Incêndio de Monchique de 2018
O incêndio de Monchique de 2018 foi um incêndio florestal ocorrido na serra de Monchique, na região do Algarve em Portugal.[3] O incêndio teve início por volta das 13 horas no dia 3 de Agosto[3] e foi parcialmente dominado na manhã do dia 10 de agosto.[1] A ação dos bombeiros foi dificultada pela forte intensidade e constantes mudanças de direcção do vento e pela dificuldade de acesso dos meios terrestres.[4][5] O incêndio teve início na localidade de Perna da Negra, no concelho de Monchique, tendo posteriormente alastrado para parte dos concelhos de Silves e Portimão.[4] O incêndio resultou em 41 feridos, um deles em estado grave, 22 dos quais bombeiros.[1] e consumiu uma área florestal de 26.885 hectares dos concelhos de Silves, Odemira, Portimão e Monchique, bem como 62 casas de primeira habitação, 49 de segunda habitação e matou cerca de 5.600 animais.[6] Ao segundo dia, o incêndio era combatido por 700 bombeiros, 11 aviões e 230 militares.[7] Ao sexto dia, encontravam-se a combater as chamas mais de 1400 bombeiros apoiados por 160 militares e 14 aviões de combate a incêndios.[3][5] No dia 4 de agosto foi ativado o Plano Municipal de Emergência.[7] O incêndio deixou várias localidades da serra de Monchique sem acesso a comunicações móveis. No dia 6 de agosto o centro de Monchique ficou sem abastecimento de água.[3] A estrada nacional 266 foi cortada ao trânsito.[4] A Electricidade de Portugal encerrou o fornecimento de eletricidade a várias localidades do concelho de Monchique alegando razões de segurança.[4] À data de 8 de agosto tinham já sido evacuados 230 residentes.[3] Entre as causas apontadas pelos especialistas para a dimensão e incontrolabilidade do incêndio estão o excesso e descontrolo da plantação de eucaliptos, o número insuficiente de faixas de descontinuidade, a temperatura extrema e as dificuldades de acesso.[8][2][9] Mais de 72% da serra de Monchique é ocupada por eucalipto.[10] Os especialistas são unânimes em criticar a falta de ordenamento do território que tem permitido a expansão descontrolada de eucaliptais, que rapidamente dominam a paisagem. O eucalipto projeta partículas incandescentes capazes de provocar novos focos de incêndio a vários quilómetros de distância, provocando novos focos de incêndio que dispersam os meios de combate e diminuem a sua eficácia.[8][2] O dia 4 de agosto foi o dia mais quente do século em Portugal.[11] Durante as operações registaram-se temperaturas de 47 graus e humidade relativa de 14%.[12] A inexistência de faixas de continuidade em número suficiente impediu a colocação de meios logo no primeiro dia de incêndio. Em 2006 o ICNF elaborou um plano que previa 120 quilómetros de faixas de descontinuidade na serra de Monchique, dos quais apenas 30 km estavam concluídos em 2012, ano em que a sua gestão passou para as autarquias.[8] O incêndio de 2018 foi precedido por vários incêndios de grande dimensão que ocorreram na mesma região em anos anteriores. Em 2003 ocorreram dois grandes incêndios que queimaram 90% do território de Monchique e 41 000 hectares de floresta. O primeiro esteve ativo entre os dias 8 e 18 de agosto e o segundo entre 11 e 19 de setembro, tendo-se propagado para os concelhos de Portimão, Aljezur e Lagos.[1][13] Galeria
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