Nasceu na região serrana do Rio de Janeiro onde seus pais, o pianista francês Joseph Paul Tagliaferro e Louise Hergenröder, passavam férias de verão. Seu avô paterno, Giovanni Antonio Onorato Tagliaferro, era italiano. Sua avó paterna, Mélanie Fahys, francesa. Cresceu na cidade de São Paulo, onde seu pai lecionava técnicas de piano[2][3].
Carreira
Aos treze anos ganhava o Primeiro Prêmio do Conservatório Nacional de Paris. Apresentava regularmente concertos na França e em outros países da Europa, além do Brasil e Estados Unidos. Foi professora em Paris, São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu vários prêmios e condecorações nacionais e internacionais. Em novembro 1928 gravou o primeiro disco. Desenvolveu uma técnica de ensino muito particular e foi criadora do que hoje chamamos de Aula Pública, que visa a educação dos alunos e a formação do público. Em 1940 fundou a Escola Magda Tagliaferro e em 1969 constituiu a Fundação Magda Tagliaferro. Para ela, o homem só poderia ser verdadeiro se, em seu desejo de perfeição, aceitasse e, até mesmo, tirasse partido de sua falibilidade.
Seu último aluno bolsista em Paris, o pianista e produtor paulista Fábio Caramuru, vem coordenando uma série de projetos culturais em sua memória, a convite da Fundação Magda Tagliaferro.
Reconhecimento
Seu nome brilha ao lado de artistas como Arthur Rubinstein, Vladimir Horowitz, Claudio Arrau, Antonieta Rudge, Guiomar Novais e Marguerite Long. A pianista impôs uma nova concepção de sonoridade feminina no teclado. Exímia intérprete, tornou-se uma referência interpretativa. Foi um símbolo da arte de tocar piano, uma personalidade de energia contagiante, um talento exuberante, un "interprete de lenda"[4]. Desde sempre foi reverenciada pela crítica. Desenvolveu uma brilhante carreira artística, sem nunca esquecer da missão pedagógica. Segundo ela, não há gênio no mundo que resista à falta de estudo.
Em 1976, durante um concerto em São Paulo, foi agraciada com a Ordem do Ipiranga, no grau Grande Oficial.
[5] Magda Tagliaferro escreveu um livro de memórias intitulado: "Quase tudo... (Memórias). Escreveu-o em francês e foi traduzido para o português pela pianista e tradutora Maria Lúcia Pinho. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1979.
Discografia
Relançamentos em CD
1991Magda Tagliaferro Revival (Brasil) ECHO (Realizado por Fábio Caramuru, Grande Prêmio da Crítica APCA 1991)
1991Villa-Lobos par lui-même (França) EMI (caixa de 6 CDs)
1993Le piano français de Chabrier à Debussy (Japão) Erato
1994Magda Tagliaferro, grande dame du piano français' (França) Philips (caixa de 3 CDs)
1961Beethoven - Sonatas for piano and violin Op 24 "Springtime" and Op 46 "to Kreutzer" w/ Manoug Parikian, violin - R Geneva
1972Magda Tagliaferro interpreta Villa-Lobos - Angel Brazil
1972Magda Tagliaferro interpreta Chopin - Angel Brazil
1973Debussy - 12 preludes: Danseuses de Delphes, Voiles, Les Collines d'Anacapri, La Sérénade interrompue, La Cathédrale engloutie, La Puerta del Vino, La Terrasse des audiences au clair de lune, Les Tierces alternées, Bruyères, General Lavine - eccentric, Ondine, Feux d'artifice
1974Albéniz - Sevilla, Evocation, Triana / Granados - Rondalla aragonesa, Quejas o la Maja y el ruisenor / Falla - Danza del molinero (La Vida breve), Danza espanola N°1 (La Vida breve)
1979Chopin - Ballade N° 4 / Debussy - L'Isle joyeuse / Hahn - Les Rêveries du prince Eglantine / Schumann - Intermezzo (Faschingsschwank aus Wien), Carnaval Op 9
1981Fauré - Dolly, Ballade w/ Daniel Varsano, piano
↑LEITE, Édson (2001). Magdalena Tagliaferro: testemunha de seu tempo. [S.l.]: Annablume. 233 páginas
↑Schumaher, Schuma e Erico Vital Brazil, Erico (2000). Dicionário mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade (pág. 355. [S.l.]: Jorge Zahar Editor. 568 páginas. ISBN 85-7419-213-9 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)