Jean Améry
Jean Amery (Viena, 31 de outubro de 1912 — Salzburgo, 17 de outubro 1978), é um quase anagrama do seu verdadeiro nome: Hanns Chaim Mayer. Foi um ensaísta de nacionalidade austríaca muito influenciado pela Segunda Guerra Mundial. Tendo sido um estudante de filosofia e literatura em Viena, e ter passado a infância e juventude no Tirol, acabou por se exilar em Bruxelas fugindo à ameaça nacional-socialista. Da sua participação na resistência organizada contra a ocupação nazi da Bélgica, resultou a sua captura e tortura na prisão. Passou por vários campos de concentração, nomeadamente pelo campo de Auschwitz-Monowitz, mas acabou por sobreviver às experiências mais terríveis. Foi libertado em Bergen-Belsen em 1945. Suicidou-se em 1978 num hotel de Salzburgo com uma overdose de barbitúricos.[1] Foi depois da guerra que mudou o seu nome Hanns Mayer para Jean Améry, um quase anagrama em francês do seu nome de família, como forma simbólica de romper com a cultura germânica, e a sua aliança com a cultura francesa. Viveu em Bruxelas, trabalhando como jornalista de cultura para os jornais de língua alemã na Suíça. Publicando apenas na Suíça, recusou publicar durante muitos anos na Alemanha e na Áustria. Legado filosófico e literárioNa sua obra mais célebre — “Nos limites da Mente: Contemplações e Realidades de um sobrevivente de Auchwitz” — sugere que a tortura foi a essência do Terceiro Reich. Num outro livro, com título original alemão: Hand an sich legen. Diskurs über den Freitod, e editado em português com o título "Atentar contra Si" em 2009 pela Assírio & Alvim, com tradução, posfácio e notas de Pedro Panarra, tece uma reflexão filosófica sobre a morte voluntária. Não chegando a ser um ensaio filosófico no sentido mais estrito do termo, articula uma reflexão sobre a morte. A relação entre corpo e espírito, a liberdade e responsabilidade intrínsecas à decisão humana, a relação com o Outro.[2] A sua obra é percorrida e influenciada indelevelmente pelas experiências passadas nos campos de concentração nazis, onde explora as fronteiras da mente humana. ![]() Publicações em francês
Publicações em inglês
Referências
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