Morro da QueimadaO Morro da Queimada é um sítio arqueológico localizado na serra de Ouro Preto, Minas Gerais. Reune vestígios de residências e lavras de ouro dos séculos XVIII é XIX. A região foi um dos principais palcos da Revolta de Felipe dos Santos, de 1720, quando o Conde de Assumar, governador de São Paulo e Minas do Ouro, mandou queimar a propriedade de Pascoal da Silva, um dos líderes do movimento. Justamente por isso o lugar é conhecido como Morro da Queimada. HistóriaA história da habitação do Morro da Queimada remonta a primeira década do século XVIII, por conta da mineração de ouro. A mineração, na região, era realizada atráves do uso da técnica de extração a talho aberto, utilizada pela primeira geração de mineradores. Com o esgotamento do ouro de aluvião, a região foi mais fortemente habitada, na busca por ouro em regiões mais afastada dos leitos dos rios. Tendo sido, no decorrer do século, a principal zona mineira de Vila Rica.[1] No morro instalou-se um vivo centro urbano. Os locais de morada e de trabalho coexistiram[2], surgindo ao redor das minas becos, ruas, estradas, comércios e Igrejas, se destacando a São João, Santana, Piedade e o São Sebastião. Foi denominado inicialmente como Morro do Pascoal Silva, potentado que era, praticamente, dono daquelas terras.[1] Revolta de Felipe dos Santos![]() Depois da Revolta de Felipe dos Santos ficou conhecido como Morro do Ouro Podre ou Morro da Queimada, por conta da ordem emitida por Conde de Assumar, que mandou demolir e incendiar as casas de Pascoal da Silva Guimarães e dos participantes da revolta. O motim de 1720 visava a deposição do conde e a formação de um novo governo nas Minas Gerais. As demolições e o incêndio, no entanto, não ceifaram a vida no Morro da Queimada, ele permaneceu ocupado durante os séculos 18 e 19, longa duração testemunhada entre outras evidências pela tipologia de suas ruínas.[3] Década de 1960A região foi pobremente habitada desde 1720, tendo tido um surto de crescimento a partir de 1960. Naquele contexto, por conta do crescimento dos centro urbanos, e gentrificação em Ouro Preto, inicou-se um processo desordenado de ocupação. Os novos contigentes de moradores, tinham o costume de desmontar parte das ruínas e aproveitá-las na montagem dos alicerces, muros e paredes das casas.[4] Parque Arqueológico do Morro da QueimadaEm 2008 teve início o projeto de implantação de um Parque Arqueológico no Morro da Queimada. O projeto aglomerou parcerias com o IPHAN, a Fiocruz, a Prefeitura de Ouro Preto e outras entidades ligadas à proteção do patrimônio, que visavam preservar o sítio, pela importância histórica e cultural. Assim, foi criado um Ecomuseu. Os fundos para o projeto vinham sendo arrecadados, todavia, desde de 2005, pelo Museu da Arte Sacra do Pillar, tendo adquirido conribuições da Caixa Econômica Federal, do Programa Petrobrás Cultural e da Novelis do Brasil S/A.[5][6] Representações na culturaCarlos Drummond de Andrade dedicou versos ao lugar e a sua história. Escreveu: As ruínas do Morro da Queimada "são ásperas, cruéis, e se não vem seguramente daquele dia de julho de 1720, em que a soldadesca de Conde de Assumar ateou fogo no arraial de Ouro Podre".[7] Referência
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