Match Fischer–Spassky (1992)O match de 1992 entre o ex-campeão mundial de xadrez Bobby Fischer e Boris Spassky foi uma revanche extra-oficial do match pelo Campeonato Mundial de 1972 . Venceria o match o jogador que vencesse 10 partidas primeiro (sem contar empates). A disputa começou em Sveti Stefan, perto de Budva, uma ilha na costa de Montenegro. A segunda parte do match foi jogada em Belgrado, capital da Sérvia . Ambos os locais faziam na época parte do mesmo país, a República Federal da Iugoslávia, que estava sob sanções esportivas da ONU por causa da dissolução da Iugoslávia . A participação de Fischer levou a um conflito com o governo dos Estados Unidos, que advertiu Fischer que sua participação no match violaria uma ordem que impunha sanções estadunidenses à Iugoslávia. O governo dos EUA acabou emitindo um mandado de prisão contra ele. Depois disso, Fischer viveu nunca mais retornou ao seu país natal. Fischer venceu o match de com 10 vitórias e 5 derrotas. Embora tenha havido considerável cobertura da mídia e muito do drama do match anterior tenha se repetido, o interesse público pela revanche Fischer-Spassky não foi nem de longe o mesmo de 1972. ContextoDepois de derrotar Spassky e ganhar o título de Campeão Mundial no Campeonato Mundial de Xadrez de 1972, Fischer deveria defender seu título em 1975 contra o vencedor do Torneio de Candidatos da FIDE em 1974, Anatoly Karpov . Fischer, porém, estava insatisfeito com o formato do Campeonato Mundial. As regras estabeleciam um match de 24 partidas, sendo vencedor o primeiro jogador a marcar 12 pontos e meio; se o match ficasse empatado por 12-12, o prêmio em dinheiro dividido e o campeão manteria seu título. Em vez disso, Fischer exigiu que o formato fosse alterado para o usado no primeiro Campeonato Mundial, entre Wilhelm Steinitz e Johannes Zukertort, onde o vencedor foi o primeiro jogador a marcar 10 vitórias, sem considerar os empates. No caso de uma pontuação de 9 a 9, o campeão manteria o título e o fundo de prêmio seria dividido igualmente.[1] [2] Kasparov critica essa ideia, afirmando que o desafiante precisaria, na prática, ter que vencer por dois pontos de diferença. Um Congresso da FIDE foi realizado em 1974, durante as Olimpíadas de Nice . Os delegados aprovaram a proposta de 10 vitórias de Fischer, mas rejeitaram a cláusula do 9–9, bem como a possibilidade de um match com partidas ilimitadas. [3] Em resposta, Fischer se recusou a defender seu título e Karpov foi declarado Campeão do Mundial. Dezessete anos depois, Fischer entrou em negociações com patrocinadores dispostos a financiar um match no formato proposto por ele, acertando uma oferta do banqueiro iugoslavo Jezdimir Vasiljević . Fischer insistiu que, como não havia sido derrotado em um match, ele ainda era o verdadeiro Campeão do Mundial. Ele afirmou ainda, sem nenhum tipo de prova, que todos os matches do Campeonato Mundial sancionadas pela FIDE, envolvendo Karpov e seus adversários Korchnoi e Kasparov, tiveram resultados pré-combinados.[4] A premiação do match foi de US$ 5 milhões, com $ 3,35 milhões para o vencedor. [5] [6] [7] O matchO match foi jogado em um número ilimitado de partidas, o vencedor seria o primeiro a conseguir 10 vitórias. Um empate de 9-9 e Fischer manteria o "título". Uma novidade deste confronto foi o uso, pela primeira vez, de um relógio digital com o acréscimo de um minuto no após cada lance. Sveti Stefan e Belgrado, Iugoslávia, setembro a novembro de 1992
Após o matchApós a vitória, Fischer se proclamou o "Campeão Mundial Invicto". Todavia, seu status de campeão mundial de 1992 não teve amplo reconhecimento no mundo do xadrez. [8] Na época, o campeão mundial da FIDE era Garry Kasparov . Kasparov também era o número um do mundo na lista de classificação de julho de 1992, com uma rating ELO de 2790, uma vantagem de 70 pontos sobre o segundo colocado, Vassily Ivanchuk . A pontuação de Fischer de 17½ em 30 partidas contra Spassky, com rating de 2545 na época, deu ao estadunidense um rating performance de 2645, [9] que o colocaria em 12º lugar do mundo na lista de julho de 1992. Yasser Seirawan acredita que o match provou que a força de jogo de Fischer estava "em algum lugar entre os dez primeiros do mundo". [10] Kasparov tinha outra opinião, afirmando que "Bobby está jogando bem, mas nada demais. Talvez sua força esteja entre 2600 e 2650. Não estaria próximo da elite dos grandes mestres de 1992. " [11] Para Kasparov, Fischer jogava ainda um "xadrez de 1972"" e não teria muitas chances com grandes mestres com mais de 2600 de rating em 1992.[12] Referências
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