Língua resígaro
A língua resígaro é uma língua da família linguística aruaque[5][6] e do subgrupo linguístico Japurá-Colômbia[5] falada pelo povo resígaro, também conhecido como ricigaros[7], rezígaros ou "rˆˆā(h)panihīn"[8], na região de Loreto, no Peru. A língua recebe as denominações de resigaro, rosigaro ou do nome nativo rrahanihin[9][1]. Acredita-se que os resígaros faziam parte do complexo multilíngue conhecido como Pessoas do Centro[6] (People of the Center, tradução literal), cujo território se localizava entre os rios Caquetá (Japurá) e Putumayo (Içá), no sudeste da Colômbia. Além do resígaro, o complexo conta com outras seis línguas: Bora, Muinane, Witoto, Ocaina, Nonuya e Andoke. Estima-se que a documentação da língua tenha se iniciado no começo do século XX[10][7], quando os resígaros eram uma minoria próxima aos boras e aos witotos. A língua bora, por exemplo, influenciou o resígaro com alguns morfemas gramaticais e empréstimos lexicais[11]. O estudo da língua foi dificultado pela dispersão e declínio demográfico dos resígaros, causados em meados do século XIX pela exploração dos povos indígenas da região para extração de borracha. Tal cenário foi seguido da deportação parcial dos resígaros para o Peru.[12] Atualmente, o resígaro é uma língua em risco de extinção[9], com apenas um falante fluente, Pablo Andrade Ocagane, residente da comunidade ocaina Nueva Esperanza, no rio Ampiyacu[13]. Sua irmã, Rosa Andrade, a última mulher falante de resígaro, foi assassinada em novembro de 2016.[3][14] A família se tornou a principal consultora para Trevor Reginald Allin e Frank Seifart[13], importantes pesquisadores da área. Há, também, resígaros que integraram a comunidade bora, mas não falam resígaro fluentemente.[15] EtimologiaSabe-se pouco sobre as origens das denominações da língua resígaro. Além da língua ter vários nomes, por exemplo, resigaro, rosigaro ou rrahanihin[9][1], o povo resígaro também é mencionado em diversos trabalhos com nomeações distintas, embora parecidas, são elas: ricigaro, risigaro, resigero, ressígaro, rosiggaro, resegaro[16] e rezígaros. Há, apenas, uma menção ao nome nativo do povo resígaro, sendo ela “rˆˆā(h)panihīn"[8] (daápemiíɯ, em resígaro contemporâneo)[2]. Essa denominação foi exposta em uma lista de palavras em resígaro compilada por Robert de Wavrin e é referenciada pelas pesquisas posteriores que mencionam nomes nativos do idioma e do povo[1]. Entretanto, o próprio trabalho em que a lista foi publicada declara a insuficiência dos documentos coletados. Dessa forma, não é possível saber ao certo a origem e significado do endônimo, rrahanihin, nem do exônimo, resígaro. ClassificaçãoA língua resígaro foi classificada como pertencente à família Arawak por Paul Rivet e Robert de Wavrin.[17] Anteriormente, os resígaros eram mencionados apenas como subdivisões dos witotos, considerados o povo indígena com maior população entre as Pessoas do Centro. Há trabalhos que afirmaram que todos os povos da região falavam línguas parecidas, conclusão provavelmente equivocada baseada em depoimentos de pessoas que não dominavam as línguas estudadas.[12] Estudos mais recentes afirmam que a estrutura gramatical do resígaro é essencialmente herdada do arawak, principalmente a ordem fixa das palavras, os objetos obrigatórios e os prefixos de sujeito nos verbos.[18] Henri Ramirez, concordando com o posicionamento de Rivet e Wavrin, classificou o resígaro dentro da família Arawak na divisão Japurá-Colômbia, composta de sete línguas vivas e cinco extintas, faladas na Colômbia, no Brasil, no Peru e no Chile, sendo elas: Piapoco, Achagua, Baniwa-Curripaco-Tariano, Warekena, †Mandawaka, Kabiyari, Yukuna, †Wainuma-Mariate, †Kauixana e Resígaro, com destaque para as línguas não classificadas: †Yumana e †Passé. [5]
DistribuiçãoOs resígaros eram uma minoria quando comparados aos outros povos da região em que viviam já no século XX. Em 1909, a estimativa era de que haviam 1.000 resígaros nas margens do rio Caquetá e ao norte do rio Cahuinari, na Colômbia. Os outros povos componentes do grupo Pessoas do Centro contavam com os seguintes dados: 15.000 boras, 15.000 witotos, 2.000 ocainas, 2.000 muinanes, 1.000 nonuyas, e 10.000 andokes.[19] Já no final de 1930, estima-se que havia apenas 10 resígaros dispersos ao redor do Caquetá e Putumayo, incluindo nas cabeceiras do rio Pama, na foz do rio Meta, no alto rio Cahuinari e em El Encanto no baixo rio Caraparaná.[20] Sabe-se que os resígaros foram parcialmente deportados do sudeste da Colômbia, local onde viviam originalmente, para o lado peruano. Isso ocorreu em decorrência da escravização do povo para a extração de borracha no século XIX.[12] Os sobreviventes passaram a viver nas margens de um afluente do norte do Amazonas, no nordeste do Peru. Esses resígaros vivem com os ocainas e boras, nas comunidades Puerto Isango e Brillo Nuevo, respectivamente, às margens do rio Yaguasyacu, afluente do rio Ampiyacu que deságua no rio Amazonas, em Pebas. Atualmente, muitos deles não são fluentes em resígaro, tendo adotado as línguas das comunidades em que vivem e o espanhol.[19] O único falante fluente de resígaro vive na comunidade ocaina Nueva Esperanza, no rio Yaguasyacu, em Loreto, no Peru[15]. Ele se chama Pablo Andrade Ocagane e também se comunica em Bora. Sua irmã, Rosa Andrade, era a última mulher falante de resígaro no mundo e foi assassinada em 2016.[3][14] O resto de sua família fala apenas a língua ocaina e o espanhol.[20] Línguas relacionadasHá muitas evidências do compartilhamento de características etnográficas entre os resígaros e outros povos indígenas do grupo Pessoas do Centro. As semelhanças são ainda mais pronunciadas quando os resígaros são comparados aos boras. Por exemplo, há menções sobre ambos terem lábios finos, se esfregarem com areia para realizar a limpeza e casarem entre si.[21] Acredita-se que, por causa dessa proximidade, a língua resígaro tenha sido influenciada pelo bora, principalmente com empréstimos de palavras culturalmente importantes, tais como: nomes de alguns animais, utensílios, festivais, técnicas de construção de casas e de processamento de alimentos.[22] Após concluir que o parentesco histórico entre os povos e suas línguas é inegável, e que o bora tem semelhanças com o ocaina e o witoto, além de outras línguas da família Arawak, é possível afirmar que o resígaro também está relacionados a essas língua em menor grau, embora não sejam mutuamente inteligíveis.[19]
HistóriaAs Pessoas do Centro, cujo território tradicional compreendia a região do rios Caquetá (Japurá) e Putumayo (Içá), compartilham muitas características etnográficas, entre elas os rituais de ingestão de folhas de coca trituradas e tabaco em forma líquida, diferenciando-os do resto dos povos amazônicos, que cheiram ou fumam o tabaco. Os festivais e cerimônias também são semelhantes embora cada povo tenha suas próprias músicas. Além disso, os mitos e lendas que apresentam personagens em comum existem em cada uma das línguas.[24] Acredita-se que a primeira menção aos resígaros aconteceu em 1912, em relatórios presentes na obra de Walter Ernest Hardenburg. Esses documentos tratavam de uma investigação sobre os maus tratos aos povos indígenas da região do rio Putumayo que trabalhavam na coleta de borracha para a Peruvian Amazon Company [en], também conhecida com Anglo-Peruvian Amazon Rubber Co.[12] Neles, os resígaros, chamados de ricigaros, são descritos como um povo de comum origem com os witotos. O próximo estudo que menciona os resígaros, embora não com detalhes da língua, foi publicado em 1915 por Thomas Whiffen. Além de afirmar que resígaros e bora casam entre si, o trabalho menciona lutas dos resígaros, boras e ocaina contra os witotos, e práticas canibais desses povos e dos andokes. Whiffen também descreve o caso em que um chefe resígaro reuniu guerreiros para punir aqueles de seu próprio povo que se submeteram aos brancos, visando impedir a rendição de outros membros resígaros.[12] Em 1930, Rivet e Wavrin publicaram o primeiro trabalho com informações sobre a língua resígaro. A obra dispõe de uma lista de palavras coletadas por Wavrin, que não possuía extenso conhecimento de linguística ou fonética.[12] O estudo do resígaro foi dificultado pela grave baixa demográfica do povo decorrente das práticas brutais da Peruvian Amazon Company, que pertencia ao império comercial conhecido como Casa Arana e era comandada pelo político peruano Júlio César Arana. A companhia começou a invadir o território das Pessoas do Centro por volta do final do século XIX, escravizando as populações indígenas da região para a extração de borracha. Em 1930, quando o governo colombiano declarou posse da região ao norte do rio Putumayo, a companhia realocou os indígenas para o lado sul do rio, em território peruano. [13] Em 2017, uma comunidade nativa na província de Mariscal Ramón Castilla, em Loreto, se identificou como resígaro. Porém, há apenas um falante fluente da língua, motivo pelo qual o governo do Peru declarou o resígaro como em sério risco de extinção.[9] Apesar das divergências nos estudos ao longo do tempo, o alfabeto resígaro foi oficializado pelo governo peruano em 2020, com 33 letras.[4] FonologiaConsoantesOs estudos fonológicos sobre o resígaro chegaram a diferentes conclusões ao longo dos anos, sempre dificultados pela dispersão e pequena quantidade dos falantes fluentes[12]. A maior parte das conclusões sobre o tema se originou de listas de palavras publicadas por pesquisadores da área em suas obras. Para Allin, por exemplo, a língua conta com 5 vogais: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/ e 30 fonemas consonantais.[25] Por outro lado, Henri Ramirez afirma que a quantidade de fonemas consonânticos pode ser reduzida à metade, pois alguns deles são diferentes realizações fonéticas de um só fonema e as consoantes aspiradas ou ensurdecidas se reúnem em grupos consonânticos.[26] As tabelas abaixo contam com os fonemas consonânticos de Allin mencionados por Ramirez:
VogaisA quantidade de fonemas vocálicos do resígaro também é controversa. Alguns estudos mencionam cinco /a/, /e/, /i/, /o/, /u/ [25], outros incluem também a vogal arredondada /y/, e há, ainda, o trabalho de Frank Seifart, que considera a posterior /ɯ/ como vogal do resígaro em decorrência dos empréstimos da língua bora[27].
TonsO resígaro tem dois tons: alto, representado por /´/, e baixo, indicado pela ausência de /´/. Esses tons ocorrem na vogal(is) no núcleo da sílaba. Se houver duas vogais na mesma sílaba, um tom acontece em cada uma, podendo ser ambos iguais (baixos ou altos) ou diferentes (alto+baixo e baixo+alto), causando variações na entonação. Algumas das possibilidades de sequência desses tons são[28]:
FonotáticaAo realizar a análise fonotática do resígaro, é possível perceber que a língua conta com consoantes que podem ser classificadas em apenas uma classe (classe 1) com duas subclasses: a subclasse 1.1 é composta por todas as consoantes, já a subclasse 1.2 é composta apenas por /ʔ/, que é a única consoante que pode ocorrer no final da sílaba.[29] Nas sílabas, o resígaro tem as seguintes regras[29]:
As sílabas são divididas em[29]:
Nos casos acima, +- indica não obrigatoriedade. As vogais das posições V1 e V2 podem ser idênticas ou não. Para cada vogal na posição V1, as vogais seguintes podem ocupar V2, por exemplo[30]:
No total, existem 18 sequências de vogais possíveis no resígaro, das quais 16 podem acontecer na mesma sílaba[30]. Divisão silábicaNa divisão silábica do resígaro, entende-se como padrão básico da sílaba o formato CV[32]. Se a sequência dos tons das vogais for alto+baixo, elas pertencem a mesma sílaba. Caso a sequência seja baixo+alto, as vogais pertencem a duas sílabas diferentes[33]. Em uma sequência de três vogais, duas devem ser idênticas e a última deve ser diferente. Além disso, uma sequência de duas vogais com o mesmo tom tem mais influência na divisão silábica do que uma sequência de duas vogais com tons diferentes[33]. Não há encontros consonantais na mesma sílaba, mas há sequências de consoantes em sílabas diferentes[34].
Transformações fonológicasO contato do resígaro com outras línguas, principalmente com o bora, permitiu a assimilação de outros fonemas, bem como sua transformação ou nativização. Fonologicamente, os empréstimos de palavras do bora preservam a inicial /h/, característica que a língua bora perdeu em meados de 1819, como evidencia a documentação do período. Essa observação fundamenta a antiguidade com que a interação entre os povos ocorria.[35] Além da letra inicial, a tabela abaixo mostra outras influências da língua bora no resígaro:[27]:
OrtografiaEm 26 de maio de 2020, o governo do Peru oficializou o alfabeto resígaro com 33 letras[4], sendo elas:
Como pode ser observado, algumas letras do alfabeto resígaro não estão presentes no português. Abaixo, alguns exemplos de como, aproximadamente, seria a pronúncia dessas letras:
GramáticaPronomes PessoaisExistem oito pronomes pessoais no resígaro, e cada um deles é formado por um único morfema[37], são eles:
Função dos pronomes pessoaisNo resígaro, os pronomes geralmente são prefixos adicionados aos verbos, mas há exceções. Sendo assim, dependendo da classe gramatical a que estão associados, verbos ou substantivos, os pronomes pessoais podem ser usados com diversas funções, entre elas[38]:
TempoNo resígaro, para indicar o tempo em uma oração, utiliza-se alguns sufixos específicos adicionados ao sujeito (pronome pessoal). Existem apenas três sufixos temporais no resígaro e eles dão a ideia de passado recente, passado remoto ou futuro. O tempo presente é indicado pela ausência desses sufixos.[40] Alguns exemplos podem ser verificados abaixo:
Pronomes demonstrativosOs pronomes demonstrativos do resígaro são apenas dois: hí e héʔe. Eles também podem se unir com sufixos nominais de acordo o substantivo a que se referem[41], como mostrado a seguir:
SubstantivosOs substantivos no resígaro são compostos de apenas um morfema. Alguns exemplos são[43]:
Sufixos de número em substantivosExistem sufixos que podem ser associados aos substantivos para dar ideia de dualidade (dois) ou plural. Seguindo a mesma lógica dos sufixos temporais, a ausência de sufixos de número indicam que o substantivo está no singular[44].
A última linha da tabela acima se refere aos classificadores, que são palavras que alteram a forma ou outras características inerentes de algo que possa ser referenciado por um substantivo. No resígaro, existem vários classificadores, entre eles: -dó (feminino), -gahú (acima), -gú (longo e achatado) e outros[45]. Por exemplo:
Alguns casos de substantivos no singular, dual e plural podem ser observados abaixo:
VerbosA forma base dos verbos no resígaro é composta de um único morfema[46]. Alguns exemplos estão dispostos a seguir:
Modo e Aspecto VerbalO resígaro conta com dois modos verbais, o indicativo e o imperativo, cada um com suas próprias regras e subdivisões, incluindo modos afirmativos e negativos.[47] O modo indicativo em particular se utiliza de alguns sufixos que exprimem a noção de duração da ação, e, por isso, podem ser usados para indicar o aspecto verbal.[47] Modo indicativoOs verbos no modo indicativo possuem a seguinte estrutura:
Aspecto verbalDiante dos sufixos descritos na tabela acima, alguns deles merecem especial atenção por serem usados para, por exemplo, mudar a transitividade do verbo, indicar sentido de começar ou transformar, descrever uma ação que ainda está acontecendo e para restringir uma ação. São eles[49]:
Modo ImperativoNo resígaro, o modo imperativo se aplica somente a verbos na segunda pessoa, no singular, dual ou plural, e apenas no tempo presente, podendo ser afirmativo ou negativo. Existem dois tipos de imperativo: básico e direcional.[50] Imperativo básicoOs verbos no imperativo básico que denotam afirmação seguem as seguintes regras[50]:
Os verbos no imperativo básico que denotam negação contam com a adição da partícula -maʔu, que pode sofrer três modificações, sendo elas[53]:
Imperativo direcionalO modo imperativo direcional se refere a frases que denotem sentido de direção, principalmente quando usam expressões como "para onde" (to) e "de onde" (from). O modo afirmativo segue a maior parte das regra do imperativo básico com a adição de[55]:
Já o imperativo direcional negativo conta com a adição da partícula -maʔu, porém, com regras diferentes das apresentadas no imperativo básico negativo[56].
FrasesNo resígaro as frases podem ser endocêntricas, que consistem de um núcleo e vários termos dependentes ou exocêntricas, que são formadas por um termo principal e uma partícula[57]. Além disso, a ordem das frases tende a seguir o padrão SOV (Sujeito + Objeto + Verbo), mas algumas raras exceções podem ocorrem, como pode ser observado a seguir:
Não há informações oficiais ou documentadas sobre o alinhamento da língua resígaro, mas, com base nos exemplos abaixo, percebe-se que, em todas as posições possíveis (sujeito, agente ou paciente), o pronome pessoal não se altera. A única diferença, perceptível com a segunda pessoa do singular, é a adição do verbo -khú (fazer)[58] após o pronome na posição de agente. Dessa forma, não é possível classificar o resígaro nas categorias de alinhamentos mais comuns: nominativa-acusativa ou ergativa-absolutiva.
Frases endocêntricasAs frases endocêntricas [en] são aquelas em que uma palavra carrega a maior parte do conteúdo semântico e determina a categoria gramatical à qual todo o conjunto será atribuído.[59] Frases verbais
No resígaro, as frases verbais funcionam como predicado dentro da oração e podem ser divididas em três subclasses: intransitivas, transitivas e transitivas diretas-indiretas.[62]
Frases nominais As frases nominais são todas aquelas que possuem um substantivo na posição de núcleo. Além disso, podem contar com adjuntos adnominais[63]. Nos exemplos abaixo, a ordem das frases é: +- pronome demonstrativo +- sujeito + objeto.
Frases numerais As frases numerais são aquelas que representam números e podem ter um ou dois núcleos desde que ambos sejam numerais.[64] É por meio dessas frases que o resígaro representa seu números por extenso. Tipo i , Simples: +Núcleo: numeral;[65]
Tipo ii, Complexos: +Núcleo: Numeral/Frase direcional + Núcleo: Numeral/Frase Numeralii.i [66]
Frases exocêntricasFrases exocêntricas [en] são aquelas em que apenas uma das partes não fornece a maior parte do conteúdo semântico da frase nem determina a classe gramatical do conjunto.[59] Frases objetivas indiretas Nesse tipo de frase, o beneficiário da ação é o objeto indireto. É representada pela partícula -ké.[67]
Frases propositais Denotam propósito, ou seja, se referem ao objetivo da ação. São representadas pela partícula -hó, quando associada a pronomes, e -nó, para todos os outros casos;[68]
Frases beneficiais Ocorrem quando a ação beneficia [en] alguém, geralmente identificada pelo uso de expressões como: "para o benefício de" e "por causa de". São representadas pela partícula -pokáʔ;[69]
Frases instrumentais Tratam do instrumento com que a ação foi feita e são representadas pela partícula -gí;[70]
Frases concomitantes Nesse tipo de frase, o foco está em com quem a ação foi desempenhada e é representada pelas partículas -neé (com), -maʔ (sem) ou -kápoʔ (sozinho);[71]
Frases comparativas Frases comparativas servem para comparar dois ou mais elementos e são representadas pelas partículas -veʔníi (mais que) e -peeʔ (igual a);[72]
Frases condicionais Ocorrem nos casos em que há uma condição a ser realizada para que a ação se desenvolva. São representadas pela partícula: -tshí;[73]
Frases direcionais Frases direcionais indicam direções, ou seja, respondem às seguintes perguntas: de onde e para onde. São representadas pelas partículas: -khó (de), -kóo (para) e -gikhé (fora de);[74]
Frases locativas Nesse tipo de frase, o foco está na posição do sujeito, e são representadas por várias partículas, entre elas: -gikó (dentro), -náapí (debaixo) e -ípe (na frente de);[75]
Sinais de PontuaçãoO resígaro, assim como o português, utiliza sinais de pontuação ao final das frases para indicar a entonação. Os sinais podem dar sentido de declaração (indicativo), interrogação ou ordem (imperativo).[76]
VocabulárioUm pequeno parágrafo de uma história em resígaro e outras palavras cotidianas podem ser observados a seguir[77]:
Referências
Bibliografia
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