Os livros de linhagens, também designados nobiliários, são livros que apresentam as relações genealógicas de membros de famílias nobres. Foram comuns no passado medieval da Europa, particularmente na península Ibérica
A função dos livros de linhagens era prática, servindo para regular casamentos consanguineos e assegurando os direitos hereditários dos membros de uma família nobre e dos seus descendentes, além de conservar a memória dos antigos feitos dos fidalgos (filhos d'algo). Muitos destes livros transmitem um importante legado histórico, cultural e literário.
Em Portugal conservam-se quatro livros de linhagem da época medieval: o Primeiro Livro de Linhagens (ou Livro Velho de Linhagens), compilado por volta de 1270, o Segundo Livro de Linhagens (também Livro de Linhagens do Deão), de cerca de 1340, o Nobiliário da Ajuda e finalmente o Livro de Linhagens do conde D. Pedro. Este último é o mais importante do ponto de vista literário, tendo sido compilado por Pedro Afonso, conde de Barcelos, entre 1340 e 1344. Pedro Afonso não só incorporou a genealogia das famílias nobres portuguesas, peninsulares e europeias como também relata episódios históricos e narrativas fantásticas relacionadas à origem das famílias que são de muito interesse histórico e literário.
Referências
Ligações externas
- «Livros de Linhagens no Projecto Vercial»
- BARROS, José D'Assunção, Um livro manuscrito e seu sistema de micropoderes - os Livros de Linhagens da Idade Média Portuguesa. Revista Em Questão, vol.12, n°2, jun/dez 2006 Porto Alegre: UFRGS, 2006. p. 273-296.
- BARROS, José D'Assunção, Aspectos do Imaginário Cavalheiresco nos Livros de Linhagens da Idade Média Portuguesa. Anuário de Literatura, vol.15, n°1, 2010 Florianópolis: UFSC, 2010. p. 123-153.