Igreja do Santíssimo Sacramento e de Santa Teresinha de Lisieux Nota: Para outros significados, veja Igreja de Santa Teresinha do Menino Jesus.
A Igreja do Santíssimo Sacramento e de Santa Teresinha de Lisieux é uma igreja católica localizada em Porto Alegre, no Brasil. Construída a partir de 1924 em um estilo neogótico refinado, contém várias obras de arte em seu interior[1] e é uma das atrações turísticas da cidade.[2] Em 1982 a igreja foi incluída pela Prefeitura Municipal no Inventário dos Bens Imóveis de Valor Histórico e Cultural e de Expressiva Tradição.[3] O temploA pedra fundamental do edifício foi lançada no dia 6 de janeiro de 1924, sendo inaugurado solenemente no dia 27 de setembro de 1931. Foi um dos primeiros templos erguidos em honra a Santa Teresinha do Menino Jesus, que foi canonizada em 1925. Segundo Moacyr Flores, o projeto foi do engenheiro construtor espanhol Frei Cyríaco de São José, da Ordem dos Carmelitas Descalços. Retornando à Espanha antes da finalização da obra, deixou-a sob a responsabilidade do Frei Mariano de São José, também carmelita.[1] Harry Bellomo alega que o autor do projeto foi André Arjonas.[4] Em 1970 a igreja foi elevada à categoria de paróquia, recebendo o título adicional de Santíssimo Sacramento, como memória do Congresso Eucarístico realizado em Brasília. A paróquia é atendida pelos Carmelitas Descalços.[1] O edifício mostra uma notável harmonia nas formas e proporções e beleza nos detalhes, num estilo neogótico de grande pureza. A despeito de suas dimensões relativamente modestas, sua verticalidade e leveza de linhas, típicas do estilo, aumentam a sensação de amplitude. Além disso, ele apresenta algumas soluções arquitetônicas interessantes, especialmente na fachada, dominada por uma torre octogonal única que se projeta, centralizada, para a frente em relação ao corpo do prédio, coroada por uma estátua da Padroeira de autoria de Alfred Adloff. Ao nível do chão a torre se abre em duas portas em ângulo de 45º em relação à via pública. Estas portas desembocam em um vestíbulo dentro do corpo da torre, e então, por uma porta única central, penetra-se na nave.[1] Outra característica interessante é que o coro sobre a entrada ocupa também o oco da torre na altura do segundo piso, num espaço que espelha a abside na extremidade oposta da nave.[1] Chama a atenção, ainda, a requintada decoração de esculturas, florões e frisos com motivos animais e vegetais, espalhados pela fachada e pelo interior. Nos tímpanos dos arcos da fachada existem relevos de Bartolomeu Llul, ilustrando cenas da vida da santa. O altar-mor, uma estrutura em mármore ornamentada com pináculos, projetado por André Arjonas e executado por profissionais da firma de Jacob Aloys Friedrichs, continua visualmente num nicho elevado embutido na parede traseira preenchido com um grupo escultórico com a estátua de Santa Teresa de Ávila, reformadora da Ordem, ajoelhada aos pés de Nossa Senhora do Carmo com o Menino Jesus nos braços. O conjunto é ladeado por outros nichos na abside com imagens de outros santos.[1] Nos altares laterais, também projetados por Arjonas e feitos em mármore, destacam-se um expressivo grupo escultórico representando a Crucificação, e uma imagem da Padroeira. Ao longo das paredes estão instaladas as estações da Via Sacra em relevo. O grande vitral na fachada, representando a apoteose de Santa Teresinha, foi confeccionado pela Sociedad Maumejean Hermanos, de Madri, e os vitrais secundários são obra da Casa Genta e da Casa Veit, ambas de Porto Alegre.[1] A padroeiraSanta Teresinha do Menino Jesus, carmelita descalça, nascida Marie Françoise Thérèse Martin, em 2 de janeiro de 1873, era filha de Louis Martin e Zélie Guérin. Teve infância feliz, mas agitada por uma saúde frágil. A morte da mãe, ocorrida quando Teresa tinha ainda quatro anos, deixou marcas. A menina passou, então, aos cuidados de sua irmã mais velha, Paulina, que seria a primeira a entrar no Carmelo. Mais tarde, acometida por uma doença inexplicada, teve uma visão de Nossa Senhora, e fica curada. Os seus dois últimos anos de vida foram os mais atribulados. O sofrimento nascido da tuberculose a faz amadurecer, possibilitando que se identificasse com a paixão de Jesus e as dores de seus irmãos que viviam à margem da vida. Foi beatificada em 29 de abril de 1923 pelo Papa Pio XI e canonizada em 17 de maio de 1925. Teresa escreveu um livro sobre sua vida, a História de uma alma, por imposição de sua superiora, Madre Inês. Mesmo passando a maior parte de sua vida religiosa na clausura de um Carmelo, sua capacidade de unir a espiritualidade contemplativa com sua dimensão apostólica levou-a a ser declarada Padroeira das Missões. Transmitiu a sua experiência evangélica em uma linguagem acessível, mas viva, testemunhando a espiritualidade da vida ordinária e o chamado universal à santidade. Ver tambémReferências
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