Mota-Engil
A Mota-Engil SGPS, SA é um conglomerado português, líder nos setores da construção civil, obras públicas, operações portuárias, resíduos, águas e na logística. O presidente do Conselho de Administração é António Vasconcelos da Mota, filho do fundador do Grupo, o empreiteiro Manuel António da Mota, e Gonçalo Moura Martins é atualmente o CEO da empresa. Jorge Coelho liderou a Comissão Executiva do Grupo de 2008 a 2013, e atualmente exerce funções como Consultor do Conselho Consultivo Estratégico da Mota-Engil.[4] Originário do concelho de Amarante, onde ainda possui sede social, este grupo empresarial possui atualmente os seus escritórios no Porto e em Lisboa. O Grupo Mota-Engil integra mais de 280 empresas repartidas entre três grandes Áreas de Negócio — Engenharia e Construção, Ambiente e Serviços e Concessões de Transportes — marcando presença em 22 países através das suas sucursais e empresas participadas, entre elas a Mota-Engil Engenharia e Construção, S.A., SUMA, Manvia, Vibeiras e mais recentemente a EGF. Em 2008 a Mota-Engil fez parte do ranking das cem maiores empresas europeias do setor da construção [5], mas atualmente faz parte do ranking das 30 maiores empresas europeias do setor. A Mota-Engil SGPS, sociedade holding do Grupo, está cotada no PSI, principal índice da Euronext Lisboa. A Mota Engil é considerada a 14ª maior construtora europeia, de acordo com o ranking anual da Engineering News-Record (ENR). HistóriaEm 29 de Junho de 1946, o empresário Manuel António da Mota fundou a Mota & Companhia na cidade portuguesa de Amarante. Nesse mesmo mês e ano foi criada uma sucursal da empresa em Angola.[6] Até 1974 as atividades da Mota & Companhia centraram-se no território angolano, de início na área de exploração e transformação de madeiras e depois, a partir de 1948, também na área de construção e obras públicas. Em 1952 foi adjudicada à Mota & Companhia a execução do Aeroporto Internacional de Luanda, primeira grande obra pública a ser executada pela empresa neste território, então sob administração colonial portuguesa. Por iniciativa de Fernando José Saraiva e António Lopes de Almeida, é fundada no mesmo ano em Lisboa a Engil, Sociedade de Engenharia Civil, Lda.. Com a entrada para a empresa de Simões Cúcio e António Valadas Fernandes, a Engil conhece a partir de 1954 um novo impulso e renovado dinamismo. Em 1961, a atividade da Engil até aí centrada na região de Lisboa, inicia a sua dispersão por outras regiões do território português, através da adjudicação da Escola Industrial e Comercial de Castelo Branco e da construção, em Mirandela, da Ponte sobre o Rio Tua. O ano de 1969 fica marcado pela celebração de um contrato com a empresa Siemens-Baunnion, pelo qual a Engil adquiriu em exclusivo para Portugal a patente do sistema de cofragens deslizantes Siemcrete, o que lhe permitiu executar, a partir desta data, inúmeras grandes obras de silos e chaminés. No quadro do alargamento das suas operações, foi igualmente criada na cidade do Porto a delegação Norte da empresa. Atualmente, a Mota-Engil é um dos 30 maiores grupos europeus de construção, marcando presença em mais de 30 países entre a Europa, África e América Latina.[7] Estrutura acionista
Atividades em ÁfricaPor seu turno e no ano de 1975, a Mota & Companhia expande a sua atividade para outros territórios africanos, iniciando na Namíbia a construção da barragem de Dreihuk. No Botswana, assegura a construção das infraestruturas do grande empreendimento Sun City e da estrada Matooster — Bierkraal. Posteriormente, na Suazilândia, constrói a estrada Lonhlupheko — Lomahasha. Com este conjunto de empreendimentos, a Mota & Companhia inicia assim o processo de progressiva internacionalização das suas actividades e negócios. O ano de 1976 é assinalado pelo relançamento da Mota & Companhia em Portugal, através da adjudicação de uma pequena barragem (Lucefecit, Alentejo). Logo após, a Mota & Companhia surge como adjudicatária da empreitada de Regularização do Baixo Mondego, que permitiu lançar a empresa como construtora de grandes projetos nacionais, tornando-se, a breve trecho, na terceira maior empresa portuguesa do sector. Em 1978, numa associação com a empresa Retosa, sediada em Caracas - Venezuela, a Engil participou, durante dois anos, na construção de fábricas e da Barragem do Guri, naquele país. A partir de 1980 a Mota & Companhia expandiu as suas operações na República Popular de Angola. Neste ano, e em parceria com o estado angolano, criou a empresa de Construção de Terraplanagens Paviterra, UEM. A Mota & Companhia e a Paviterra foram, durante vários anos, as únicas estruturas empresariais de construção de obras públicas em Angola. Em Agosto de 1987 a Mota & Companhia, sociedade por quotas, transformou-se em sociedade anónima, com posterior dispersão de 12% do seu capital pelo público e admissão à Bolsa de Valores de Lisboa. No mesmo ano é constituída a Engil SGPS, procurando dar resposta à evolução do mercado de obras públicas e privadas e à necessidade de diversificação das suas atividades. Nos anos subsequentes foram adquiridas as empresas Sociedade de Empreitadas Adriano (1988), Gerco - Sociedade de Engenharia Eletrotécnica, SA (1990) e Ferrovias e Construções (1991). O ano de 1987 é ainda marcado pela construção da Barragem do Lindoso. Pela sua dimensão e características técnicas, esta obra constitui um marco na história das grandes obras construídas pela Engil. ![]() Com a entrada no mercado angolano em 1989, é relançado o processo de internacionalização da Engil. Nos anos de 1993, 1994 e 1996, foi dado novo impulso ao processo de internacionalização, com as entradas, respetivamente, nos mercados de Moçambique, Alemanha e Peru. A partir de 1990, a Mota & Companhia empreende o processo de diversificação da sua atividade. Entra nos negócios nas áreas da promoção imobiliária, sinalização de estradas, pré-fabricação de elementos estruturais, cerâmica, massas asfálticas, comercialização de veículos e equipamentos, transporte marítimo e indústria de tintas. Em 1994 a Mota & Companhia integra o consórcio construtor da Ponte Vasco da Gama, em Lisboa ligando as margens norte e sul do rio Tejo. O ano é ainda marcado pela prossecução da diversificação de negócios da empresa através da aposta na área das Concessões de Transportes, em associação com outras empresas de referência. É assim constituída a Lusoponte, empresa concessionária das travessias rodoviárias do Tejo a jusante de Vila Franca de Xira.
A 23 de Julho de 1999, empresas do universo da família Mota, lançam uma Oferta Pública de Aquisição sobre a totalidade do capital da Engil SGPS, de que resultou, já no decorrer de 2000, a formação do Grupo Mota-Engil. Em 2002, a fusão das empresas Mota & Companhia, SA, Engil – Sociedade de Construção Civil, SA e Mota-Engil Internacional, dá origem à criação da maior construtora portuguesa. Simultaneamente, intensifica-se a estratégia de diversificação, com especial ênfase nos setores das concessões de transportes e ambiente e serviços. Em 2003 ficam definidas quatro áreas de negócio autónomas. A sociedade holding Mota-Engil SGPS agrega a Mota-Engil, Engenharia e Construção, SA, Mota-Engil, Ambiente e Serviços, SGPS, SA, MEITS – Mota-Engil, Imobiliário e Turismo, SA, Mota-Engil, Concessões de Transportes, SGPS, SA, detendo ainda diretamente o capital da Mota-Engil Serviços Partilhados Administrativos e de Gestão, SA. Em 2012 deu-se a mudança do Modelo Organizacional do Grupo, que passou a ser definido por Regiões (Portugal / África / Europa Central e América Latina). Expansão para Europa de LesteEm termos internacionais assiste-se a um reforço da carteira de encomendas na Europa de Leste. Depois da fusão de duas associadas do Grupo, constitui-se a Mota-Engil Polska, dando origem à quarta maior construtora a operar na Polónia. Em 2005 a Mota-Engil passou a ser cotada no PSI, principal índice da Euronext Lisbon no final de 2006, através da Mota-Engil Ambiente e Serviços, SGPS, o Grupo Mota-Engil adquiriu uma posição de controlo no Grupo Tertir, entrando assim no setor logístico e portuário.[9] Em 2007, a participada do Grupo Mota-Engil, Martifer SGPS, solicitou a admissão à negociação das suas ações na Euronext Lisbon, tendo a operação consistido num aumento de capital de 75 milhões de acções para 100 milhões, através de uma oferta pública de subscrição (IPO) de 25.000.000 ações representativas do capital social.[10]. Em 200é constituída a Fundação Manuel António da Mota, atualmente com sede no Mercado do Bom Sucesso, e que todos os anos atribui o "Prémio Manuel António da Mota", distinguindo organizações e personalidades que se destaquem nos vários domínios da sua atividade. Em 5 de Janeiro de 2011, a Mota-Engil Engenharia e Construção, SA, foi agraciado com o Nielsen Norman Group Design Award 2011 Intranet.[12] Em 2014, a Mota-Engil recebeu dois galardões nos Prémios IRGA 2014, um para melhor Investor Relations Officer, recebido por João Vermelho, responsável pelas Relações com os Mercados, e outro por ter sido reconhecida como a empresa com melhor Performance em Bolsa.[13] Também em 2014, o Grupo Mota-Engil venceu a corrida à privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), [14] iniciou atividade no Uganda[15] e obteve um contrato de 3,5 mil milhões de dólares nos Camarões, o maior contrato da sua história.[16] Em 2017, O grupo Mota-Engil vendeu a totalidade do capital da RTA, empresa detentora do Parque Aquático de Amarante, ao grupo europeu Looping Group, que se apresenta como líder europeu na gestão e exploração de parques de diversão, com um total de 14 equipamentos em sete países[17]. ControvérsiasEm 2006, a Mota-Engil foi alvo de buscas e o seu líder António Mota constituído arguido em 2009 entre outros 700, por envolvimento no sistema de fraude fiscal valendo várias centenas de milhões de euros que deu origem à Operação Furacão. António Mota, a sua irmã Maria Manuela e a Mota-Engil aceitaram pagar ao fisco cerca de 6,1 milhões de euros em duas prestações para não serem acusados pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal de prática do crime de fraude fiscal qualificada.[18] Em 2012 a Mota-Engil foi acusada no Malawi de corromper, entre 2010 e 2011, o ex-presidente Bingu Wa Mutharika, então já falecido, com mais de 40 mil euros, que foram oferecidos em troca de contratos.[19] A Mota-Engil foi das entidades que mais ganhou em adjudicações registadas no portal dos contratos públicos e em parcerias público-privadas (PPP) durante os dois governos de José Sócrates, valendo-lhe o rótulo de "construtora do regime socrático" entre alguns meios de comunicação.[20] No Peru, a Mota-Engil contava-se entre 30 empresas referidas numa investigação do Ministério Público peruano de 2018 por suspeitas de beneficiar de contratos de obras públicas através de acordos ilegais, em que a empresa receberia contratos em troca de uma percentagem do valor da obra.[21] Em 2019, sócios da Mota-Engil na Argentina, juntamente com a Rovella Carranza e a construtora JCR, com quem estavam associados, foram obrigados a marcar presença em tribunal na Argentina como parte de um processo conhecido como "Cadernos da Corrupção", a maior investigação contra a corrupção na história da Argentina.[22] Em causa está a suspeita de intgrarem uma associação ilícita liderada pela ex-presidente Cristina Kirchner para desviar semanalmente dinheiro das obras públicas.[22] Em 2020, a Mota-Engil anunciou venda de mais de 30% do seu capital a empresa pública chinesa CCCC, dos maiores grupos de infra-estruturas mundial.[23] Prémios e CondecoraçõesReferências
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