Menina dos Olhos Tristes
Menina dos Olhos Tristes é uma célebre canção portuguesa de intervenção (Folk genre, em inglês), com poema de Reinaldo Ferreira (Barcelona, Espanha 1922-03-22 — Lourenço Marques, Moçambique 1959-06-30) e música de Luís Cília. Foi cantada e gravada por outros nomes da música portuguesa, entre eles, Adriano Correia de Oliveira, Zeca afonso, Manuel Freire e Valete. [1] HistóriaA primeira gravação ocorre me 1965, altura em que Luis Cília compõe a música e a grava para o EP Portugal Resiste Em 1968, Adriano Correia de Oliveira no disco EP Orfeu – ATEP 6275 com "/Erguem-se muros/Canção com lágrimas/Canção do soldado (no cerco do Porto)" Estando Portugal sob a ditadura fascistóide de Salazar e sendo a última das nações europeias que se obstinou nisso, tal regime político nunca quis reconhecer a independência de territórios além-mar, envolvendo-se na Guerra Colonial Portuguesa em todos estes. Ora, sendo "Menina dos Olhos Tristes" canção abertamente anti-guerra, a Censura em Portugal "rapidamente proíbe o disco mas não consegue apagar a música."[2][3] Após a queda (de uma cadeira) e morte subsequente de Salazar, Marcello Caetano substitui-o em 1968 e, abalado, o regime político abre alguma brecha de tolerância. É então, em 1969, que José Afonso grava e a lança no disco single Orfeu – SAT 803 com "Canta camarada".[4][5] Manuel Freire interpreta-a também em 1970, como lado-B do célebre disco single Zip Zip – ZIP - 30001 / S "Pedra filosofal"[6] (editora oriunda da série de programas então inovadora, tipo talk-show televisivo, Zip Zip, o qual levou a cantar lá alguns destes cantores de intervenção anti-regime). [7][5] Foi durante essa curta brecha que ainda outros cant(aut)ores de intervenção conseguiram lançar alguns discos, nomeadamente outra célebre canção anti-guerra[3] "Pedro soldado" com poema de Manuel Alegre musicado em 1968 por: Manuel Freire no célebre disco EP Tagus – TG 112 com "Dedicatória/Eles/Livre" e Adriano Correia de Oliveira no disco EP Orfeu – ATEP 6237 com "Rosa de sangue/Margem sul/Rosa dos ventos perdida/"; acabando também por ser proibido pela Censura em Portugal até se chegar ao Movimento das Forças Armadas, a 25 de Abril de 1974. ReconhecimentoPara além de ter sido gravada por Luís Cília, que compôs a música, foi gravada por outros nomes da música portuguesa, entre eles Adriano Correia de Oliveira, Zeca afonso, Manuel Freire, Valete e Paulo Bragança. [7][5][1] É um dos poemas escolhidos para integrar a Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial, um projecto desenvolvido na Universidade de Coimbra, pelo Centro de Estudos Sociais (CES). [1][8] É uma das 150 canções, reunidas na Antologia: As Palavras das Canções, organizada por João Calixto, e editada com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores. [9][10][7] Referências
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