Instituto Ayrton SennaInstituto Ayrton Senna
O Instituto Ayrton Senna é uma ONG brasileira criada pela família Senna em 1994 tendo como presidente Viviane Senna, irmã do tricampeão de Fórmula 1. O Instituto concretiza o sonho de Ayrton Senna de ajudar o Brasil a diminuir as desigualdades sociais, criando oportunidades de desenvolvimento humano a crianças e jovens por meio da educação.[1] Ao longo das suas três décadas de atuação, o Instituto Ayrton Senna já realizou mais de 36 milhões de atendimentos a crianças de jovens de todo Brasil e esteve presente em mais de tres mil municípios[2]. História
Ayrton Senna Em março de 1994, o tricampeão de Fórmula 1, Ayrton Senna, compartilhou com sua irmã Viviane Senna, o desejo de realizar uma ação sistemática para oferecer oportunidades de desenvolvimento humano a crianças e jovens de baixa renda. O assunto seria retomado no final da temporada daquele ano, mas não houve tempo devido ao acidente em Ímola, ocorrido em 1º de maio. Para concretizar o desejo do piloto, a família Senna fundou o Instituto Ayrton Senna em novembro daquele ano. Com a visão de que só a educação de qualidade pode transformar vidas, o Instituto atua desde então em diversas frentes para promover melhorias significativas no sistema educacional brasileiro.[1] Em 2003, a UNESCO concedeu ao Instituto a chancela da Cátedra de Educação e Desenvolvimento Humano, feito inédito para uma ONG em todo o mundo.[4] Em 2012, o Instituto Ayrton Senna foi convidado pela Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) a integrar a rede NetFWD (Net Forward), um fórum internacional que reúne uma dezena de institutos e fundações capazes de inspirar propostas inovadoras para a atuação social privada com foco no desenvolvimento em todo o mundo. O fórum conta com organizações que atuam em diferentes setores, e o Instituto Ayrton Senna, única organização brasileira participante do grupo fundador, foi convidado por sua atuação e produção de conhecimento na área da educação.[5] IniciativasA organização coloca a disposição das administrações públicas, gratuitamente, serviços de gestão do processo educacional que incluem diagnóstico e planejamento, formação de gestores e educadores, desenvolvimento de soluções pedagógicas inovadoras.[6] O principal valor do Instituto é promover a educação integral para o pleno desenvolvimento de crianças e jovens em suas múltiplas competências, ajudando os estudantes a ter sucesso na escola e a serem cidadãos capazes de responder às exigências profissionais, econômicas, culturais e políticas do século 21.[6] MetodologiasFormação de educadoresAnualmente, pelo menos 60 mil profissionais recebem capacitação em serviço, coaching, tutoria e supervisão. Não apenas os professores, mas também os gestores escolares desenvolvem capacidades voltadas à gestão integrada. Tanto a administração das escolas quanto o próprio processo educacional são abordados na perspectiva de uma gestão focada em resultados - o aprendizado do aluno -, para garantir alfabetização na idade adequada, corrigir o atraso escolar, evitar a repetência e o abandono.[6] Soluções educacionaisTodas as soluções educacionais criadas e implementadas pelo Instituto Ayrton Senna, em parceria com as redes de ensino, ONGs e universidades, têm como objetivo o desenvolvimento pleno das crianças, dando-lhes subsídios para que obtenham êxito na escola e possam traçar uma história de sucesso, como pessoas, cidadãos e futuros profissionais, desenvolvendo competências como: iniciativa e autonomia, liderança, comunicação, trabalho em equipe e diversas outras, consideradas fundamentais para o século 21.[6] As soluções educacionais são incorporadas às atividades das redes escolares. Programas do Instituto articulam essas soluções de acordo com as principais necessidades de cada rede escolar.[6] Gestão da escola e do aprendizadoO Programa "Gestão Nota 10" oferece capacitação e ferramentas gerenciais para as Secretarias de Educação e os gestores escolares.[7] A cultura da boa gestão escolar também está aplicada ao processo de aprendizagem, por meio do Programa "Circuito Campeão", que orienta e monitora diretamente as ações educacionais de combate ao analfabetismo e à baixa aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para atender alunos cronicamente defasados, com dificuldades de aprendizagem, e ajudá-los a chegar à série adequada a suas idades, as redes de ensino têm como aliados os Programas "Se Liga", "Acelera Brasil" e "Fórmula da Vitória".[7] Educação de jovensO Programa "SuperAção Jovem" propõe uma criativa mobilização para a formação de estudantes, que passam a ser protagonistas da própria aprendizagem, enquanto os educadores também são formados para serem protagonistas na gestão da sala de aula e da escola.[7] Com os programas "Educação pela Arte" e "Educação pelo Esporte" os alunos ganham espaço para o desenvolvimento de competências essenciais, como a criatividade, a colaboração e a gestão da informação, por meio do trabalho com projetos e temas contemporâneos altamente motivadores para as novas gerações.[7] Educação e tecnologiaNos programas de Educação e Tecnologia são articulados os mais novos recursos tecnológicos com metodologias que expandem as possibilidades de aprendizado e desenvolvimento, tanto para professores quanto para alunos.[8] O Programa "Escola Conectada" leva soluções para a formação continuada dos professores e, também, para a sua capacitação no uso de tecnologias e ambientes online no processo de desenvolvimento dos alunos.[8] ResultadosO trabalho do Instituto Ayrton Senna alcança todas as regiões do Brasil. Em 1998 eram apenas 24 os municípios que adotavam suas soluções educacionais; em 2012 já alcançava mais de um quarto dos municípios brasileiros, onde cerca de 2 milhões de alunos são diretamente beneficiados anualmente.[4] A capilaridade da atuação se amplia à medida que estados e municípios adotam soluções educacionais como parte de suas políticas de educação, como aconteceu com a prefeitura de São Paulo no final de 2017 e o governo estadual de São Paulo em abril de 2018.[9][10] O Instituto Ayrton Senna incorporou a cultura da avaliação. É a avaliação que permite observar de forma objetiva os erros e acertos das ações, orientando ajustes imediatos e pautando novas pesquisas para o aperfeiçoamento e desenvolvimento das soluções educacionais. A avaliação também pauta a tomada de decisões com base em dados e evidências, e traz os resultados concretos de todo o trabalho.[11] O Instituto de Estudos do Trabalho e da Sociedade (IETS) analisou resultados das parcerias do Instituto Ayrton Senna com secretarias de Educação, abrangendo 947 municípios brasileiros, por um período de seis anos. A pesquisa foi realizada sob a coordenação do economista Ricardo Paes de Barros, e demonstrou o impacto real dos programas. O estudo aponta que o Instituto Ayrton Senna aumentou em até 11 vezes a velocidade do crescimento da taxa de aprovação escolar nas redes onde são implementadas as suas soluções educacionais.[11] Por outro lado, um estudo recente fez algumas críticas às metodologias de avaliação utilizadas pelo Instituto, apontando algumas limitações metodológicas e em relação ao seu uso nas políticas públicas.[12] Recursos e licenciamentoPara realizar o seu trabalho, o Instituto Ayrton Senna conta com recursos oriundos de três fontes: parte de royalties de licenciamento dos direitos relativos a Ayrton Senna e Senninha, parcerias com a iniciativa privada e doações de pessoas físicas.[13] Empresas de vários países licenciam a imagem do tricampeão mundial de Fórmula 1 e dos personagens da Turma do Senninha, bem como as marcas a eles relativas, para agregar valor aos seus produtos e mostrar que acreditam nos valores defendidos por Ayrton Senna. Parte dos recursos arrecadados com os royalties é destinada ao trabalho do Instituto Ayrton Senna.[13] Parcerias e doaçõesEmpresas que apostam na educação para diminuir as desigualdades sociais investem recursos no trabalho que o Instituto Ayrton Senna desenvolve em todo o País. Muitas empresas também oferecem a sua expertise e o valioso tempo de seus profissionais a serviço da causa da educação.[14] A base de doadores ao Instituto Ayrton Senna é composta por pessoas que acreditam no trabalho do Instituto e contribuem para que crianças e jovens de todo o Brasil tenham acesso a uma educação pública de qualidade.[14] Uma das formas de contribuir é doando à organização a Nota Fiscal Paulista, sem CPF. É possível, também, ser um doador revertendo uma quantia mensal.[14] Assuntos relacionadosEm 2011, o Instituto promoveu o Seminário Internacional "Educação para o Século 21", evento que reuniu representantes de todos os setores da sociedade e debateu a importância das competências não cognitivas como estratégia para melhorar a qualidade do aprendizado na escola pública. Realizado em cooperação com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) e com a Unesco, o seminário teve a participação, dentre vários especialistas na área, de James Heckman, Prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Chicago.[15] Em abril de 2011, foi concluído um inédito e extenso trabalho que compila e organiza as principais conclusões de 165 estudos nacionais e internacionais sobre os impactos de políticas de educação no aprendizado dos alunos. É o documento "Caminhos para Melhorar o Aprendizado", lançado em parceria com o movimento "Todos pela Educação". O trabalho está dividido nos seguintes temas: recursos da escola, plano e práticas pedagógicas, gestão da escola, gestão da rede de ensino e condições das famílias. É uma poderosa e avançada ferramenta para gestores, e contribui para a implementação de políticas públicas capazes de gerar mudanças efetivas no cenário da educação.[16] EventosEm março de 2018 o Instituto representou o Brasil no maior evento sobre educação do mundo, o SXSW-Edu, no Texas, Estados Unidos.[17] Em 2018 o Instituto foi convidado pela Arcos Dourados, maior franquia de McDonald's do mundo, a participar do evento McDia Feliz, por conta da nova causa da companhia, a educação.[18] O Instituto foi escolhido para representar o Brasil no Reimagine Education entre os dias 29 e 30 de novembro de 2018, o evento foi realizado em São Francisco, Estados Unidos. Um projeto do Instituto em parceria com a Unesp foi um dos 130 escolhidos para ser apresentado no evento educacional.[19] Referências
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