Maurice de Périgny
Alexis-Antoine-Maurice Symon, conde de Périgny (Verdalle, 22 de março de 1877 — São Paulo, 4 de agosto de 1935) foi um geógrafo, arqueólogo, fotógrafo, tradutor e explorador francês. Périgny foi "um apaixonado americanista, cuja contribuição para a arqueologia maia é inegável", como registrou Éric Taladoire que, analisando os defeitos conceituais existentes na sua obra, analisou suas viagens ao México e América Central.[1] BiografiaNasceu no Château de Touscayrats (ou Touscairas), propriedade familiar na comuna de Verdalle, no cantão de Dourgne, segundo dos três filhos homens do Conde Marie-Félix-Arthur Symon de Périgny e sua esposa, também de origem nobre e abastada, Alice-Marie-Clary Nairac de Ferrières.[2] Completou a formação inicial numa escola de Sorèze, situada a somente quinze quilômetros do castelo da família, em 1893. Dois anos depois sua mãe falece num acidente de pesca, que ganhou repercussão nacional. Périgny, então, estuda em Paris letras, ciências e direito, havendo indicação de que se formara geógrafo. No ano de 1900 realiza uma viagem pela Europa, especialmente em Hamburgo e já no ano seguinte vai a Nova Iorque e, dali, a Montreal. Em 1902 consta haver estado em Boston e, no ano seguinte, em Nova Orleans e, entre maio e agosto, viaja pela Coreia e Japão.[2] Assim, a 20 de maio de 1904 realizou uma conferência na Société de Géographie que, em uma semana, o admite como membro e, em junho, participa de evento em Harvard, vindo em setembro a participar como delegado do Congresso Internacional de Geografia, evento que se deu em várias cidades estadunidenses até seu encerramento na Feira Mundial de Saint Louis; reunidos pelo evento, um grupo de congressistas decide realizar viagem exploratória pelo Novo México, Arizona, Colorado e na Cidade do México onde permanece enquanto os demais retornam; no México passa ali alguns meses, estando em janeiro do ano seguinte nos sítios arqueológicos da Península de Iucatã: de volta à França obtém apoio governamental e da Société para retornar às explorações iniciadas em Iucatã, dessa vez percorrendo também a Guatemala (onde descobriu as ruínas de Nakum) e Belize.[2] Casou-se, em Londres, 1908, com Marie-Louise Leidinger de Reinert, então uma divorciada com 35 anos de idade, sendo já então morador de Paris. Em 1909 empreende nova expedição pela Costa Rica e Guatemala, passando vários meses na América Central, visitando no ano seguinte a El Salvador, Honduras e Nicarágua, em visitas onde foi recepcionado pelos respectivos presidentes.[2] Em 1913, Périgny voltou à Costa Rica , onde viajou por quatro meses, deixando no país uma das mais completas obras escritas em francês até então. Não foi publicado até 1918 devido a uma longa doença e sua mobilização durante a Primeira Guerra Mundial que o trouxe para o Marrocos e depois para o front italiano.[2] Deixou definitivamente a França em 1920 mudando-se para o Brasil, onde viveu até sua morte.[2] Em 1934 participou da fundação da Aliança Francesa na capital paulista, que presidiu até seu falecimento.[3] Foi membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo,[4] havendo trabalhado na tradução ao francês de vários autores brasileiros de renome, como Machado de Assis.[5] Périgny teve intensa vida social no Brasil onde foi representante da Banca Française et Italienne pour le Brésil, e quando morreu aos cinquenta e oito anos teve seu corpo embalsamado para ser sepultado no túmulo familiar, em França.[6] No dia 9 de agosto foi celebrada uma missa pelo Conde na Capela Francesa, na capital paulista e, no obituário publicado no dia 8 pelo Correio Paulistano, informara-se que dera duas voltas ao mundo, publicara vários livros e fora "simples soldado" na Grande Guerra, vindo a se tornar tenente de infantaria. Graças ao seu trabalho e lutas recebeu diversas honrarias, dentre as quais a Legião de Honra e a Cruz de Guerra, sendo "cavaliere" da Ordem da Coroa, italiana.[5] Depois de velado na capital paulista o corpo seguiu para Santos, no dia 11 de agosto, onde embarcaria no vapor Eubée, de volta à terra natal.[7] Publicações
Referências
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