NRP Sagres (A520)
O NRP Sagres é o principal navio-escola da Marinha Portuguesa. O atual Sagres é o terceiro navio com esse nome a desempenhar funções de instrução náutica na Marinha Portuguesa, sendo por isso, também conhecido por Sagres III, é o navio mais conhecido desta componente das Forças Armadas de Portugal, identificado pelas suas velas ostentando a cruz da Ordem de Cristo. Este navio-escola tem como missão permitir o treino e o contacto com a vida no mar aos cadetes da Escola Naval, futuros oficiais da Marinha Portuguesa. Complementarmente, é utilizado na representação nacional e internacional da Marinha e de Portugal. HistóriaO NE Sagres foi construído nos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, em 1937, para desempenhar funções como navio-escola da Marinha Alemã — onde era chamado Albert Leo Schlageter — juntamente com os seus semelhantes da classe Gorch Fock: o primeiro, que deu o nome à classe; o segundo, ex-Horst Wessel (atual USCGC Eagle); o quarto, Mircea; houve ainda um quinto, o Herbert Norkus, destruído antes de ter sido terminado. No final da Segunda Guerra Mundial, ele foi capturado pelas forças dos Estados Unidos, sendo vendido à Marinha do Brasil, em 1948, por um valor simbólico de $ 5 000 dólares.[1] No Brasil, ele foi baptizado de Guanabara, servindo como navio-escola até 1961, data em que foi adquirido por Portugal por 150 000 dólares para ser usado em substituição do Sagres II (ex-Rickmer Rickmers). Muito se ficou a dever, o êxito desta compra, à acção empenhada de Pedro Teotónio Pereira, na altura Ministro da Presidência e um grande amante de vela. O navio recebeu o mesmo nome do antecessor, entrando ao serviço da Marinha Portuguesa em 8 de fevereiro de 1962. Por vezes, o Sagres III é erradamente referido como Sagres II, em virtude do desconhecimento da existência do primeiro navio com este nome. Na realidade, o primeiro Sagres foi uma corveta de madeira, construída em 1858 em Inglaterra. Fundeada no rio Douro, serviu como navio-escola para alunos marinheiros, entre 1882 e 1898. A serviço da Marinha do BrasilServiu como navio escola, com propulsão mista, à vela e a motor diesel (de 1.000 cv, acoplado a um eixo), artilhado com canhões de 76mm. A viagem de Aspirantes de final de ano da Escola Naval de 1948, iniciou-se em Janeiro de 1949, com a duração de um mês. Foram visitados os portos de Montevidéu, Rio Grande, São Francisco do Sul, Santos e Rio de Janeiro. Outros comandantes serviram, e alguns anos mais tarde, em 22 de Maio de 1954, o NE Guanabara deixava o Comando do 1º Distrito Naval, desta vez sob o comando do Capitão-de-Fagata, Maurício Dantas Torres.
Voltas ao mundoAo serviço da marinha portuguesa já deu três voltas ao mundo, a primeira em 1978/1979 e a segunda em 1983/1984. Em 19 de janeiro de 2010, partiu para a terceira volta ao mundo. No total, a viagem teve uma duração de 339 dias, dos quais 71% a navegar e 29% nos portos. O navio passou por 28 cidades costeiras, de 19 países diferentes, antes de regressar a Lisboa, em 23 dezembro de 2010. Além das circum-navegações, a Sagres III participou na Regata Colombo (1992), nas comemorações dos 450 anos da chegada dos Portugueses ao Japão (1993) e ainda nas celebrações por ocasião dos 500 anos da Descoberta do Brasil (2000). Durante esta terceira viagem, percorreu 40 000 milhas e navegou durante 5 500 horas. Foi também visitado por cerca de 300 000 pessoas. Em Janeiro de 2020, o navio partiu para uma viagem à volta do mundo que teria duração de pouco mais de um ano para celebrar os 500 anos da circum-navegação de Fernão de Magalhães. Previa-se que o navio passasse por 22 portos de 19 países diferentes e que seria a Casa de Portugal durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. A viagem foi interrompida e o navio regressou a Lisboa em 10 de maio de 2020 devido ao risco da covid-19.[3] Ordem do Infante Dom HenriqueA 4 de julho de 1984, ele foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique.[4] A 12 de março de 2012, foi feito Membro-Honorário da Ordem Militar de Cristo.[4] A 24 de outubro de 2017, foi feito Membro-Honorário da Ordem Militar de Avis.[4] Galeria
Referências
Ligações externas
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