Humpame

Humpame (em fon, Hunkpame) [1] é um templo ou convento dedicado ao culto vodum. Significa, literalmente, o lugar onde está a divindade (hun), ou seja, o local de culto, segundo a tradição fon.[2]

É chefiado por um sacerdote ou sacerdotisa-chefe residente, à frente de vários auxiliares fixos, cujo número pode aumentar nas ocasiões de culto e iniciação. Os neófitos chegam a viver quase um ano no humpame até que atinjam a condição de vodunces, e suas respectivas famílias venham resgatá-los, simbolicamente.[3]

Dentro do humpame, fala-se uma ou mais línguas sagradas, como o hùngbè ou humbê, conforme seja o vodum principal que é ali cultuado. O humbê se compõe do próprio fon e seus dialetos,[4] mesclado com idiomas vizinhos como o gem (mina), o nagô (iorubá), o bariba, etc. e é um tabu falar em humbê fora do humpame.

A palavra humpame significa 'roça' ou 'sítio', na língua jeje-fon, um espaço sagrado onde se encontra o kwé (ou cué), a casa de culto ao vodum.[5]

Referências

  1. Lopes, Helena Teodoro (1988). «Religiões negras no Rio de Janeiro». Rio de Janeiro. Estudos Afro-Asiáticos. 15: 96 
  2. A denominação dos locais de celebração dos cultos afro-brasileiros, pode variar. Esses locais podem ser chamados genericamente de 'terreiros' mas, se a tradição for Iorubá, serão chamados Ilê Axé; se a tradição for Fon, Humpame, Abassá ou Kwé; se for Angola, podem chamar-se N’inzo. Ver: Rego, Luiz Felipe Guanaes; Fonseca, Denise Pini Rosalem da; Giacomini, Sônia Maria. Cartografia Social de Terreiros no Rio de Janeiro. Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio, 2014, p. 8.
  3. Line, A. TARDE On. «Terreiro Vodun Zo Kwe é tombado pelo município». Portal A TARDE. Consultado em 25 de outubro de 2020 
  4. Castro, Yeda Pessoa Das línguas africanas ao português brasileiro. Afro-Ásia, nº 14, 1983, pp 81-106. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Centro de Estudos Afro-Orientais. Universidade Federal da Bahia.
    Citação: "Entre os bacongo (sul do Congo, região do Baixo Zaire e norte de Angola), Laman e Galland falam do ndembo, enquanto Segurola define o hungbe (lit. 'língua da divindade'), entre os fon do Benin, como língua ritual que resulta da mistura convencional de vários dialetos africanos, com predominância da língua que se acredita ser da competência nativa do 'vodun', ou, como no candomblé, da 'nação do santo'."
  5. Dicionário (fongbé): 'Vodúnxwé/kwé': casa onde se cultua o vodun.
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