Igor Lintz Maués
Igor Lintz Maués (São Paulo, 8 de dezembro de 1955) é um compositor e instrumentista brasileiro, radicado em Viena desde o final dos anos 80. Estudou composição, música eletroacústica e de computador em São Paulo (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), em Haia (Conservatório Real), em Utrecht (Instituto de Sonologia) e em Viena (Universidade de Música e Artes Cênicas). Seus principais professores foram Willy Corrêa de Oliveira, Gilberto Mendes, Louis Andriessen, Gottfried Michael Koenig e Wilhelm Zobl. Pertence à geração dos compositores Paulo César Chagas, Denise Garcia, Silvia Ocougne, Silvio Ferraz, Flo Menezes e Mikahil Malt, de São Paulo, todos eles envolvidos com música e tecnologia. Em Haia e Utrecht, foi colega de Kees Tazelaar, Armeno Alberts, Barbara Woof e Cort Lippe. Em Viena, de Andrea Sodomka, Elisabeth Schimana, Christoph Herndler, Catalina Peralta e Olga Neuwirth. Nos anos 70, ainda adolescente em São Paulo, estudou arte experimental na Escola de Arte Brasil Dois Pontos (com José Resende, Carlos Fajardo, Luiz Paulo Baravelli e Frederico Nasser), tendo sido colega, entre outros, dos artistas Boi (José Carlos Cezar Ferreira), Mari Pini e Regina Boni. [1] Na década de 1980 foi professor na Universidade Estadual Paulista (UNESP), onde dirigiu o Laboratório de Música Eletroacústica (criado por Michel Philippot e Conrado Silva em 1977). Lá formou, com os alunos, o "Grupo de Música Eletroacústica do IAP", dando concertos em São Paulo, ABC e Santos. Entre seus alunos na UNESP que ocupam hoje lugar de destaque na música eletroacústica brasileira estão Wilson Sukorski, Edson Zampronha, Anselmo Guerra de Almeida e Fernando Iazzetta. Sua dissertação "Música Eletroacústica no Brasil" (1989) tornou-se obra de referência sobre a história dos anos pioneiros dessa música no país.[2] Desde 1991 é professor na área de música eletroacústica e experimental (Instituto ELAK) na Universidade de Música e Artes Cênicas de Viena. Entre os alunos do Instituto ELAK que hoje ocupam lugar de destaque na música experimental austríaca estão Katharina Klement, Volkmar Klien, Franz Pomassl e Hannes Raffaseder. Diversos alunos da nova geração se agrupam numa plataforma chamada "Velak", que organiza regularmente concertos experimentais em Viena.[3] De 1995 a 97, lecionou também na área de design acústico em colaboração com o curso de Peter Weibel na Universidade de Artes Aplicadas de Viena. Desenvolveu igualmente projetos nessa universidade em 2005 e 2006. De 1995 a 2000, foi presidente da Sociedade Austríaca de Música Eletroacústica. Seu livro "Acustica/Elektronischer Frühling - Dokumentation elektroakustischer Musik in Österreich" (1995, com Gerald Trimmel) documenta a situação da música eletroacústica austríaca entre as décadas de 1980 e 1990.[4] Nos anos 90, em Viena, colaborou na área da música eletroacústca com compositores como Krzysztof Penderecki, Iánnis Xenákis e Luc Ferrari. Entre 1997 e 2002, dirigiu o fórum de compositores do ISMEAM - International Summer Meeting of Electroacoustic Music em Sárvár, Hungria. De 2003 a 2009 foi diretor artístico da série de concertos "Klangprojektionen" em Viena.[5] Compositor convidado em diversos estúdios da América Latina e da Europa. Participou de vários concertos e projetos internacionais. Iniciador (em 1999) e membro da "Vienna Noise Orchestra".[6] Há alguns anos sofre de doença de Parkinson, mas mantém-se ativo. Seleção de obras
CuriosidadesEm 1976 formou o grupo musical paulistano Premeditando o Breque, o Premê, juntamente com seus colegas do departamento de música da USP, Biafra / Mário Manga (Mário Augusto Aydar), Marcelo (Antônio Marcelo Galbetti), Claus (Claus Erik Petersen) e Azael (Azael Rodrigues). Igor atuou como intérprete, compositor, mas sobretudo como arranjador (fazendo uma mistura de citações, paráfrases, paródias e versões cover). Ausentando-se do grupo por dois períodos (o primeiro para ir morar numa comunidade agrícola no sul da Bahia e o segundo para se aperfeiçoar em música eletrônica e de computador na Holanda), foi substituído por Wandi ( Wanderley Doratiotto) e depois por Osvaldo (Osvaldo Luiz Fagnani), que permaneceram então no conjunto. Em meados dos anos 80 deixou de ser membro regular, passando a colaborar esporadicamente com o grupo.[7] A Rádio MEC FM - 98.9 MHz levou ao ar em fevereiro e em setembro de 2013, no seu programa "Eletroacústicas", seis transmissões dedicadas a Igor Lintz Maués.[8] Discografia
Referências
Ligações externas |
Portal di Ensiklopedia Dunia