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As definições do "italiano do Norte" são contraditórias, como é contraditório o mesmo nome do grupo:
Def. 1: O "italiano setentrional" é um grupo de dialetos da língua italiana, segundo a linguística românica tradicional (ver por ex. Gian Battista Pellegrini[4] e Jacques Allières[5]). No entanto, para que esta definição seja válida é preciso entender por língua italiana, como nas obras do linguista alemão Gerhard Rohlfs,[6][7] o conjunto dos dialetos românicos da Itália (e até da Córsega), entre os quais destaca o idioma italiano literário e oficial, que provem do dialeto florentino de Dante, Boccaccio e Petrarca. Segundo a terminologia de Pellegrini [2], cf. o mapa Def. 1, o galo-itálico é um sub-grupo do "italiano setentrional" (dialectos com substrato[desambiguação necessária] linguístico gaulês e liguriano antigo). Pierre Bec, no seu manual,[8] afirma que tivera que existir algum tipo de unidade diacrônica entre as línguas reto-românicas e o grupo do Italiano do Norte.[9] Nesse sentido, Bec, ainda sendo da escola tradicional, pode ser considerado um precursor dos estudos do linguista australiano Geoffrey Hull.
Def. 2: A "língua padana" ou "língua cisalpina" é uma língua românica independente, diferente do italiano, segundo certos lingüistas como Heinrich Schmid,[10]Andrea Schorta[11] e, sobretudo, Geoffrey Hull.[12][13]
Def. 3: O galo-itálico é um grupo de línguas independentes, veja-se a classificação de Ethnologue[3]. Esta opinião é escassamente aceitada pelos linguistas tradicionais, para os quais é como dizer que cada dialeto do italiano do Norte é uma língua diferente; uma possível exceção é o piamontês graças ao seu dinamismo particular. Também o Livro Vermelho das Línguas Ameaçadas da Unesco[4] reconhece a independência destas línguas.
Distribuição geográfica
O domínio linguístico do italiano do Norte corresponde mais ou menos à Itália do Norte ou Padânia.
O limite meridional, entre o italiano do Norte e o italiano em sentido estreito, corresponde à linha La Spezia-Rimini, ou com mais precisão geográfica, a linha Massa-Senigallia. A separação entre as línguas românicas marcada por esta linha as divide em dois grandes grupos: a România ocidental (inclusive o italiano setentrional) e a România oriental (inclusive o Italiano do Centro-Sur). O grupo galoitálico é ao mesmo tempo separado de outros grupos do Nordeste (Veneto, Trentino, Friuli, Tirol do Sur) por uma linha que corre ao este de Bolzano e pela costa oriental do lago de Garda ao norte de Mântua e o rio Pó.
O limite setentrional, entre o italiano do Norte (e o reto-românico) e outras línguas (românicas, germânicas ou eslavas), corresponde às fronteiras políticas entre os vários povos germânicos dominantes depois das migrações dos povos bárbaros, isto é entre lombardos, visigodos, burgúndios e bávaros, que estão refletidas no superstrato[desambiguação necessária] linguístico das línguas românicas atuais:
Para o norte, o italiano do Norte (e o reto-românico) lidam com o alto alemão suíço, derivado do idioma dos alamanos e ao alto alemão bávaro, derivado do idioma dos bávaros e falado atualmente em (Áustria e em Tirol). Nesta zona, Romania submersa, houve substituição linguística dos idiomas românicos.
Para o leste, o italiano do Norte (e o friulano reto-românico) lindam atualmente com duas línguas do grupo eslavo: esloveno e croata.
Classificação e tabela comparativa
Em realidade, não há muita discrepância sobre a classificação das línguas ou dos dialectos do "italiano do Norte" (Ethnologue: Galo-itálico), senão sobre seu estatuto de língua ou línguas independentes com respeito ao que Rohlfs e Pellegrini entendem por "língua italiana", que compreende também o corso. O mesmo vale para os substratos e o superestrato único (vejam-se pelas duas questões as referências iniciais, 1 - 13). Para não obfuscar a descrição com questões de língua contra dialecto, empregar-se-á na tabela o termo neutro idioma. Portanto o grupo pode classificar-se assim:
Estas línguas locais são faladas hoje nas suas áreas respetivas por um número menor de pessoas que o Italiano, com a parcial exceção da região do Vêneto, onde um pouco menos de metade da população local fala a língua local correntemente.[43] A literatura escrita continua a prosperar nas diferentes variedades e essas mesmas línguas ainda são faladas pela diáspora em países com comunidades de imigrantes italianos, como no Brasil (Talian) e na Argentina.
↑Pellegrini, G.B. (1975) “I cinque sistemi dell'italoromanzo”, Saggi di linguistica italiana (Turin: Boringhieri), pp. 55-87
↑Allières, Jacques (2001), Manuel de linguistique romane, coll. Bibliothèque de grammaire et de linguistique, París: Honoré Champion
↑Rohlfs, Gerhard (1937) La struttura linguistica dell’Italia, Leipzig: s.n.
↑Rohlfs, Gerhard 1966-69 Grammatica storica della lingua italiana e dei suoi dialetti. (3 vol: Fonetica. Morfologia. Sintassi e formazione delle Parole), Einaudi, Torino.
↑Bec, Pierre (collab. Octave NANDRIS, Žarko MULJAČIĆ) (1970-71), Manuel pratique de philologie romane, París: Picard, 2 vol.
↑Ibid, tome 2 : français, roumain, sarde, dalmante - index des 2 tomes, Picard, 1971, - réédit. 2000, ISBN 978-2708402300, p. 316: Ao mesmo tempo inovador e arcaizante em relação ao galo-italiano, o reto-friulano deve ser de todos modos integrado dentro do conjunto galo-românico [...] cisalpino, do qual constitui [...] uma área marginal e conservadora. [...] desde o ponto de vista diacrônico, e uma certa unidade, sobretudo entre a Reto-românia e a Cisalpinia pode ser considerado segura. ("À la fois novateur et archaïsant par rapport au gallo-italien, le réto-friulan doit être de toute façon intégré dans l'ensemble gallo-roman [...] cisalpin, dont il constitue [...] une aire 'marginale et conservatrice. [...] vue en diachronie, une certaine unité peut être assurée, surtout entre Raetoromania et Cisalpinia").
↑Schmid, Heinrich (1956) Über Randgebiete und Sprachgrenzen", Voz Romanica, XV, pp. 79-80
↑Schorta, Andrea (1959) "Il rumantsch - grischun sco favella neolatina", Annalas da la Società Retorumantscha, LXXII, pp 44-63).
↑Ligúria: Todas as províncias. Também: Piemonte: parte da província de Alessandria; Emília: parte das províncias de Placência e Parma; França: na zona fronteiriça entre França e Itália e entre ligur e occitano: roiasco (inclusive o brigasco), que se fala no alto vale do Roya (dialeto de transição para o occitano); Córsega, Bonifacio e um tempo nas outras cidades da costa.
↑Lombardia ocidental: todas as províncias ao oeste do rio Adda e a norte do rio Pó; Pavia parte septentrional; Sondrio parte ocidental. Também: Piemonte: nas províncias de Novara e Verbania (de transição).
↑Toda a "Suíça italiana": Cantão de Ticino, quatro vales meridionais do Cantão dos Grisões
↑Lombardo oriental também oróbico: Lombardia oriental: todas as províncias ao leste do rio Adda; Sondrio parte oriental; com características orientais atenuadas: Cremona
↑Os Carnii, mais diferente do dos galos mais ocidentais.
↑A classificação do istriota é difícil e controvertida. Se considera geralmente um tipo particular de vêneto, um dialeto diferente do vêneto o, em fim, uma língua intermédia entre o vêneto e a dálmata.