João Gomes de Abreu, Bispo de Viseu
João Gomes de Abreu (Vila Verde, Pico de Regalados, 1416 - Viseu, 16 de Fevereiro de 1482),[1] que também usou o nome de João da Anunciação, foi um prelado português do século XV. BiografiaD. João Gomes de Abreu era filho segundo de Diogo Gomes de Abreu, 2.º Senhor de Regalados, e de sua mulher Leonor Viegas do Rego. Foi Cavaleiro da Ordem de Cristo e Comendador de Longos Vales nesta Ordem. A 6 de Abril de 1443, foi feito Arcediago do Couto de Braga, trocando esta dignidade, no mesmo dia da nomeação, com o Vigário-Geral Gil Afonso Leitão, pela de Chantre da Sé de Braga. Contudo, já é referido como Arcediago de Braga quando, a 8 de Julho de 1454, obtém de D. Afonso V de Portugal uma mercê para um seu apaniguado. Foi 26.º Bispo de Viseu de 1462 ou 1463 a 16 de Fevereiro de 1482. Criou a dignidade de Mestre-Escola a 15 de Fevereiro de 1467, anexando-lhe uma prebenda com a terça parte dos frutos ou dízimos da Abadia de Canas de Sabugosa e da sua Igreja anexa. Foi grande benfeitor do Convento de São Francisco de Órgens. A 5 de Dezembro de 1468, D. Afonso V confirma o contrato efectuado entre Antão Gomes de Abreu, D. João de Abreu (em seu nome e no nome dos filhos de Vasco Gomes de Abreu, seu irmão) e Leonel de Lima, do Conselho, procurador em nome de D. Inês, sua filha, e dos filhos de Lopo Gomes de Abreu (filho desta D. Inês e de seu marido Pedro Gomes de Abreu, irmão mais velho dos ditos D. João, Antão e Vasco), sobre as dívidas que aos primeiros tinham contraído os filhos de Lopo Gomes de Abreu. Segundo este acordo, a referida dívida seria colmatada através da renda da terra de Regalados, para o que se obteve a Licença Real referida acima. Este acordo deve ter sido difícil de alcançar, pois, a 2 de Maio de 1469, D. Afonso V se vê na necessidade de conceder Carta de Concórdia entre Antão Gomes de Abreu, Fidalgo da sua Casa, e os filhos de Vasco Gomes de Abreu, seu irmão, com Leonel de Lima, do seu Conselho, sobre a Quinta de Gondomil e bens de Coira, bem como das dívidas dos filhos de Lopo Gomes de Abreu, que montavam a 240.000 reais, mais penas e custos, feita por D. João de Abreu, Bispo da cidade de Viseu e do seu Conselho. Coube-lhe celebrar, em 1472, o casamento do 3.º Duque de Bragança D. Fernando II, o que depois D. João II de Portugal mandou decapitar em Évora, com sua prima-sobrinha e duas vezes meia-prima em segundo grau D. Isabel de Viseu, filha do Infante D. Fernando de Portugal, 2.º Duque de Viseu e 1.º Duque de Beja, e de sua mulher D. Beatriz de Portugal, sobrinha paterna de D. Afonso V, prima-irmã e cunhada de D. João II e irmã do futuro Rei D. Manuel I de Portugal.[2] Iniciou a construção do Paço dos Bispos de Viseu (hoje Museu). Acompanhou a Excelente Senhora na sua entrada em Portugal em 1475 e obteve de D. Afonso V a doação de duas torres Romanas situadas junto à Sé de Viseu, convertendo-as em cadeia, o que muito irritou o povo da cidade, tendo-se levantado um «arroido» contra ele, de que resultaram mortos e feridos, entre eles D. Luís da Cunha, 1.º Senhor de Santar, episódio de que resultaram várias Cartas de Perdão Real. DescendênciaTeve um filho sacrílego de Maria Vaz (Vila Verde, Pico de Regalados, c. 1420 -):
Teve um filho sacrílego e uma filha sacrílega de Isabel Gonçalves:
Teve um filho sacrílego de D. Isabel de Soutomaior, filha de D. Pedro Álvarez de Soutomaior, o Madruga, 1.º Conde de Caminha, e de sua mulher Teresa de Távora:
Terá tido também filhos sacrílegos com D. Beatriz de Eça (c. 1416 ou 1421 - d. 1461 ou 1480), Abadessa do Mosteiro de Celas, filha de D. Fernando de Eça, Senhor de Eça, e de sua primeira mulher Maria de Melo:[3]
Referências
Fontes
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