ISO 9000
A ISO 9000 series é um conjunto de normas internacionais para sistemas de gestão de qualidade. Foi desenvolvida em março de 1987 pela Organização Internacional de Normalização. O objetivo destas normas é ajudar as organizações a garantir que atendam às necessidades dos clientes e de outras partes interessadas dentro dos requisitos estatutários e regulamentares relacionados a um produto ou serviço, podendo ser integradas em outros sistemas de gestão.[1] Este conjunto de normas estabelece requisitos que auxiliam a melhoria dos processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o monitoramento do ambiente de trabalho, a verificação da satisfação dos clientes, colaboradores e fornecedores, num processo contínuo de melhoria do sistema de gestão de qualidade. Aplicam-se a campos tão distintos quanto materiais, produtos, processos e serviços. A adoção das norma é vantajosa para as organizações uma vez que lhes confere maior organização, produtividade e credibilidade - elementos facilmente identificáveis pelos clientes -, aumentando a sua competitividade nos mercados nacional e internacional. Os processos organizacionais necessitam ser verificados através de auditorias externas independentes. HistóriaEm março de 1979, o BSI publicou a primeira norma de sistemas de gestão de qualidade do mundo, a BS 5750, como parte de uma resposta às crescentes preocupações sobre a qualidade. A BS 5750 forneceu o modelo para o desenvolvimento da série ISO 9000 em março de 1987, pela ISO.[2][3] No entanto, sua história pode ser rastreada cerca de vinte anos antes disso, para a publicação de normas de compras governamentais, como a norma MIL-Q-9858 do Departamento de Defesa dos Estados Unidos em 1959, e o Def Stan 05–21 e 05–24 do Reino Unido. Grandes organizações que forneciam agências de compras governamentais frequentemente tinham que cumprir uma variedade de requisitos de garantia de qualidade para cada contrato concedido, o que levou a indústria de defesa a adotar o reconhecimento mútuo das normas NATO AQAP, MIL-Q e Def Stan. Eventualmente, as indústrias adotaram a ISO 9000 em vez de forçar os contratados a adotar requisitos múltiplos — e frequentemente semelhantes.[4] Adoção MundialO número de empresas que adotam a certificação ISO 9001 tem crescido mundialmente, conforme mostra as pesquisas do número de empresas certificadas a partir de 2003 em: 2003, 2007, 2008, 2009 and 2010.
Fonte: Pesquisa ISO 9001 (2009) Recentemente nos últimos anos tem havido um grande crescimento na China, que hoje totaliza aproximadamente um quarto das certificações mundiais.
Fonte: Pesquisa ISO 9001 (2010)
Fonte: ISO Survey 2009 ISO 9000:1987Essa primeira norma tinha estrutura idêntica à norma britânica BS 5750, com três especificações para sistemas de gestão de qualidade, cuja seleção foi baseada no escopo de atividades da organização:
ISO 9000:1994Essa norma contem os termos e definições relativos à norma ISO 9001:1994. Não é uma norma certificadora, dos termos e definições da garantia da qualidade. ISO 9001:1994Essa norma tinha a garantia da qualidade como base da certificação. A norma tinha os seguintes requisitos: Esta versão exige muito "papel" em vez da implementação das práticas como exigido pela ISO 9001:2008. ISO 9001:2000Para solucionar as dificuldades da anterior, esta norma combinava as 9001, 9002 e 9003 em uma única, doravante denominada simplesmente 9001:2000. Os processos de projeto e desenvolvimento eram requeridos apenas para empresas que, de fato, investiam na criação de novos produtos, inovando ao estabelecer o conceito de "controle de processo" antes e durante o processo.[5] Esta nova versão exigia ainda o envolvimento da gestão para promover a integração da qualidade internamente na própria organização, definindo um responsável pelas ações da qualidade. Adicionalmente, pretendia-se melhorar o gerenciamento de processos por meio de aferições de desempenho e pela implementação de indicadores para medir a efetividade das ações e atividades desenvolvidas. Mas a principal mudança na norma foi a introdução da visão de foco no cliente. Anteriormente, o cliente era visto como externo à organização, e doravante passava a ser percebido como integrante do sistema da organização. A qualidade, desse modo, passava a ser considerada como uma variável de múltiplas dimensões, definida pelo cliente, por suas necessidades e desejos. Além disso, não eram considerados como clientes apenas os consumidores finais do produto, mas todos os envolvidos na cadeia de produção. ISO 9000:2005Foi a única norma lançada nesse ano, descrevendo os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade que, no Mundo, constituem o objeto da família ISO 9000, e definindo os termos a ela relacionados. É aplicável a organizações que buscam vantagens através da implementação de um sistema de gestão de qualidade; as organizações que buscam a confiança nos seus fornecedores de que os requisitos de seus produtos serão atendidos; a usuários dos produtos; aqueles que têm interesse no entendimento mútuo da terminologia utilizada na gestão da qualidade (por exemplo: fornecedores, clientes, órgãos reguladores); aqueles, internos ou externos à organização, que avaliam o sistema de gestão de qualidade ou o auditam, para verificarem a conformidade com os requisitos da ISO 9001 (por exemplo: auditores, órgãos regulamentadores e organismos de certificação); aqueles, internos ou externos à organização, que prestam assessoria ou treinamento sobre o sistema de gestão de qualidade adequado à organização; e a grupos de pessoas que elaboram normas correlatas. ISO 9000:2008Esta, aprovada no fim do ano de 2008, foi elaborada para apresentar maior compatibilidade com a família da ISO 14000, e as alterações realizadas trouxeram maior compatibilidade para as suas traduções e consequentemente um melhor entendimento e interpretação de seu texto. Outra importante alteração nesta versão foi a sub-cláusula 1.2 que introduz o conceito de exclusões. Esta cláusula permite que requisitos da norma que não sejam aplicáveis devido a características da organização ou de seus produtos sejam excluídos, desde que devidamente justificados. Desta forma, garante-se o caráter genérico da norma e sua aplicabilidade para qualquer organização, independente do seu tipo, tamanho e categoria de produto. ISO 9001:2015[6]A nova versão foca nos resultados do modelo de negócio e como eles aumentam a satisfação das partes interessadas em seu contexto sócio-organizacional, principalmente seu grupo de clientes. Por ser de ampla aplicação, a nova versão foi redigida de forma mais genérica e mais fácil de compreensão, principalmente para os prestadores de serviços. Neste sentido, foram eliminados os requisitos para elaboração do Manual da Qualidade e para a nomeação do Representante da Direção. O conhecimento organizacional passa a ser um requisito para o planejamento estratégico da empresa, bem como a identificação das partes interessadas no contexto da organização, suas necessidades e expectativas, para determinação dos requisitos que possam impactar o planejamento e implementação do Sistema de Gestão de Qualidade e seu modelo de negócios. A interpretação do contexto externo e sua relação com as partes interessadas passam a ser o ponto de partida para a concepção do modelo de negócios e suas estratégias derivadas. O Sistema de Gestão de Qualidade deve ser consistente com a missão, visão, valores e com o direcionamento estratégico da empresa, o qual não pode estar desalinhado do contexto organizacional. Ênfase na liderança e comprometimento da Alta Direção, impondo novas responsabilidades, como no planejamento e gestão sobre mudanças, conhecimento da própria norma e prestação de contas sobre a eficácia do sistema, ou seja, que o Sistema de Gestão de Qualidade traga os resultados sustentáveis à organização. Integração do sistema com a abordagem de processo (enfatiza o que já era prescrito em todas as versões anteriores). Isto significa entender como os elementos da cadeia de valor da organização se beneficiam mutuamente formando elos incomparáveis, os quais, por sua vez, beneficiam e agregam valor à cadeia de valor de seus clientes e outras partes interessadas. Enfatizada a abordagem de mentalidade de risco, no planejamento, implementação e mudanças do Sistema de Gestão de Qualidade, como forma estruturada do pensamento preventivo, o que era muito mal-entendido, avaliado e conduzido pelas empresas, quando da implementação do antigo requisito 8.5.3 (ações preventivas). Mentalidade de Risco [1] é considerar as incertezas que tenham efeito na conformidade dos produtos e serviços. Critérios para a normalizaçãoAs normas foram elaboradas por meio de um consenso internacional acerca das práticas que uma empresa deve tomar a fim de atender plenamente os requisitos de qualidade total. A ISO 9001 não fixa metas a serem atingidas pelas organizações a serem certificadas; as próprias organizações são quem estabelecem essas metas. Uma organização deve seguir alguns passos e atender a alguns requisitos para serem certificadas. Dentre esses podem-se citar:
Um "produto", no vocabulário da ISO, pode significar um objeto físico, ou serviço, ou software. A International Organization for Standardization publicou em 2004 um artigo que dizia: "Atualmente as organizações de serviço representam um número grande de empresas certificadas pela ISO 9001:2000, aproximadamente 31% do total".[7] Os elementos da ISO 9001:2015A revisão 2015 foi estruturada em cláusulas dispostas em semelhança aos das normas de gestão ambiental ISO 14001:2015 e de gestão de saúde e segurança ocupacional ISO 45001:2018, sendo, desta forma, estabelecidas para facilitar às empresas a integração desses outros dois sistemas, se assim for optado pela organização. As cláusulas estão assim dispostas: 1 – Escopo 2 – Referências normativas 3 – Termos e definições 4 – Contexto da organização 5 – Liderança 6 – Planejamento 7 – Apoio 8 – Operação 9 – Avaliação de desempenho 10 – Melhoria Anexo A - (Informativo) Esclarecimento da nova estrutura, terminologia e conceitos. Anexo B - (Informativo) Outras Normas sobre gestão da qualidade e sistemas de gestão da qualidade desenvolvidas pelo ISO / TC 176. Terminologia
CertificaçãoA ISO não certifica organizações diretamente. Numerosas entidades de certificação existem para auditar organizações e, sob sucesso, emitir o Certificado de Conformidade ISO 9001. Resumo em linguagem informalOs elementos descritos abaixo são alguns dos aspectos a serem abordados pela organização no momento da implementação da ISO 9001:2008, lembrando sempre que alguns desses requisitos variam de acordo com o tamanho e ramo de atividade da empresa. Deve ser feita a análise de todo o processo e garantir a normalização, monitoramento e documentação de todo o processo que tem influência no produto.
No BrasilO Brasil está no grupo dos países que mais crescem em número de certificações em 2010, com aumento de 4.009 certificações, logo atrás da Itália (8.826), Rússia (9.113) e China (39.961) que lidera o grupo. Fonte: Pesquisa ISO 9001 (2010). A família de normas ABNT NBR ISO 9000:1994 (9001, 9002 e 9003) foi cancelada e substituída pela série de normas ABNT NBR ISO 9000, que é composta de três normas:
Não existe certificação para as normas ABNT NBR ISO 9000:2000 e ABNT NBR ISO 9004:2010. Em Portugal
PBQP-HO Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade - Habitação foi criado em 1991 com a finalidade de difundir os novos conceitos de qualidade, gestão e organização da produção de habitações, indispensável à modernização e competitividade das organizações brasileiras de construção civil. O programa foi reformulado a partir de 1996, para ganhar mais agilidade e abrangência setorial. Desde então vem procurando descentralizar as suas ações e ampliar o número de parcerias, sobretudo com o setor privado. Para fortalecer essa nova diretriz no âmbito do setor público, e envolver também os Ministérios setoriais nessa cruzada, o Governo brasileiro delegou a Presidência do Programa ao Ministério das Cidades. Ver também
Referências
Ligações externasImplantação e Certificação ISO 9001Organizações de normalização
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