Katyavala Bwila IKatyavala Bwila I, ou simplesmente Katyavala I (Reino Lunda, c. 1680 - Reino Bailundo, c. 1720), foi o primeiro Soma Inene do Reino Bailundo, sendo portanto fundador do país Bailundo, a maior de todas as nações ovimbundo. O seu nome é incerto, já que "Katyavala" pode significar "soberano"[1] e "Bwila" como "povos que vão", sendo talvez um significado de "rei dos povos que vagavam",[2] numa referência à sua política de união dos povos sem líder em torno de um rei centralizador.[1] BiografiaSeu local de nascimento é incerto, por vezes dado como nascido no Reino de Cassange e outras vezes como no Reino Lunda; é certo, porém, que nasceu nas cercanias do ano de 1680, sendo membro de um dos clãs semi-nômades de caçadores e pastores imbangalas (ou jagas), que viviam migrando entre as terras desses reinos e os planaltos mais ao sul.[1] Na idade adulta era considerado o sucessor natural de seu pai na liderança do clã, quando, por divergências na condução de um ritual de sacrifício de animais,[3] entrou em forte contenda com seu patriarca, fato que obrigou-o a fugir da região do Humbe, onde seu clã havia se assentado, primeiramente para o Cuanza Norte, depois para a região de Halavala.[1] Na região de Halavala torna-se, nas proximidades do ano de 1700, o idealizador da centralização política de cinco ombalas (cidades/aldeias) ovimbundas: Halã-Vala, Quiaca, Calique, Andulo e Vilé. Torna-se Soma Inene (rei), e assenta seu poder na ombala de Halã-Vala (atual cidade de Bailundo), fazendo dela sua capital. Estava assim formado o Reino Bailundo.[1] Sua visão unificadora dos povos do Planalto Central de Angola, numa tentativa de contrapor o avanço da influência do Império Colonial Português,[3] o coloca como um dos grandes estadistas da história dos povos de Angola.[1] Faleceu nas cercanias do ano de 1720, sendo substituído por seu filho, Jahulu I. Foi enterrado no monte Halavala.[4] HomenagensO campus da Universidade Agostinho Neto de Benguela, quando foi elevado a universidade, ganhou o nome de Universidade Katyavala Bwila. Referências
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