KatsuobushiKatsuobushi (鰹節?) é uma conserva seca de carne de atum-bonito (Katsuwonus pelamis). Na culinária japonesa, ele é ralado em lascas e depois utilizado para o preparo de caldos ou como cobertura de pratos como okonomiyaki, takoyaki e saladas.[1] Modo de preparoPrimeiro, o katsuobushi é ralado em lascas finas, utilizando um ralador próprio. As lascas cruas podem ser utilizadas como cobertura de diversos pratos ou cozidas em água quente para obter um caldo base. O caldo feito a partir do katsuobushi é rico em ácido inosínico[2] e pode ser classificado em 2 tipos: ichiban dashi (o primeiro caldo) e niban dashi (o segundo caldo). O primeiro caldo possui um aroma forte e sofisticado, enquanto que o segundo caldo é rico em umami. O primeiro caldo é feito da seguinte forma:[3]
O segundo caldo é feito da seguinte forma:[3]
HistóriaDesde tempos remotos, as conservas secas de atum-bonito eram produzidas e consumidas no Japão. No primórdio, estas ainda não eram defumadas nem fermentadas por fungos, mas ao longo dos anos, a maneira de preservar este peixe foi evoluindo.[4][5][6] Durante o Período Muromachi (1336-1573), foi iniciado o método de defumação do katsuobushi. A região de Kumano, localizada na parte sul da Província de Kii, se destacou na produção destes peixes defumados. O katsuobushi de Kumano, chamado de kumanobushi, predominou até o início do Período Edo (1603-1868).[4] Em 1674, a receita de kumanobushi foi introduzida e aprimorada na Província de Tosa por Jintaro, um homem natural da Província de Kii.[5][6] Jintaro substituiu as palhas utilizadas na defumação por lenhas de carvalhos japonês e também formulou as bases para o método de polvilhamento de fungos (kabizuke). No início, os katsuobushis produzidos em Tosa eram bastante vulneráveis ao bolor, o que desvalorizavam-nos comercialmente. Para resolver este problema, os katsuobushis foram secados mais minuciosamente, com secagem ao Sol além da defumação. E também foi introduzido o método de pulverização de fungos benéficos para neutralizar os maléficos.[4] Assim, o katsuobushi de Tosa alcançou um elevado nível de qualidade, se tornando um dos principais produtos de exportação da Província, e recebeu o nome de tosabushi (o katsuobushi de Tosa). O segredo de tosabushi foi guardado nas Províncias de Tosa, aonde o método foi desenvolvido, e Kii, a terra natal de Jintaro, o responsável pela inovação.[5] Em 1801, Yoichi, um mestre de katsuobushi da Província de Kii, transmitiu o segredo do tosabushi para a Província de Izu, onde a receita do tosabushi foi aperfeiçoada. O katsuobushi passou a sofrer o processo de kabizuke (polvilhamento de fungos) por mais de duas vezes e também foi elaborado um método de obter um produto final mais seco e livre de gorduras. O katsuobushi de Izu, aclamado como izubushi, se tornou uma grande referência junto com o tosabushi.[4] A partir de então a receita do katsuobushi moderno se espalhou por todo o Japão.[5] O método mais comum de produção na atualidade, conhecido como karebushi (ou yaizubushi), é uma receita que evoluiu a partir do izubushi.[4] TiposO katsuobushi é basicamente classificado em 2 tipos, dependendo se está polvilhado de fungo ou não:
Como é feito[9]Um dos processos tradicionais de produção de katsuobushi, segue os seguintes passos:
Ver tambémReferências
Ligações externas |