Jesús Juárez Párraga
Jesús Juárez Párraga SDB (Múrcia, 22 de julho de 1943) é prelado espanhol da Igreja Católica Romana. É membro da Sociedade de São Francisco de Sales e arcebispo emérito de Sucre, na Bolívia, que governou entre 2013 e 2020. Serviu anteriormente como bispo auxiliar da Arquidiocese de La Paz entre 1988 e 1994, e, em seguida, foi o primeiro bispo da Diocese de El Alto, onde esteve até ser elevado a arcebispo. BiografiaJuventude e presbiteradoNasceu em Alquerías, na Região de Múrcia, Espanha. Depois de cursar o primário em sua cidade natal, em 23 de setembro de 1953, ingressou no Colégio Salesiano de Cabezo de Torres, Múrcia, para o curso secundário, dando seguimento, a partir de 1955, no Aspirantado Salesiano de Campello, Alicante.[1] Em 16 de agosto de 1960, iniciou o noviciado na Casa Salesiana de Ibi, em Alicante, e concluiu os cursos de Filosofia e Letras em Godelleta, Valência, em 1964. Foi então destinado para Comunidade Salesiana de Pairumani, em Cochabamba, Bolívia, onde chegou em 4 de novembro, realizando um trabalho educativo em favor de adolescentes e jovens pobres e órfãos até 1968. Em seguida, foi enviado para o Estudantado Teológico de Benediktbeuern, Alemanha, onde concluiu os cursos de Teologia e Pedagogia Social em 1972. Fizera sua profissão perpétua na Sociedade de São Francisco de Sales em 3 de agosto de 1967, em Cochabamba.[2] Foi ordenado sacerdote em sua cidade natal pelo arcebispo de Valência, Dom Miguel Roca Cabanellas, em 16 de dezembro de 1972. Retornou então para a Bolívia e estabeleceu-se na Escola Agrícola de Muyurina, em Montero, departamento de Santa Cruz, convertendo-a num referente muito importante para o crescimento e fortalecimento da atividade agropecuária da região.[3] De 1977 a 1979, completou seus estudos teológicos, obtendo licenciatura em Teologia na Pontifícia Universidade Salesiana m Roma, Itália. Novamente de volta à Bolívia, foi nomeado vigário da província salesiana (1979-1985) e diretor da comunidade (1981-1987). EpiscopadoEm 16 de abril de 1988, o Papa João Paulo II nomeou-o bispo titular de Gummi de Proconsular e auxiliar da La Paz. Recebeu a sagração episcopal na Catedral de La Paz, em 18 de junho seguinte, por imposição das mãos de Dom Santos Abril y Castelló, núncio apostólico, auxiliado por Dom Frei Luis Sáinz Hinojosa, OFM, arcebispo de La Paz, e por Dom Julio Terrazas Sandoval, CSsR, bispo de Oruro e presidente da Conferência Episcopal Boliviana. A mesma elegeu-o presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e grão-chanceler da Universidade Católica São Paulo.[1] Em 1990, teve papel protagônico na solução o conflito originado pela famosa marcha dos povos indígenas "pelo território e pela dignidade", recebendo-os na localidade de Yolosa (Departamento de La Paz), facilitando os encontros entre o governo e os indígenas do leste boliviano. Incentivou a formação de organizações sociais que tiveram influência na defesa da autonomia dos povos indígenas.[3] Dom Jesús foi eleito secretário geral da Conferência Episcopal Boliviana em maio de 1991 e reeleito por igual período em 1994. Tornou-se membro da Comissão Litúrgica do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e delegado da conferência boliviana junto a este organismo. No mesmo ano, o arcebispo de La Paz nomeou-o vigário-geral, confiando-lhe o cuidado pastoral das zonas norte e sul do planalto de La Paz e, a partir de novembro de 1992, da cidade de El Alto. Em 25 de junho de 1994, El Alto tornou-se uma diocese independente e Dom Jesús foi designado seu primeiro bispo. Tomou posse em 28 de agosto seguinte, ocasião em que inaugurou a Catedral de Nossa Senhora da Candelária, no distrito de Collpani.[4] Em maio de 2000, foi eleito vice-presidente da Conferência Episcopal Boliviana e presidente da Comissão de Comunicação Social. Trabalhou junto a Comissão de Direitos Humanos e Defensora do Povo a suspensão do bloqueio de estradas originado pelas comunidades campesinas do altiplano. Seus esforços valeram-lhe a outorga do título de Pesonalidade do Ano da parte da Prefeitura de El Alto. Findo seu mandato como vice-presidente da CEB em 2003, reassumiu a secretaria geral da mesma, por mais dois mandatos.[3] Durante a crise social e política de 2003, que culminou com a saída do país do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, o trabalho pastoral de Dom Jesús foi fundamental para promover diálogo do governo com delegados da sociedade civil por meio de suas organizações sindicais, sindicais e cívicas, juntamente com a Assembleia Permanente de Direitos Humanos.[5] Em 2009, foi eleito vice-presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social Cáritas da Bolívia. Três anos mais tarde, tornou-se presidente da mesma e encarregado da Pastoral Carcerária.[1] Em 2 de fevereiro de 2013, o Papa Bento XVI nomeou-o arcebispo metropolita de Sucre em substituição a Dom Frei Jesús Gervasio Pérez Rodríguez, OFM. Sua posse ocorreu em 20 de março seguinte. Imposição do pálio como arcebispo das mãos do Papa Francisco em 29 de junho.[3][2] Sem perder o vínculo com sua terra natal, celebrou seus 25 anos de episcopado em Alquerías. Em 12 de setembro de 2014, recebeu o título de Filho Predileto de Múrcia.[6] Durante o governo do ex-presidente Evo Morales, em julho de 2018, para prevenir a tensão social no país, convocou pelo cumprimento do referendo 21F e da Constituição Política do Estado. "Tem que aceitar essa decisão sem truques", disse ele na ocasião. Este apelo foi classificado como "vergonhoso" pelo próprio Morales, que exigia que a Igreja não se envolvesse na política. Em novembro de 2018, Dom Jesús esclareceu publicamente a Gonzalo Hermosa, membro do grupo Los Kjarkas, que "o único enviado de Deus é Jesus Cristo e não o presidente Evo Morales”, como afirmou o artista. Na ocasião, o ex-governador de Chuquisaqueño, Esteban Urquizu, agrediu o sacerdote e o acusou de ser um "porta-voz oficial" da oposição.[5][7] EmeritudeSeguindo as disposições do Código Canônico, Dom Jesús apresentou seu pedido de renúncia ao seu cargo por atingir 75 anos de idade. O Papa Francisco aceitou seu pedido em 11 de fevereiro de 2020, determinando como seu sucessor Dom Ricardo Ernesto Centellas Guzmán. Permaneceu à frente do governo aquiepiscopal, no entanto, como administrador apostólico, até junho, quando deu posse ao seu sucessor.[8] Em dezembro daquele ano, ao saber que o Senado argentino possibilitou o aborto legal e gratuito, o arcebispo emérito de Sucre ratificou a posição da Igreja Católica em defesa dos nascituros e exortou os legisladores bolivianos a não imitar o exemplo do país vizinho.[9] Em dezembro de 2022, celebrou suas bodas de ouro sacerdotais em sua terra natal.[10] Referências
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