Marquês de Olinda (vapor)
O Vapor Marquês de Olinda foi um navio brasileiro capturado pela Armada Paraguaia e utilizado por essa na Guerra do Paraguai. O navioO Vapor brasileiro Marquês de Olinda levava esse nome em homenagem a Pedro de Araújo Lima, Ministro, Regente e Presidente do Conselho Imperial[1]. Não era um navio da Armada Imperial Brasileira, mas um navio civil mercante e de passageiros destinado à rota do Rio Paraná e Rio Paraguai. Se tratava de um vapor de casco de madeira impulsionado por rodas laterais. Possuía um baixo calado, que o tornou adequado para a navegação fluvial, tinha um deslocamento de 180 toneladas e um motor a vapor de 80hp[2]. Com as companhias Bernal & Cárrega primeiro, e G. Matti & Cia posteriormente, entre 1860 e 1862 realizou a rota entre a cidade de Buenos Aires e Corumbá sob comando de José Berisso, com escalas em San Nicolás de lós Arroyos, Rosario, Paraná, Corrientes e Assunção[2]. Já no Rio da Prata, também chegou a Montevidéu para transferência exclusiva de passageiros. Em 1863, sob comando de Hipólito Betancour, ampliou seu serviço para a cidade de Cuiabá, a cerca de 660km de Corumbá, totalizando um percurso de viagem de aproximadamente 3 mil km[2]. AprisionamentoO vapor Marquês de Olinda foi capturado pelo governo paraguaio em 12 de novembro de 1864, quando subia o Rio Paraguai transportando o Cel. Frederico Carneiro de Campos, então presidente designado à província de Mato Grosso e que estava a rumar para assumir o seu posto. Esse fato, a captura do Forte Novo de Coimbra e a invasão paraguaia do Mato Grosso um mês depois, foram considerados atos de guerra pelo Império do Brasil e contribuíram para desencadear a Guerra do Paraguai. Os paraguaios, após a sua captura, o armaram e equiparam como navio de guerra nos estaleiros de Assunção, instalando 8 canhões[3]. Ofensiva no Rio ParanáJunto dos vapores Tacuarí, Paraguarí, Yporá e Ygurey, o Marquês de Olinda zarpou de Assunção em 11 de abril de 1865 com destino a cidade de Corrientes. Na manhã de 13 de abril a esquadra sob comando de Pedro Ignacio Meza chegou a cidade argentina e após um breve enfrentamento capturou os vapores argentinos Gualeguay e 25 de Mayo que permaneciam ancorados e desarmados para reparos. Auxiliou no rebocamento dos dois navios capturados até o Forte Itapirú, colaborou ainda com a passagem das tropas paraguaias ao território argentino e depois partiu para Assunção. Em 8 de junho de 1865 participou da escolta que transportava o marechal Francisco Solano López ao Forte de Humaitá, junto do Yporá, Paraguarí, Ygurey, Jejuí, Yporá, Salto Oriental, Río Blanco, Paraná e Tacuarí. A meia noite de 10 de junho, uma esquadra de nove navios e comandada pelo capitão de fragata Pedro Ignacio Meza partiu rumo a Corrientes para atacar uma esquadra da Marinha Imperial Brasileira que estava ancorada nos arredores daquela localidade. Era encabeçada pelo vapor Tacuarí (comandado por José Maria Martinez), compondo ainda a esquadra além do Marques de Olinda (Ezequiel Robles), o Paraguarí (José Alonso), o Ygurey (Remigio Del Rosario Cabral Velázquez), Yporá (Domingo Antonio Ortiz), Jejuy (Aniceto López), Salto Oriental (Vicente Alcaraz), Yberá (Pedro Victorino Gill) e o Piraveve (Tomás Pereira). Contudo, sofreram um atraso devido a uma falha no vapor Yberá, que também os fez serem detectados pelo vapor brasileiro Mearim na altura de Punta de Santa Catalina. Às 8:30, o confronto entre os dois esquadrões começou em frente à cidade Corrientes e se estendeu às margens do arroio Riachuelo, um afluente do rio Paraguai. A frota paraguaia continuou engajada na batalha com a esquadra brasileira até Isla Lagraña, onde subiu para ancorar perto da foz do Rio Riachuelo. O Marquês de Olinda, junto com o Tacuarí e o Salto Oriental, foram contra o vapor brasileiro Parnaíba, que chegou a ser abordado e invadido. A fragata Amazonas então se dirigiu ao seu auxílio, atingindo o Paraguarí e forçando-o a encalhar no banco de área próximo para não afundar e na sequência a fragata abriu fogo direto contra o Marquês de Olinda, enquanto o Tacuarí enfrentava os vapores brasileiros Araguarí e Beberibe. Com a caldeira destruída e em chamas, o Marquês de Olinda foi arrastado pela correnteza do Rio Paraná até atingir um banco de areia e afundar parcialmente. A maior parte da sua tripulação foi morta ou ferida durante a ação. Ao fim do combate, a fragata Amazonas o abordou, resgatando alguns sobreviventes incluindo o seu comandante, Ezequiel Robles, que foram levados prisioneiros. O comandante do vapor sofreu amputação de seu braço e veio a morrer pouco depois. O restante da tripulação foi conduzido a Buenos Aires e outros fugiram com ajuda de jangadas para o Chaco, liderados por George Gibson, engenheiro e tripulante do Marquês de Olinda, que mais tarde se reuniram com as tropas do general Wenceslao Robles. Mais tarde, Gibson relataria ao general Robles o ocorrido com o desastre do vapor:
Ao fim da ação, além do vapor Marques de Olinda, o Tacuarí e o Jejuí, assim como as três Chatas (pequenas embarcações rebocadas) ficaram seriamente avariadas e ou foram encalhadas nos bancos do rio ou afundadas. Referências
Bibliografia utilizada
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