Maria Lourença Cabecinha
Maria Lourença Cabecinha (Montemor-o-Novo, 17 de março de 1933 - 7 de janeiro de 2022) foi uma resistente antifascista e militante comunista portuguesa. PercursoMaria Lourença Cabecinha nasceu em S. Romão, Montemor-o-Novo, a 17 de março de 1933.[1][2][3][4][5] Aos 12 anos, começou a trabalhar, inicialmente na apanha de azeitona e posteriormente na monda e na ceifa. Ao mesmo tempo, aprendeu a ler, com o pai, por não ter frequentado a escola.[4][5] Em 1947 envolve-se activamente numa luta dos assalariados agrícolas, pelo aumento dos salários.[5] Um ano depois, com 15 anos, tornou-se militante do Partido Comunista Português, na sequência da prisão de um dos seus tios.[1][4][5] Aos 18 anos tornou-se funcionária do partido.[4][6] Entrou na clandestinidade em 1952, onde assumiu a manutenção e a defesa e vigilância das casas clandestinas, e prestou apoio técnico às tarefas de organização de António Gervásio, seu companheiro. Durante este tempo, também colaborou no jornal 3 Páginas com o pseudónimo de Leontina e n’ A Voz das Camaradas com o pseudónimo de Lina.[3][5] Na sequência de apoio técnico a um membro do Organismo da Direcção Regional do Sul do Partido Comunista Português, Maria Lourença Cabecinha foi presa a 12 de Abril de 1964,[1][3] sendo transferida para Caxias em regime de isolamento contínuo. Após se recusar a prestar declarações, foi julgada em 21 de Janeiro de 1965, e condenada a uma pena de dois anos e dez meses. Porém a liberdade condicional apenas lhe foi concedida no dia 12 de Setembro de 1969. É libertada no dia 18 do mesmo mês.[1][3][5] Após sair da prisão, regressou a Montemor-o-Novo e fez o exame da 4.ª classe.[5][6] Em Julho de 1970 regressou novamente à clandestinidade e mudou-se para Lisboa.[5] Após 1971, Maria Lourença é transferida para o Porto, onde viveu com com Deolinda Franco, que desempenhava tarefas de organização.[5] Na clandestinidade, viveu em várias localidades do Alentejo, nomeadamente em Évora, bem como nos distritos de Setúbal (Arrentela, Torre da Marinha e Baixa da Banheira) e Lisboa e na cidade do Porto.[5][1] A 25 de Abril de 1974, estava em Lisboa, a viver numa casa clandestina com Sofia Ferreira. Em Maio desse ano, regressou ao Alentejo, onde participou na abertura de centros de trabalho em Montemor e em Évora. Também desempenhou tarefas na Organização Regional de Évora, tendo acompanhado a reforma agrária,[5][1][3][7] e participou em diversas iniciativas da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) e no núcleo de Montemor-o-Novo do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) desde a sua origem.[6][4] Entre 1988 e 1993 esteve destacada na Organização Regional da Beira Interior.[1][3][7] Morreu a 7 de janeiro de 2022.[3][4] Referências
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