ligações externas
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