Isolde Frank
Isolde Mohr Frank (Creglingen, 1936) é uma flautista, maestrina e professora teuto-brasileira de relevante atuação no estado do Rio Grande do Sul. BiografiaIsolde Mohr nasceu em uma família musical, e cedo foi introduzida na música através da flauta doce. Fez estudos de flauta transversal na Escola Superior de Música em Stuttgart com Hans-Ulrich Niggemann e se especializou em flauta doce. Depois de casar-se com Eberhard Frank mudou-se para Porto Alegre em 1959, sendo convidada por Bruno Kiefer para lecionar no Seminário Permanente da Secretaria Municipal de Cultura e no Seminário Livre de Música de Porto Alegre, onde atuou de 1965 a 1969. Sua atividade foi bem recebida, sendo então convidada para lecionar em cursos de extensão universitária da UFRGS, e ao ser criado o Curso de Licenciatura em Música na década de 1970, foi contratada para lecionar flauta doce no Instituto de Artes, onde permaneceria por vinte anos. Foi a fundadora do Curso Livre de Flauta Doce.[1] Foi colaboradora da Comissão Coordenadora de Música Sacra da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil,[2] uma das fundadoras do Instituto de Cultura Hispânica,[3] e fundadora em 1966 e líder do Quarteto de Flautas de Porto Alegre, que mais tarde, incorporando o Madrigal da UFRGS de Madeleine Ruffier, se transformou no Conjunto de Câmara de Porto Alegre, voltado para a música medieval e renascentista, liderando-o até 1978, quando passou a ser coordenado por Marlene Goidanich.[1] Em 1975 fundou a Orquestra Infanto-Juvenil da Associação Musical Infanto-Juvenil de Porto Alegre, mantida por ex-alunos do Instituto de Artes da UFRGS, a primeira orquestra do Brasil em seu gênero,[4] regendo-a por muitos anos, e foi uma das idealizadoras e organizou o projeto de uma escola preparatória para os candidatos à Orquestra. Convidada para implantá-lo, recusou por estar sobrecarregada de trabalho, e por divergências internas a Associação Musical logo se desligou da iniciativa, que foi encampada pela Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS e se materializou como o Projeto Prelúdio, ativo a partir de 1982 e ainda em desenvolvimento, oferecendo uma extensa gama de atividades musicais didáticas e recitais para a comunidade. Apesar de não liderar o projeto, Isolde permaneceu ligada a ele por muitos anos, colaborando na definição de diretrizes e disponibilizando a Orquestra Infanto-Juvenil como uma escola de prática para os alunos.[5][6] Segundo Nidia Kiefer, "essa parceria foi de suma importância para o Projeto Prelúdio, pois, além da participação dos alunos, havia também a dos professores do Prelúdio, que auxiliavam a regente em seu trabalho. A prática dos professores junto à orquestra da AMIJPA, ampliando seus conhecimentos, proporcionou-lhes, mais tarde, em 1990, condições de iniciar um trabalho específico com orquestras no âmbito do Prelúdio".[7] Preenchendo uma total lacuna de obras didáticas no estado, escreveu Método para flauta doce (1976), Pedrinho toca flauta I e II (1980 e 1982) e ABC da música (2008).[1] Segundo Santos, Barbosa & Bujes, "o método Pedrinho toca flauta de Isolde Mohr Frank é um referencial na pedagogia de flauta doce no Brasil".[8] Também é autora do cancioneiro Vêm, amigos, vêm cantar (2009) e de A escrita musical: uma introdução (2020).[1] Isolde Frank é reconhecida como um dos grandes nomes da história da flauta doce no estado,[9] e desempenhou um papel de primeiro plano na sua descoberta e legitimação na década de 1960, sendo até então pouco conhecida e desvalorizada em todo o Brasil,[1] além de ter deixado uma sólida base didática para o estudo do instrumento na UFRGS, que desde então se tornou um dos principais polos de criação de novo repertório.[10] Segundo Lucia Carpena,
Teve quatro filhos com Eberhard Frank,[4] entre eles Hella Frank, destacada professora e violinista, spalla da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro e membro do Trio Elas por Elas, com Olinda Allessandrini e Inge Volkmann.[12] Ver tambémReferências
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