Mausoléu de Lucílio PetoMausoléu de Lucílio Peto (em latim: Mausoleum Lucilius Paetus; em italiano: Mausoleo di Lucilio Peto) é um antigo mausoléu romano localizado no número 125 da Via Salaria, no quartiere Pinciano de Roma, no cruzamento com a Via Basento[1][2]. HistóriaO mausoléu foi descoberto em 1885 na vinha de Cesare Bertone, que ficava na margem oeste da Via Salaria, já fora da Muralha Aureliana, e é o mais importante de todos os sepulcros descobertos entre a Via Salaria e a Via Pinciana. O piso original está localizado a 7 metros do nível atual da rua, um nível no qual foi descoberta também uma parede em blocos de tufo que provavelmente era a parte da frente do monumento funerário na Via Salaria. É provável que houvesse outras sepulturas de libertos da gente Lucília nas imediações, pois ali foram descobertas muitas inscrições[3]. Infelizmente, os dados de escavação não incluem elementos necessários para entender a relação entre a estrutura (que remonta ao século I a.C.) e a fase de amplo uso do cemitério durante a era imperial (séculos I e III d.C.). Os últimos estudos confiáveis no local da década de 1940 e as avaliações de Montanari são focadas na época de sua reutilização em períodos posteriores[4]. Seja como for, o túmulo é relevante para a tipologia dos mausoléus e é constituído por um baixo tambor com diâmetro de 35,60 metros e cerca de 5 metros de altura sobre o qual estava um cone de terra ainda hoje parcialmente preservado. A altura total era de cerca de 16 metros. No centro do túmulo ficava a câmara sepulcral no formato de uma cruz grega à qual se acedia através de uma profunda passagem de entrada (em latim: dromos) no lado oposto ao da Via Salaria[4]. A estrutura apresenta uma parede de cimento contínua (cercada por blocos de tufo) e revestida com grossas lajes de travertino. O plinto se projeta em 2 fileiras encimadas por uma cornija, acima da qual um friso central é composto por quatro fileiras de lajes que imitam perfeitamente a opera quadrata: o tambor termina em uma cornija com dentículos[4]. Na fachada de frente para a Via Salaria, no opus quadratum de travertino, está a inscrição em elementos marmóreos do proprietário do túmulo em caracteres extremamente bem trabalhados e com palmetas angulares[5][4][1]:
. Provavelmente existia também um portal, do qual nada restou, de acesso à passagem (dromos) coberta por uma abóbada de berço; a cela, por outro lado, era coberta por uma abóbada de berço aberta numa luneta; os vãos são feitos com um cimento fundido com fortes irregularidades e simplesmente rebocados. Conservou-se um leito fúnebre em cantaria na parede norte da cela, mas é uma adição tardia, mas com as pernas, que originalmente o sustentavam, faltando[4]. Por sua tipologia, o mausoléu se enquadra numa data do final do período republicano ou do início do período imperial e a forma achatada do tambor parece lembrar os túmulos etruscos, ligeiramente arcaica; a inscrição não permite uma datação muito precisa e o tal Lucílio Peto não é conhecido por outras fontes. Porém, a posição elevada da inscrição permite acreditar que o friso provavelmente estivesse destinado a receber outros títulos[4]. O túmulo acabou enterrado por causa da elevação do nível da rua que Rodolfo Lanciani atribuiu à terra proveniente da escavação para construção do Mercado de Trajano entre 97 e 117. Ele próprio escreveu também que provavelmente no século II o túmulo estava enterrado até o topo porque nele estavam encostados hipogeus de tijolos, entre os quais um columbário ao lado da inscrição e um sepulcro do final do século I no fundo[1]. No século IV, a estrutura foi reutilizada, o que resultou na construção de uma escada de acesso à passagem da entrada (dromos) e de uma verdadeira catacumba no interior; parte dos lóculos escavados nessa galeria foram escavados nas fundações da passagem e parte na encosta de tufo. Eles foram encontrados ou adulterados ou fechados por tijolos simples sem registro; são cerca de 80 sepulturas, metade das quais de crianças[4][1]. Ao longo da margem superior de um lóculo, os últimos estudos de Montanari recuperaram uma longa inscrição, com cerca de dois metros, preservada logo de início cujo formato simples é típico do ambiente das catacumbas do século IV. Quanto às atribuições dos sepultamentos mais tardios, eles parecem pertencer a um núcleo familiar ou a um colégio de alguma religião pagã, uma hipótese reforçada por suas condições humildes e pela característica formulaica da inscrição acima dos nichos. Porém, a reutilização ocorreu por um curto período de tempo, como revelaram as escavações[4]. ReferênciasLigações externas
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