Niomar Moniz Sodré Bittencourt
Niomar Moniz Sodré Bittencourt (Salvador, 4 de setembro de 1916 — Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2003) foi uma jornalista e empresária brasileira.[1] Foi a terceira das quatro filhas de Maria de Teive Argollo com o jornalista e político baiano Antônio Muniz Sodré de Aragão.[2] Em setembro de 1932 casou com o primo Hélio Moniz Sodré Pereira e desse relacionamento teve seu único filho, Antônio Moniz Neto. Após separar-se de Hélio no início da década de 1940, casou com o jornalista e empresário Paulo Bittencourt, dono do Correio da Manhã.[3] Niomar, apoiada por seu esposo Paulo Bittencourt, foi junto de Raimundo Castro Maia e Maria Martins uma das pessoas mais engajadas pela criação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), tendo ocupado sua diretoria por dez anos e a principal responsável pela construção do prédio projetado por Affonso Eduardo Reidy para abrigar o museu no Aterro do Flamengo.[4][5] Com a morte de Paulo Bittencourt, em 1963, Niomar assumiu a presidência do jornal Correio da Manhã e o dirigiu bravamente até 1969. Apesar do apoio dado à deposição de João Goulart demonstrado nos editoriais do Jornal, passou a criticar pouco tempo depois o regime implantado com o Golpe Militar de 1964, denunciando inclusive casos de tortura.[6][7] Em 7 de janeiro de 1969 foi presa com Osvaldo Peralva após a apreensão da edição do mesmo dia do Correio da Manhã. No dia 16 de janeiro teve os direitos políticos cassados através do AI-5 por dez anos.[8] Só foi liberada quase dois meses depois. Foi processada por causa da posição assumida pelo seu jornal em contrariedade à ditadura. Porém em julgamento no dia 20 de novembro foi absolvida pela 2ª Auditoria Militar em julgamento que contou com a presença do jurista Sebastian Soler.[9] Nos últimos anos do jornal, Niomar arrendou a publicação a Maurício Nunes de Alencar (irmão do político Marcelo Alencar) e Frederico Gomes da Silva, proprietários da Cia. Metropolitana de Construção, que queriam usar o periódico para apoiar a candidatura à presidente do Brasil do coronel Mário Andreazza; mas como ela não se viabilizou, abandonaram o projeto e não cumpriram o contrato com o jornal.[10] Apesar das dificuldades, Niomar reassumiu o Correio da Manhã, mas não conseguiu reaviabilizá-lo financeiramente e encerrou sua circulação em 1974.[10][11] Morreu em 31 de outubro de 2003, no Hospital Samaritano na zona sul do Rio de Janeiro, devido às complicações do Mal de Alzheimer do qual sofria há dez anos.[12] Serviu de inspiração para a criação da personagem Josefa de Magalhães Duarte Pinto, interpretada por Marília Gabriela, na telenovela Senhora do Destino. [13] Referências
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