Lavapés
Sociedade Recreativa Beneficente e Esportiva Lavapés Pirata Negro (ou simplesmente Lavapés) é uma das mais antigas escolas de samba da cidade de São Paulo, sendo a mais antiga ainda em atividade, tendo sido fundada em 9 de fevereiro de 1937, tendo como cores oficiais o vermelho e o branco. Já foi 7 vezes campeã do Grupo Especial, porém, com o passar do tempo, a escola não acompanhou a evolução das concorrentes e acabou rebaixada até parar no último grupo de desfiles da UESP. O atual presidente é o ator Ailton Graça, que assumiu a presidência da agremiação em dezembro de 2019. HistóriaTradicional Escola de Samba da capital paulista, localizada no Bairro da Liberdade, também próximo ao Bairro Cambuci, na Rua Lavapés, é a Escola de Samba mais antiga em atividade na cidade de São Paulo.[1] Foi fundada em 9 de fevereiro de 1937, após a ida de Madrinha Eunice em 1936 ao Rio de Janeiro, onde ela se encantou pela São Carlos, uma escola vermelha e branca, que hoje é a tradicional Estácio de Sá. A Lavapés teve participação decisiva na oficialização do Carnaval Paulistano,[2] além de contribuir para a união de todas as Escolas de Samba, para garantir a propagação do carnaval. Também é atribuído a Lavapés a primeira Comissão de Frente Feminina de São Paulo. É herdeira da forma de batucar paulistana, forma esta que nasceu em solo paulistano como o Tambor de Pirapora e as Batidas das Festas para Nossa Senhora do Rosário e para São Benedito, trazidos pelas mãos de escravos e ex-escravos. Madrinha Eunice, a fundadora da Lavapés, era assídua frequentadora destas festas. Grandes nomes do samba desfilaram na Lavapés e de lá saíram para fundar escolas tais como Carlão do Peruche, fundador da Unidos do Peruche, José Jambo Filho, presidente da Vai-Vai, Germano Matias, tradicional intérprete do samba paulistano e Inocêncio Mulata, que refundou a Camisa Verde e Branco. Além disso, Seu Nenê, fundador da Nenê de Vila Matilde, era amigo chegado de Madrinha Eunice e com ela participava de rodas de samba. Fatos e DatasDécadas de 30 e 40A Lavapés nasceu em uma região que era forte em desfiles de blocos e ranchos, o bairro da Liberdade. O local era refúgio de festas e gueto de sambistas dos mais famosos, um núcleo cultural, que ainda contava com salões de baile e a tradicional festa na Igrejinha de Santa Cruz, festa de negros e de sambistas como Madrinha Eunice.[3] O samba integrava diversas novidades e os desfiles de carnaval foram sofrendo inúmeras alterações. O carnaval na década de 30 na cidade de São Paulo ainda era dominado pelos grupos carnavalescos e cordões. Década de 50No início da década de 50, a disputa das escolas de samba da cidade foi unificada, esta acontecia na Praça da Sé, centro de São Paulo. A Lavapés conquistou os títulos de 1950 a 1953 e de 1956, ano em que o carnaval da cidade começou a ficar mais disputado, dividindo o título com a Nenê de Vila Matilde. Por volta de 1950, com a chegada de Popó, um sambista carioca que veio morar em São Paulo e logo se envolveu com a Lavapés, a escola inovou, implantando o Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira e a Comissão de Frente. Foi por esta época que começaram a surgir também nos desfiles de São Paulo, os primeiros sambas de enredo (músicas que contavam a história que desfilava na avenida), feitos por compositores de cada agremiação carnavalesca e exclusivamente para o carnaval e seu desfile. Madrinha Eunice, Chico Pinga, Popó e Doca foram parceiros constantes até 1968. Na época os sambas eram chamados de samba-tema. Sendo o primeiro deles: “São Paulo Antiga.” Década de 1960 e Oficialização do Carnaval de São PauloNo ano de 1961, a Lavapés voltava a ser campeã, conquistando seu sexto título de melhor da cidade. Já em 64, a Lavapés ganha seu sétimo e até hoje, último título da elite do carnaval paulistano, voltando ao topo da cidade. Após a luta de grandes sambistas paulistanos como Madrinha Eunice e Seu Nenê de Vila Matilde,[4] para o carnaval de 1968, foram tomadas uma série de medidas pelo prefeito da cidade Faria Lima, e a disputa do carnaval foi oficializada. A Lavapés ficou em 3º lugar nesse ano (numa disputa de 3 escolas), atrás de Nenê de Vila Matilde e Unidos do Peruche, o que se repetiu em 1969. Década de 1970 e 1980Em 1970[5] a Lavapés ficou em 4º lugar com seis escolas e em 1971 veio o primeiro rebaixamento, com um 7º e último lugar. Durante 3 anos, a Lavapés ficou no segundo grupo das escolas paulistanas, e só conseguiu o acesso em 1974, quando ficou com a 2ª colocação. No carnaval de 1975 a escola disputou pela última vez com as grandes do carnaval de São Paulo, e com um 10º lugar a escola foi rebaixada. A Lavapés ficou entre 76 e 78 no grupo de acesso, até que sofreu mais uma queda. Passou o ano de 1979 no Grupo 1, sofreu mais uma queda, que a obrigou a passar os anos de 80 e 81 no grupo 2. Com mais uma queda em 81, a escola chegou ao grupo da Vaga Aberta, o último grupo do carnaval paulistano na época, e com um 11º lugar em 84, a Lavapés é retirada da disputa dos próximos três carnavais. Em 1987, a escola voltou a desfilar, e desde então vem oscilando entre os grupos inferiores do carnaval paulistano. Atualidade Em 2007, ficou em quarto lugar do Grupo 3 da UESP (o que equivale à quinta divisão do Carnaval Paulistano), sendo promovida para o Grupo 2.[6] Em 2010, ocorre a fundação do Marco Zero do Samba, projeto de autoria de Camilo Augusto Neto, atualmente diretor da UESP (União das Escolas de Samba Paulistanas).[7] Em 2015, vence um carnaval depois de 15 anos.[8] Após a posse do ator Aíton Graça, em 2019,[9] a escola recebe a adição do segundo nome "Pirata Negro", em alusão ao projeto do ator. Além disso, ocorreu a mudança de local de ensaio para o Jabaquara, deixando a escola mais atrativa com incentivo cultural e financeiro.[10] Para o carnaval de 2020, trouxe como enredo "O mundo a partir da África e o tambor que faz gira girar", se sagrando campeã.[11] SegmentosPresidentes
Diretores
Intérprete
Comissão de Frente
Casal de Mestre-sala e Porta-bandeira
Corte de Bateria
Carnavais
Notas
Referências
|