José Pacheko
José Rosa dos Santos Pacheco (Lisboa, 24 de abril de 1885 — Lisboa, 28 de setembro de 1934), que assinava José Pacheko, foi um arquiteto, artista gráfico, cenógrafo e pintor português.[1] BiografiaFilho do comerciante Francisco da Rosa Pacheco e de Maria Carlota dos Santos Pacheco, casou em 1913 com a pintora naturalista Maria Etelvina Lobo dos Santos e Silva.[2] Desde novo que se revelaram as suas tendências artísticas, tendo terminado, com distinção, o curso de arquitectura na Escola de Belas-Artes de Lisboa.[2] Ingressou, em seguida, na Escola de Arquitectura de Paris, onde foi um aluno laureado, tendo exercido como professor auxiliar naquele estabelecimento.[2] Foi aluno do curso livre do arquiteto Norte Junior. Residiu em Paris entre 1911 e 1913 e, de novo, em 1914, com sua esposa em casa de Amadeo de Souza-Cardoso; entre 1915 e 1917 colaborou no Ocidente com ilustrações; em 1915 participou na Exposição de Humoristas e Modernistas, Porto, e em 1920 na III Exposição dos Humoristas, Lisboa; em 1916 dirigiu artisticamente a revista monárquica A Ideia Nacional.[3] Em 14 de Junho de 1915 participa talvez num evento de que ele, Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor e Ruy Coelho eram os promotores. Nesse «grande congresso de artistas e escritores» – de que não existem notícias na imprensa e que poderá nunca ter ocorrido –, a nova geração levantava-se em protesto «contra a modorra a que os velhos a obrigam». Ainda nesse ano participa no primeiro número da revista Orpheu, desenhando a capa. Em 1917, no número único da revista Portugal Futurista, assina, juntamente com Almada Negreiros e Ruy Coelho um manifesto de apresentação dos Bailados Russos de Diaghilev.[4] Em 1916 abre a Galeria das Artes no Salão Bobone, Lisboa (expondo, entre outros, ele próprio, Almada Negreiros, Jorge Barradas, Francisco Smith e António Soares). Em 1919 tenta fundar, em vão, uma Sociedade Portuguesa de Arte Moderna, com Manuel Jardim, Ruy Coelho e o poeta Acácio Leitão (será um dos sócios fundadores da Sociedade Portuguesa de Arte Contemporânea, fundada em 1930). Entre 1922 e 1926 dirige a revista Contemporânea (1915;1916-1926) uma publicação de "gosto algo mundano" e "tendência política de direita", de que foram publicados um total de treze números (a revista torna-se em "ponto de apoio dos «novos», que reproduziu profusamente"); devido à sua ligação a essa revista, em 1925 e 1926 José Pacheko tem um papel preponderante na escolha dos artistas convidados a decorar o café a A Brasileira (onde estará ele próprio representado com uma pintura), e o Bristol Club, Lisboa. Participa no I Salão de Outono (organizado por Eduardo Viana, SNBA, 1925) e organiza o II em 1926, em nome da Contemporânea. Participa no I Salão dos Independentes, SNBA, 1930.[5] Também se conhece colaboração sua na revista Atlantida[6] (1915-1920). Exerceu igualmente como arquitecto, tendo elaborado projectos para diversos edifícios particulares, e participado em vários concursos para monumentos, logrando elevadas classificações, destacando-se a sua maquete do Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular, no Porto, que recebeu a medalha de honra.[2] A 1ª Exposição dos Artistas Ilustradores Modernos, SPN, 1942, foi-lhe dedicada, em reconhecimento do seu papel pioneiro na renovação das artes gráficas em Portugal.[7] A sua esposa, a pintora naturalista Maria Etelvina Lobo dos Santos e Silva, faleceu em 1931, tendo nessa altura José Pacheco começado a sofrer de uma neurastenia profunda, tendo-se virado para a religião, e procurado o isolamento social.[2] Em 1932, esteve internado numa casa de saúde, da qual fugiu, tendo-se reunido com a sua mãe e uma irmã, com quem esteve até à sua morte.[2] Morreu vitimado pela tuberculose em 1934 com apenas 49 anos de idade.[2] Foi sepultado no Cemitério do Alto de São João.[2] Referências
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