Machim Nota: Se procura o protagonista da lenda de Machim, veja Juan Machín de Arteaga.
Machim, ou Mestre Machim ou Mestre Machi (século XV — século XVI) foi um escultor de provável origem flamenga ou franco-flamenga ativo em Portugal no século XVI. ObraA presença de Machim na cidade de Braga está documentada a partir de cerca de 1509-1510, onde foi autor de um retábulo em pedra para a Sé, em estilo gótico flamejante, de que apenas resta um fragmento, que seria transformado em época posterior em frontal do altar-mor. Desse frontal foi ainda cortada uma edícula que se encontra na Casa-Museu Guerra Junqueiro, Porto.[1] Foi ainda autor do notável Cadeiral do Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra (c. 1513). Completado por João Alemão (1518), esse cadeiral foi de início instalado no interior da capela-mor, sendo mais tarde ampliado com um conjunto de novas cadeiras (preservando as características essenciais da traça inicial) e deslocado para o coro-alto pelo escultor francês Francisco Lorete (c. 1531). Segundo Vítor Serrão, Machim terá tido um papel de relevo na execução do retábulo e do cadeiral da Sé do Funchal e, segundo outros autores (como Vergílio Correia, Pedro Dias ou Fernando António Baptista Pereira), terá trabalhado no portal sul do Mosteiro dos Jerónimos (1518).[2][3] Assinale-se a complexidade do programa iconográfico do cadeiral do Mosteiro de Santa Cruz: "o bestiário variado, no qual há referências a fábulas greco-latinas e ao «simbolismo disfarçado», típico da mentalidade artística do norte da Europa desta época; as alegorias morais; as figuras humanas de difícil decifração e que deverão representar tipos da sociedade do seu tempo (como no teatro vicentino); finalmente, a sequência de quadros guerreiros e marítimos, com fundos urbanos de recorte nórdico, que coroam toda a composição, que Pedro Dias sugeriu serem livremente inspiradas nas gravuras de cidades da Crónica de Nuremberga".[3]
Referências
Bibliografia
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