Joana D'Arc Félix de Souza
Joana D'Arc Félix de Souza (Franca, 22 de outubro de 1963) é uma professora e cientista brasileira. Recebeu o Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia, na categoria "Pesquisadora do Ano", em 2014. É docente e pesquisadora na Escola Técnica Estadual (ETEC) Prof. Carmelino Corrêa Júnior, em Franca, cidade do interior de São Paulo. Atua em pesquisas envolvendo reaproveitamento e aplicação de couro e pele suína entre outros.[1] BiografiaNascida em Franca, cidade do estado de São Paulo, filha de empregada doméstica e de um profissional de curtume, diz que aprendeu a ler aos 4 anos, sempre incentivada pelos pais a seguir o caminho da educação.[2] Concluiu o ensino médio na Escola Estadual Torquato Caleiro. Influenciada pelo trabalho do pai, optou pelo curso de Química, sendo aprovada nos vestibulares da USP, Unesp e Unicamp, aos 19 anos de idade.[3] Ingressou na UNICAMP, onde fez iniciação científica sobre Sinteses de fenois padrões para análise de Produto de Refino do Petróleo durante a graduação em Química, tendo sido a primeira da família a concluir o ensino superior[2], em 1986. Na mesma universidade concluiu seu mestrado em Química, em 1990, sob orientação da professora doutora Luzia Koike e, depois, concluiu o seu doutorado em Química, no ano de 1994.[4], sob a orientação do professor doutor José Augusto Rosário Rodrigues. Desde 1999, atua como docente e pesquisadora na Escola Técnica Prof. Carmelino Corrêa Júnior, em Franca, onde desenvolve pesquisas sobre cimento ósseo, que usa o colágeno do couro e a hidroxiapatita extraída da escama de peixes e soluções para que os resíduos do couro não afetem o meio ambiente.[5] Foi agraciada pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim) com o Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia em 2014 como reconhecimento aos projetos de inovação tecnológica na área, especialmente a pesquisa que desenvolveu a aplicação da pele suína em transplantes de pele em seres humanos.[6][7][8] Premiações
ControvérsiasFalsificação de currículoA docente é conhecida por sua história de superação, segundo a qual, vindo de família pobre, teria conseguido realizar um pós-doutorado em Harvard e recebido dezenas de prêmios acadêmicos. Seu relato foi indicado para ser representado em um filme. No entanto, apresentou diploma falso de pós-doutorado pela Universidade de Harvard, além de uma série de inconsistências em seus relatos acerca de sua trajetória acadêmica.[11][12] Em maio de 2019, uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo trouxe à tona uma série de inconsistências no currículo da docente. De acordo com a reportagem, a professora apresentou um certificado de pós-doutorado falso da Universidade Harvard, além de ter informado que entrara aos 14 anos na graduação de química na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), dado desmentido pela reitoria da Universidade.[12][13] Um dia após o surgimento das dúvidas acerca de sua trajetória, Joana D'Arc admitiu ter mentido sobre sua formação:
O próprio ex-orientador de Joana fez críticas à ex-aluna em uma entrevista. O pesquisador, professor titular do Departamento de Química Orgânica da UNICAMP declarou que não confiava nos resultados dela, "fala muito, mas comprova muito pouco".[14] Dívida com a FapespSouza também foi condenada pela Justiça a devolver 278 mil reais à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por não ter prestado contas de auxílios recebidos em uma pesquisa de 2007. A sentença contra Joana é de fevereiro de 2013. Na decisão, além da ausência da prestação de contas, o juiz Randolfo Ferraz de Campos ainda aponta irregularidades prestadas pela pesquisadora. A Justiça cobrou ressarcimento dos valores em sete oportunidades entre 2013 e 2016 sem que a ré se manifestasse. Em maio de 2017, a ação foi suspensa porque Joana não possuía bens no valor da ação a serem penhorados.[15] Principais obras
Referências
Ligações externas
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