Igreja da Escócia
A Igreja da Escócia (em inglês: Church of Scotland, em scots: The Scots Kirk; em gaélico escocês: Eaglais na h-Alba) é uma denominação protestante, de orientação reformada. É a igreja nacional da Escócia, afiliada ao Presbiterianismo. É a maior religião do país por autoidentificação. Em 2011, 1.717.871 pessoas (32% da população da Escócia) se identificaram como membros da denominação, número maior do que qualquer outro grupo religioso do país.[4] Todavia, as estatísticas oficiais da denominação relataram apenas 283.600 membros em 2021, uma vez que a maioria das pessoas que se identifica com a denominação, não é formalmente membro.[3] DefiniçãoOs escoceses chamam-lhe informalmente de The Kirk. A Igreja da Escócia é calvinista e presbiteriana, e não anglicana, pelo que não deve ser confundida com a Igreja da Inglaterra, a Igreja da Irlanda ou a menor Igreja Episcopal Escocesa, sendo que as duas primeiras pertencem à Comunhão Anglicana, e que a menor Igreja Episcopal Escocesa é cristã. Apenas a Igreja da Escócia é uma igreja da Reforma Protestante, sendo esta última uma irmã (e não uma filha) da Igreja da Inglaterra. Não se pode considerar uma "igreja estatal" uma vez que a Igreja da Escócia lutou durante séculos pela conservação da sua independência perante a política. HistóriaA Kirk foi fundada durante a Reforma Protestante por John Knox. Ele baseou as suas doutrinas e governo de acordo com os princípios presbiterianos de João Calvino, com os quais ele tinha tomado contato na sua estadia em Genebra, na Suíça, o centro do protestantismo. Em 1560, o Parlamento Escocês adotou o protestantismo calvinista como a religião do Estado e montou a estrutura da Kirk para o implementar.[5] No entanto, enquanto que o Parlamento escocês apoiava o presbiterianismo, o mesmo não podia dizer do Rei. Nos próximos 100 anos determinados bispos primazes foram impostos à Kirk de tempos a tempos pelo Rei. Em 1638 como protesto contra este tipo de imposições do Rei (da Inglaterra e da Escócia) foi assinado um tratado chamado National Covenant. Os presbiterianos foram perseguidos pelo poder central. Este conflito teria importância na Guerra Civil Inglesa.[5] Em 1690, como resultado da Revolução Gloriosa, foi finalmente conseguido pôr fim às imposições religiosas e salvaguardar a natureza presbiteriana da Kirk. No entanto, a interferência com a Igreja não acabou definitivamente, principalmente quanto à nomeação de sacerdotes. Em 1747 houve uma secessão que pretendeu assegurar "o direito da congregação a selecionar os seus próprios sacerdotes". Em 1843, num evento semelhante, um terço da congregação decidiu sair da Igreja da Escócia para formar a Igreja Livre da Escócia, da qual acabou se dividindo a Igreja Unida Livre da Escócia. Muitas outras subdivisões formaram-se desde então.[5] SímboloO símbolo da Igreja é a sarça ardente acompanhada pela bandeira da Escócia. O seu lema é Nec Tamen Consumebatur, latim para Não se consumia, uma referência ao Êxodo 3.2.[5] DoutrinaA denominação permite a ordenação de mulheres para todos os ofícios da igreja, incluindo como pastoras, presbíteras e diaconisas, desde 1968. A denominação também permite que suas igrejas e ministros celebrem casamentos entre pessoas do mesmo sexo.[6] Demografia
Desde 2000, a denominação sofre severo declínio em seu número de membros. No Censo de 2001, 2.146.251 pessoas (42,4% da população da Escócia) se declararam afiliadas à Igreja da Escócia.[9] Todavia, em 2011, apenas 1.717.871 pessoas (32% da população da Escócia) continuaram se identificando com a denominação.[4] De acordo com os registros oficiais da denominação (que só levam em conta os membros oficialmente registrados), tinha 325.695 membros em 1.353 igrejas em 2019.[8] Em 2021, a denominação relatou ter 283.600 membros, em 1.264 congregações.[3] Relações IntereclesiásticasA denominação é membro do Conselho Mundial de Igrejas,[1] Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas,[2] Comunhão de Igrejas Protestantes na Europa e Conferência das Igrejas Europeias. Em 2018, a Igreja Presbiteriana do Brasil decidiu não continuar o relacionamento de contato ecumênico com a Igreja da Escócia e colocou fim ao relacionamento entre as duas denominações.[10] Em 2022, a Igreja da Escócia assinou uma declaração conjunta com a Igreja Católica Romana, na qual ambas as denominações se reconheceram mutuamente como igrejas cristãs.[11] Membros famososReferências
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