É um dos monumentos mais visitados do norte do país, sendo que em 2022 recebeu 149.462 entradas.[3]
História
Assenta sobre as fundações de um antigo mercado ou templo romano dedicado a Ísis, conforme testemunha uma pedra votiva na parede leste, e os muros de uma posterior basílicapaleocristã.
A sua história melhor documentada remonta à obra do primeiro bispo, D. Pedro de Braga, e corresponde à restauração da Sé episcopal em 1070, de que se conservam poucos vestígios.
Em 1268 as obras ainda não estavam concluídas. O edifício continuou a ser modificado com algumas intervenções artísticas, sendo particularmente significativa a galilé, mandada construir, na fachada, por D. Jorge da Costa nos primeiros anos do século XVI e que viria a ser concluída por D. Diogo de Sousa. Este último mandou fazer as grades que agora a fecham, tendo ainda alterado o pórtico principal, (destruindo duas das suas arquivoltas) e mandado executar a abside e a capela-mor, obra de João de Castilho datada do início do século XVI.
Em 1688 destacou-se a campanha de obras promovida pelo arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles, que modificou toda a frontaria ao gosto barroco, mandando executar também o zimbório que ilumina o cruzeiro.
No século XX foi colocado junto aos claustros o túmulo da taumaturga, religiosa e estigmatizada, Irmã Maria Estrela Divina, centro de grande devoção popular.
Ficou célebre o seu espólio de Relíquias sagradas,de onde se destaca o pedaço de um Manto da Virgem Santa Maria, na Capela das Relíquias.
Aí estão arcas que contêm os ossos de muitos Santos,e é legendária a dita Arca Sagrada, cujo conteúdo será notável, e saía em procissão no passado, em dias de solenes festas.
O templo românico apresentava a fachada neste estilo, ladeada por duas torressineiras onde se abre o portal principal.
O interior é constituído por três naves, com seis tramos e cobertura de madeira, transepto desenvolvido e uma cabeceira com a abside rodeada por dois absidíolos.
Os elementos básicos desta traça ainda hoje se conservam com excepção da cabeceira.
O essencial da escultura românica da Sé sobreviveu até hoje, estando concentrada nos portais (principal e lateral sul, a chamada "Porta do Sol") e nos capitéis do corpo do templo. O frontal do altar-mor, em estilo gótico flamejante, é um fragmento do retábulo inicial da autoria de Mestre Machim (c. 1510).[5]
A primitiva capela, da qual apenas resta a estrutura das paredes, foi mandada erguer pelo arcebispo Geraldo de Moissac, sob a invocação de São Nicolau.
Em 1418-1467 o arcebispo D. Fernando da Guerra, após Geraldo de Moissac ter sido considerado santo, dedicou a Capela a este antigo arcebispo de Braga, e os restos do santo sepultados no retábulo principal.
Erguida por iniciativa do arcebispo D. Gonçalo Pereira para seu monumento funerário.
Em 17 de novembro de 1331, o Papa João XXII através da bula "Marita tuae devotionis", concedeu a D. Gonçalo Pereira autorização para gastar 6000 florins de ouro, das rendas da mesa arquiepiscopal, na dotação da capela que planeava construir.
O atual claustro foi construído no século XIX em substituição a um anterior, gótico, e que já no século XVIII ameaçava ruína.
Aqui se encontra em nossos dias a sepultura da Irmã Maria Estrela Divina, religiosa terciária estigmatizada, que faleceu em odor de santidade.
Existe um outro claustro anexo mais antigo, chamado de Claustro dos Reis, uma vez que aqui se encontram sepultados os reis Suevos, segundo uma antiquíssima tradição.
Em 1996 nele foram substituídos 23 sinos. Os sinos apeados ao longo dos séculos da Sé e das igrejas de Braga estão reunidos no Tesouro-Museu da Sé de Braga, que contabiliza mais de 200 destas peças.
Cronologia
Século XI - Construção de uma igreja episcopal sob a iniciativa do bispoD. Pedro (1070-1091), sobre os restos de um grande edifício romano e outro da Alta Idade Média;
1212 / 1228 - Reparações na sacristia e claustro e reconstrução da capela de S. Geraldo;
1326 / 1348 - D. Gonçalo Pereira manda construir a capela tumular, conhecida como capela da Glória, junto à de S. Geraldo, bem como pintar o coro;
1374 - D. Lourenço Vicente manda construir, junto da parede norte da Sé, no local onde estavam sepultados os condes D. Henrique e D. Teresa, uma capela, a capela dos reis;
1416 / 1467 - D. Fernando da Guerra dotou e restaurou a Biblioteca, bem como a capela de S. Geraldo;
1486 / 1501 - Construção da galilé;
1505 / 1532 - O arcebispo D. Diogo de Sousa procede a melhoramentos no portal axial, retirando-lhe 2 arcadas e o mainel; reconstrução da capela-mor, sob desenho de João de Castilho; construção de retábulo em pedra de ançã; restauro das torres; reconstrução do claustro; restauro da capela de S. Geraldo;
Século XVII, finais - Construção da sacristia grande;
1704 / 1728 - Reforma ordenada por D. Rodrigo de Moura Teles; remodelação das capelas laterais; remodelação da capela de S. Geraldo; aplicação de talha dourada; execução de janelas para maior entrada de luz; execução de um zimbório no cruzeiro e uma cúpula junto ao coro-alto; reforma das duas torres da fachada;
1721 - Transferência das grades da capela-mor para a galilé;
1737 - Data do cadeiral;
1737 / 1738 - Construção dos órgãos por Frei Simon Fontanes com a colaboração de Marceliano de Araújo;
↑Pereira, Fernando António Baptista – "Mestre Machim". In: Pereira, José Fernandes – Dicionário de Escultura Portuguesa. Lisboa: Editorial Caminho, SA, 2005, p. 371-373
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