Lyristes plebejus
A Lyristes plebejus[1], comummente conhecida como cegarregão[2], é um insecto homóptero, da família dos Cicadídeos, que se reconhece como sendo a maior espécie cigarra do continente europeu.[3] DescriçãoTrata-se de uma robusta cigarra de asas transparentes, que pode atingir até 50 milímetros de comprimento.[3] Tem olhos particularmente grandes e afastados um do outro.[4] Exibe um colar cor-de-laranja e anguloso, a delimitar-lhe o tórax da cabeça.[3] No final de Junho, os cegarregões adultos começam a emergir do subsolo, ficando depois activos até ao final de Agosto.[5] ComportamentoEstima-se que o ciclo de vida desta espécie perfaça uma duração de sensivelmente três anos.[3] Quando ainda estão no subsolo, as ninfas desta espécie alimentam-se da seiva bruta das raízes.[3] Só os machos adultos produzem sinais acústicos, sendo que se servem deles para atrair as fêmeas, na época de acasalamento, que geralmente decorre de Junho até finais de Agosto.[3][5] Estes sinais acústicos, que consistem numa série contínua de longas frases distintamente moduladas em amplitude, são particularmente intensos, pelo que são audíveis a várias dezenas de metros de distância.[5] Para além de ser a maior espécie de cigarra que ocorre em Portugal, Espanha e na Europa é, também, a que zizia com de maior intensidade.[5] Os sinais acústicos das cigarras são comummente designados ziziar[6] ou fretenir[7]. O cegarregão, para além de se servir dos tímbales, para fretenir, produz ainda uma modulação secundária através do movimento do abdómen que abre e fecha a abertura que dá acesso à cavidade por baixo dos opérculos.[5] DistribuiçãoEspécie relativamente comum no continente europeu.[3][8] PortugalO cegarregão foi registado, em Portugal, principalmente no centro do país, onde fora especialmente abundante nos anos 60 e 70, sendo certo que, nas últimas décadas, se tem verificado um declínio muito acentuado.[8] Em todo o caso, no início do séc. XXI, a revisão da lista de cigarras em Portugal, assinalou a presença de comunidades de cegarregões nas regiões do Baixo Alentejo, mais concretamente na Serra do Mendro; no Alto Alentejo, mais concretamente nas cercanias de Castelo de Vide, do Marvão e de Portalegre; na Estremadura, mais concretamente nas vizinhanças do Monte da Caparica e da Serra da Arrábida; Ribatejo, mais concretamente no entorno de Soure e Tomar; e na Beira Litoral, nas localidades de Alburitel, Leiria, Vila Nova de Ourém e da Serra de Aire.[8] EcologiaEsta espécie privilegia os bosques abertos e as friganas, se bem que, por vezes, também possa aparecer em espaços agricultados, como olivais, milheirais e vinhas.[8][3] Tende a preferir certos tipos de árvores, designadamente a oliveira, o pinheiro e a azinheira.[8] TaxonomiaEsta espécie foi descrita pelo entomólogo Giovanni Antonio Scopoli, no tratado de entomologia de 1763 Viienna Entomologia carniolica.[1] EtimologiaDo que toca ao nome científico:
Quanto ao nome comum, «cegarregão»[2], corresponde ao grau aumentativo de «cegarrega»[11], vocábulo que tanto designa as cigarras em geral, como o fretenir por elas produzido, havendo assim uma clara alusão às dimensões deste insecto. Sinonímia
Referências
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