Matías González
Matías González (6 de agosto de 1925 – 12 de maio de 1984) foi um futebolista uruguaio que jogava como zagueiro. Foi campeão da Copa do Mundo de 1950. Mesmo passando toda a carreira no modesto Cerro e considerado inexperiente, foi titular da Seleção Uruguaia no Maracanaço, onde teve atuação defensiva descrita como "impecável",[1] grudando no artilheiro Ademir de Menezes e anulando também Friaça no primeiro tempo.[2] Carreira clubísticaMatías González defendeu somente o Cerro, pequeno clube de Montevidéu que jamais venceu o campeonato uruguaio. A equipe subiu em 1946 de volta à primeira divisão do torneio, da qual estava ausente desde o rebaixamento em 1929.[carece de fontes] Dali até González deixar de jogar oficialmente pelo clube, aos trinta anos,[1] a colocação mais comum foi o quinto lugar, como em 1949, 1950 e 1951, conseguindo como melhor posição o terceiro lugar justamente em 1955 e 1956.[carece de fontes] SeleçãoMatías González estreou pela seleção uruguaia em 13 de abril de 1949. A data correspondeu à estreia da Celeste na Copa América de 1949. Foi o único jogador do Cerro convocado à competição;[carece de fontes] o clube era o último colocado no campeonato uruguaio do ano anterior no momento em que este foi finalizado, após a primeira rodada do segundo turno.[3] O campeonato uruguaio de 1948 foi interrompido por uma greve que só acabaria já no próprio mês de abril de 1949,[4] quando desenrolou-se aquela Copa América. Assim, decidiu-se que o título caseiro ficaria com o então líder Nacional,[5] e que não haveria o rebaixamento.[carece de fontes] A greve fez com que jogadores secundários fossem chamados à Copa América, com juvenis, atletas do interior ou quem não houvesse aderido ao protesto - foi este o caso de González.[6] Na campanha que rendeu apenas um sexto lugar entre oito participantes, González foi titular, assim como o único convocado que terminou chamado também para à Copa do Mundo FIFA de 1950.[carece de fontes] Copa de 1950Ele, Rubén Morán e Héctor Vilches tornaram-se os primeiros jogadores do Cerro chamados a uma Copa do Mundo FIFA.[carece de fontes] Deles, González foi o primeiro a estrear, participando de todos os jogos da seleção no torneio. Morán esteve apenas no Maracanaço, o suficiente para fazer do Cerro a terceira equipe mais representada na decisão contra o Brasil, abaixo apenas da dupla Nacional (com três) e Peñarol (seis).[1] O Uruguai veio à Copa do Mundo com um ambiente turbulento; Obdulio Varela chegou a relatar que os jogadores estiveram próximos de não embarcarem ao Brasil, em protesto contra represálias de dirigentes contra a recente greve.[6] Além disso, o técnico Juan López fora escolhido apenas um mês antes do torneio, após a Celeste Olímpica obter resultados ruins contra os próprios brasileiros, o que, além das derrotas pela Copa Rio Branco, incluíam ainda uma derrota para o Brasil de Pelotas e, em Montevidéu, dois empates contra o Fluminense; os jogadores uruguaios viam-se fora de forma após dois meses de inatividade.[7] Antes da escolha da Associação Uruguaia de Futebol por López, o Peñarol chegara a vetar a convocação de seus jogadores: a AUF desprezava o técnico da equipe aurinegra, o húngaro Emérico Hirschl, desejado pela torcida e mídia. Com pouco tempo para entrosar o time, López chamou exatamente os jogadores que disputaram a Copa Rio Branco semanas antes do mundial.[7] A Copa Rio Branco desenrolara-se em três partidas, com Matías González jogando todas, repetindo nas duas primeiras a dupla de zaga com Vilches, depois substituído por Eusebio Tejera,[carece de fontes] que seria o parceiro de González no mundial.[1] A presença de González no time foi favorecida por intervenção de Obdulio Varela, pois González vinha sofrendo boicote de colegas por não ter aderido à greve de 1948. Assim o capitão relatou:[6]
González foi herói em um complicado jogo contra a Espanha, já no quadrangular final. Os sul-americanos começaram ganhando, mas sofreram a virada e precisarem de um chute arriscado de longa distância de Obdulio Varela para empatar nos últimos vinte minutos.[8] O zagueiro salvou em cima da linha o que poderia ter sido a vitória espanhola no último lance.[9] No Maracanaço, González era o jogador uruguaio de linha mais recuado,[10] não saindo muito além da meia-lua.[9] Foi o encarregado de marcar pessoalmente o artilheiro Ademir de Menezes, grudando nele com o apoio de Víctor Rodríguez Andrade pela esquerda, Schubert Gambetta pela direita e Tejera pelo centro. González também anulou Friaça no primeiro tempo, em que a tática uruguaia funcionou para impedir as tabelas entre Ademir, Zizinho e Jair da Rosa Pinto, jogadas-chave para as goleadas impostas pelos brasileiros nas partidas prévias à decisão.[2] Após a CopaO Uruguai só voltou a fazer partidas no ano de 1952, pelo Campeonato Pan-Americano daquele ano, de março a abril.[carece de fontes] Matías González, novamente, foi convocado e foi o único zagueiro uruguaio titular absoluto, com sua dupla sendo revezada entre Vilches, Juan Carlos González e José Santamaría. A Celeste ficou em terceira,[carece de fontes] sendo derrotada por 4-2 pelo campeão Brasil, que na época encarou o resultado como uma vingança pelo Maracanaço, a primeira de diversas partidas vistas como algo do tipo.[7] González foi o zagueiro uruguaio titular absoluto também na Copa América de 1953, com William Martínez sendo seu parceiro mais frequente. O Uruguai terminou em terceiro; González terminou não convocado à Copa do Mundo FIFA de 1954, perdendo a titularidade na Celeste: foi convocado à Copa América de 1955, mas atuou em somente uma partida, justamente na goleada de 6-1 sofrida para a campeã Argentina. Os uruguaios ficaram em quarto.[carece de fontes] González jogou pela última pela seleção em 10 de outubro de 1956,[carece de fontes] data de derrota de 2-1 para a Argentina em Paysandú. Havia ficado de fora da Copa América daquele ano, realizada em janeiro no Uruguai e ganha pelo país.[carece de fontes] Após pararMatías González passou a trabalhar como funcionário público do Congresso Nacional, ganhando um bom salário sem muito trabalho.[11] Desenvolveu problemas com o alcoolismo e faleceu em 12 de maio de 1984.[1] TítulosReferências
Ligações externas
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