Homem de LindowO Homem de Lindow, também conhecido como Lindow II e popularmente como Pete Marsh,[nota 1] é uma múmia preservada num pântano de turfa, em Lindow Moss, perto de Wilmslow, em Cheshire no Noroeste da Inglaterra. O corpo foi encontrado em 1 de agosto de 1984 por apanhadores de turfa. O Homem de Lindow não é o único corpo que foi encontrado no pântano; a Mulher de Lindow foi descoberta no ano anterior, tal como outras partes de corpos. O achado, descrito como "uma das descobertas arqueológicas mais significativas dos anos 1980",[1] causou grande sensação nos meios de comunicação, e motivou o estudo dos corpos mumificados nos pântanos britânicos, o qual tinha sido colocado de lado comparativamente aos do restante da Europa. Quando morreu, o Homem de Lindow era saudável, teria pouco mais de 20 anos de idade e teria pertencido a uma classe mais elevada dada a falta de indícios de trabalho pesado ou duro. A razão para a sua morte não é conhecida dada a forma violenta como morreu, talvez num ritual: depois de uma última refeição de pão torrado, ele foi estrangulado, levou uma pancada na cabeça e cortaram-lhe a garganta. A datação do corpo tem sido problemática, mas julga-se que o Homem de Lindow foi colocado no pântano, de cara para baixo, entre 2 a.C. e 119 d.C., na Idade do Bronze ou no período romano-britânico. O corpo tem sido mantido por liofilização e está em exposição permanente no Museu Britânico, embora, pontualmente, seja exposto em outros locais como o Museu de Manchester. ContextoO Pântano de Lindow é um paul de turfa situado em Mobberley, Cheshire, que tem sido utilizado como terreno comum desde a Idade Média. A sua origem data da última idade do gelo, e é um de muitos pântanos desta natureza no nordeste de Cheshire e no Rio Mersey que se formaram em espaços vazios deixados pelo gelo derretido.[2] As investigações efetuadas ainda não descobriram vestígios da presença humana, como aldeamentos ou agricultura, na zona de Lindow, que tivessem sido da mesma época do Homem de Lindow; contudo, a análise de pólen na turfeira sugere que houve algum cultivo na proximidade.[3] Com uma extensão original de 600 hectares, o pântano tem vindo a diminuir de área, encontrando-se com cerca de um décimo do que tinha. A região de Lindow é uma zona perigosa; um escritor do século XVII registrou o afogamento de várias pessoas. Durante séculos, a turfa de Lindow foi utilizada como combustível, e continuou a ser extraída, manualmente, até aos anos 1980, altura em que passou a ser mecanizada.[4] Devido à sua natureza úmida e à sua acidez, o Pântano de Lindow produz um tipo de turfa que preserva bem os corpos, permitindo uma melhor análise. Estes tipos de pântanos encontram-se no norte de Inglaterra e estendem-se para sul até às Midlands. O Homem de Lindow é um dos 27 corpos descobertos nessa área.[5] Mulher de LindowNo dia 13 de maio de 1983, dois trabalhadores da turfeira de Lindow, Andy Mould e Stephen Dooley, descobriram um objeto estranho — do tamanho de uma bola de futebol—na máquina de triturar turfa. Pegaram no objeto para verificar o que era, dizendo, na brincadeira, que era um ovo de dinossauro. Depois de retirada a turfa à volta do objeto, viram que era uma cabeça humana em decomposição, com apenas um olho e algum cabelo ainda intactos.[6] Os analistas forenses identificaram o crânio como pertencendo a uma mulher europeia, com uma idade compreendida entre 30 a 50 anos.[7][8] Inicialmente, a polícia pensou tratar-se do crânio de Malika Reyn-Bardt, que tinha desaparecido em 1960, um caso que continuava a ser investigado.[9] O seu marido, Peter Reyn-Bardt, que estava preso por outro crime, tinha dito que tinha assassinado a sua esposa e tinha-a enterrado no jardim da sua casa, o qual ficava no limite da área do pântano, onde estava a ser recolhida a turfa. O jardim foi examinado, mas não encontraram nenhum corpo. Quando Reyn-Bardt foi confrontado com a descoberta do crânio de Lindow, ele confessou que tinha matado a sua esposa.[8] Mais tarde, o crânio foi sujeito a datação por radiocarbono, a qual revelou que a cabeça tinha cerca de 2000 anos. A"Mulher de Lindow ", como ficou conhecida, datava do ano 210 d.C..[9] Esta nova informação foi conhecida antes de Reyn-Bardt ir a tribunal, mas acabou por ser condenado devido à sua confissão.[8] A descobertaUm ano mais tarde, outra descoberta macabra foi feita em Lindow Moss, a apenas 250 m a sudoeste da Mulher de Lindow. A 18 de agosto de 1984, Andy Mould, que tinha estado envolvido na descoberta da Mulher de Lindow, apanhou, pensava ele, um pedaço de madeira com a máquina de recolher turfa,[10] e atirou-o ao seu colega de trabalho, Eddie Slack. Quando o objeto caiu no chão, a turfa separou-se dele revelando um pé humano. Chamaram a polícia e o pé foi levado para análise.[4] Rick Turner, arqueólogo de, foi informado da descoberta e acabou por descobrir o resto do corpo,[11] que mais tarde se designaria por o Homem de Lindow.[12] Alguma da pele ficou exposta e começou a decompor-se; para prevenir essa deterioração, cobriram o corpo com turfa. A escavação total do bloco de turfa onde o corpo se encontrava foi realizada a 6 de agosto. Até ser datado, o corpo foi levado para o Hospital do Concelho Distrital de Macclesfield, para ser guardado.[11] Como o corpo de Malika Reyn-Bardt ainda não tinha sido encontrado, pensou-se que este podia ser o dela, até ser verificado que era de um homem e ter sido datado.[8] Os donos da área onde o Homem de Lindow foi encontrado doaram o corpo ao Museu Britânico e, a 21 de agosto, foi transportado para Londres.[13] Naquela altura, o corpo recebeu o nome de "Pete Marsh" (uma troca de palavras com "peat (turfa) marsh") dado pelos radiologistas do Hospital de Middlesex, e adotado pelos jornalistas locais.[14] Como o seu estado de preservação era o melhor até agora encontrado no Reino Unido, a sua descoberta causou furor nos meios de comunicação. Foi apontado como um dos melhores achados arqueológicos da década de 1980.[1] O achado foi comunicado durante a segunda semana de investigações. Um documentário da Q.E.D. sobre o Homem de Lindow transmitido pela BBC, foi visto por cerca de 10 milhões de espectadores.[15] O nome oficial do Homem de Lindow é Lindow II pois existe outro da mesma área: Lindow I (Mulher de Lindow)[16] refere-se a um crânio humano; Lindow III a um "corpo fragmento sem cabeça "; e Lindow IV à parte de cima de uma coxa de um homem adulto, talvez do Homem de Lindow.[17] Depois da descoberta, as escavações arqueológicas foram suspensas até 1987. A 6 de Fevereiro de 1987, foi encontrado um grande pedaço de pele. A descoberta foi deixada pela polícia para os arqueólogos. Foram encontrados mais de 70 bocados do Lindow III. Embora o osso não estivesse tão bem preservado como o do Homem de Lindow, os tecidos apresentavam um melhor estado de preservação.[18] A última descoberta estava relacionada com o Lindow IV, em 14 de junho de 1988., e compunha-se parte da perna esquerda e nádegas, a 15 m a oeste onde foi encontrado o Homem de LIndow. Cerca de três meses depois, a 12 de setembro, encontraram uma coxa direita no balde de um trabalhador. A proximidade da descoberta, e o facto dos restos humanos serem de um homem adulto, significa que, provavelmente, o Lindow IV é o Homem de Lindow.[19] Restos mortais e investigaçãoA descoberta do Homem de Lindow representou o primeiro corpo bem conservado por turfa encontrado no Reino Unido; o seu estado era comparável ao do Homem de Grauballe e Homem de Tollund da Dinamarca. Antes do Homem de Lindow, estimava-se ter-se encontrado 41 corpos em Inglaterra e País de Gales, e 15 na Escócia. Encorajado pela descoberta do Homem de Lindow, uma lista foi compilada e revelou um número muito maior de corpos: mais de 85 em Inglaterra e mais de 36 na Escócia. Antes da descoberta em Lindow Moss, os corpos britânicos não tinham a atenção que os exemplares europeus tinham. O interesse causado pelo Homem de Lindow levou a uma pesquisa mais aprofundada de relatos de descobertas em turfeiras desde o século XVII; por volta de 1995, os quantitativos passaram para 106 em Inglaterra e País de Gales e 34 na Escócia. Os restos de corpos abrangiam um período grande de tempo.[20] Quando vivo, o Homem de Lindow media entre de 1,68 e 1,73 cm de altura e pesava cerca de 60 kg. Foi possível determinar que quando morreu teria entre 20 e 30 anos de idade. O corpo apresentava barba, bigode e patilhas de cabelo castanho, tal como dentes saudáveis sem cáries aparentes, e unhas arranjadas, indicando que não efetuava qualquer tipo de trabalho duro ou pesado. O cabelo do Homem de Lindow apresenta a coloração vermelha devido às alterações químicas causadas pelo pântano onde esteve enterrado; no entanto, o seu cabelo era, provavelmente, castanho escuro. Quando foi encontrado, o Homem de Lindow estava nu, usando apenas uma braçadeira de pele de raposa.[21] Quando morreu, sofria de osteoartrite ligeira e tinha vermes nos intestinos e lombrigas.[22] Como resultado da descalcificação dos ossos e da pressão exercida pela turfa, o seu crânio estava achatado.[23] Se é habitual que os restos humanos contenham ADN, os pântanos de turfa, como o de Lindow Moss, alteram a composição dos corpos, não sendo fácil que se consiga extrair ADN do Homem de Lindow.[24] O Homem de Lindow e o Lindow III tinham grandes quantidades de cobre na sua pele. A causa é incerta pois pode ter havido causas naturais, embora um estudo realizado por Pyatt et al tivesse sugerido que os corpos talvez tivessem sido pintados com um pigmento à base de cobre.[25] Para testar esta hipótese, foram retiradas amostras de pele de sítios onde pudesse estar pintada, e comparadas com outra que, em princípio, não estavam pintadas. Foi verificado que a pele do tronco tinha níveis mais elevados de cobre, sugerindo que a teoria de Pyatt et al podia estar certa.[26] De forma semelhante, foram encontradas partícula verdes no cabelo, que se pensou ser de um pigmento com cobre utilizado para fins decorativos. No entanto, chegou-se à conclusão de que era uma reação entre queratina do cabelo e a acidez do pântano.[21] Datar o Homem de Lindow é uma questão problemática pois as amostras do seu corpo e a turfa que o rodeava deram resultados com um intervalo de 900 anos. Embora a turfa que envolvia tivesse dado um resultado de cerca de 300 a.C., o Homem de Lindow tem uma data diferente.[27] Os primeiros testes realizados em laboratórios diferentes mostraram resultados muito diferentes para o corpo; testes posteriores sugerem uma data entre 28 a.C. e 119 d.C.[28][29] A tendência generalizada é situar o Homem de Lindow na Idade do Ferro, em vez do período Romano, com base na teoria de que a sua morte pode ter sido o resultado de um uma execução ou sacrifício.[29] Várias são as explicação para o facto de a turfa em que o corpo foi encontrado ser muito mais antiga. O arqueólogo P. C. Buckland sugere que, como a estratigrafia da turfa aparenta não ter sido mexida, o Homem de Lindow poderá ter sido colocado num buraco com mais de 300 anos naquela altura.[30] O geógrafo K. E. Barber não concorda com esta teoria, afirmando que o sítio onde o corpo foi colocado era pouco profundo, e sugere que a turfeira poderá ter sido escavada para permitir o enterro, e tapada de novo, deixando, assim, a estratigrafia aparentemente intacta.[31] A sua última refeição foi conservada no seu estomago e intestinos, e foi analisada em detalhe.[32] Esperava-se que as investigações ao conteúdo do seu estômago revelassem a dieta da época, tal como tinha acontecido nos casos do Homem de Grauballe e do Homem de Tollund, na década de 1950. A análise ao conteúdo do aparelho digestivo dos corpos dos pântanos tornou-se um dos principais empenhos da investigação dos restos encontrados.[33] A análise dos grãos encontrados, mostraram que o homem se alimentava de cereais. Comeu, provavelmente, pão queimado, embora o queimado possa ter sido resultado de um ritual em vez de um incidente.[34] Foi, também, encontrado pólen de visco no seu estômago, indicando que o homem pode ter morrido em março ou abril.[35] Uma das conclusões dos estudos foi o facto de os indivíduos que foram enterrados no pântano de Lindow podem ter tido uma dieta alimentar menos variada que os seus contemporâneos Europeus.[36] De acordo com Jody Joy, curador da colecção da Idade do Ferro no Museu Britânico,[37] a importância do Homem de Lindow tem mais ver em como ele viveu, e não como morreu, pois as circunstâncias da sua morte podem nunca ser estabelecidas.[38] MorteÀ medida que a turfa era retirada do seu corpo no laboratório, foi ficando mais claro que o homem terá sofrido uma morte violenta. Os traumatismos incluíam um corte em forma de “V” de cerca de 3,5 cm no topo da sua cabeça; uma possível ferida na parte de trás da cabeça; marcas de ligaduras no seu pescoço, onde foi encontrada uma corda; uma provável ferida do lado direito do pescoço; uma possível facada na zona superior direita do peito; pescoço partido; e uma costela partida. Uma xerorradiografia revelou que o golpe no alto da cabeça foi causada por um objeto relativamente cego; fraturou o crânio empurrando fragmentos de osso para o cérebro. Os inchaços à volta da ferida indicam que o Homem de Lindow sobreviveu à pancada. O golpe, possivelmente de um pequeno machado, terá provocado o seu desmaio, mas terá ficado vivo durante mais umas horas. As marcas no seu pescoço foram causadas pelo apertar de uma corda feita de tendão, possivelmente um garrote.[39] No caso de alguns ferimentos, como os encontrados na parte de trás do crânio, não é possível saber se foram infligidos antes ou depois da sua morte devido ao estado de decomposição do corpo. É, também, o caso da ferida no peito.[40] O corte no lado direito do pescoço pode ter resultado do facto de o corpo ter começado a inchar, causando a separação da pele; contudo, as entradas lisas da ferida sugerem que esta terá sido feita com um instrumento afiado como uma faca.[41] As marcas de corda no pescoço poderão ter sido feitas já depois de morto. Em algumas interpretações para a morte do Homem de Lindow, o tendão foi utilizado como garrote para partir o seu pescoço. Contudo, Robert Connolly, um técnico em antropologia física, sugere que o tendão era um ornamento e que as marcas de ligaduras podem ter sido causadas com o inchar do corpo quando foi enterrado. A fratura da costela também pode ter ocorrido depois de morto, talvez durante a descoberta do corpo.[42] A fratura do pescoço pode ter sido a causa da sua morte, seja ela causada pela corda de tendão ou por pancadas na parte de trás da cabeça.[43] Depois de morrer, o Homem de Lindow foi enterrado no pântano de cara para baixo.[44] InterpretaçãoO cientista alemão Alfred Dieck estima que existem mais de 1.860 corpos conhecidos sepultados em pântanos na Europa.[45] O arqueólogo Don Brothwell considera que muitos dos corpos mais antigos necessitam de ser re-examinados com técnicas modernas, tal como aquelas utilizadas na análise do Homem de Lindow. O estudo destes corpos, incluindo o do pântano de Lindow, contribuiram para um conhecimento mais alargado dos seus restos mortais bem preservados, ajudando ao desenvolvimento de novos métodos na análise e investigação.[46] A utilização de métodos sofisticados como Tomografia computadorizada (TAC - Tomografia axial computorizada), foi um marco nas investigações dos corpos de Lindow. Este tipo de exame permite a reconstrução do corpo e análise interna.[36] Dos 27 corpos recuperados das turfeiras de Inglaterra e País de Gales, apenas sobreviveram o de Lindow e do Homem de Worsley, e um sapato de outro corpo. Os restos mortais datam de um período compreendido ente os séculos I e IV. As investigações feitas aos outros corpos têm por base descrições modernas das descobertas.[47] As provas físicas permitem uma reconstrução geral de como terá sido morto o Homem de Lindow, embora não haja concordância em alguns detalhes, mas não explicam o porquê da sua morte.[48] Na região Noroeste de Inglaterra, não existem muitos indícios de atividade religiosa ou ritual no período da Idade do Ferro. Os indícios existentes são artefatos recuperados das turfeiras.[49] Os enterros da Idade do Ferro, naquela região, são caracterizados por sepultar os corpos de forma encolhida, algumas vezes com objetos pessoais. Embora datados de meados do século I, o tipo de enterro do Homem de Lindow era mais usual no período pré-histórico.[50] No final do século XX, era generalizada a ideia de que os corpos dos pântanos que tivessem feridas no pescoço ou na cabeça, tinham passado por um ritual. Estes corpos eram associados às culturas germânica e céltica, em particular no culto da cabeça.[51] De acordo com Brothwell, o Homem de Lindow terá sido morto de uma forma exagerada e extravagante, para um corpo de um pântano, e terá, possivelmente, um significado ritualístico.[52] Os arqueólogos John Hodgson e Mark Brennand sugerem que os corpos dos pântanos poderão ter estado relacionados a alguma prática religiosa, embora esta opinião divida os académicos e,[49] no caso do Homem de Lindow, ainda se discute se a sua morte terá sido por assassinato ou por ritual.[50] Anne Ross, uma especialista da religião da Idade do Ferro, propôs que a sua morte foi um exemplo de sacrifício humano e que a "morte tripla" (garganta cortada, estrangulamento e pancada na cabeça), foi uma oferenda a diferentes deuses.[53] O período alargado para a morte do Homem de Lindow (século II a.C. a 119 d.C.), significa que morreu depois de os Romanos terem conquistado o Norte de Inglaterra no ano 60 d.C. Com a extinção dos sacrifícios humanos pelos Romanos, surgiram novas possibilidades para a sua morte;[28] esta nova realidade foi defendida por Ronald Hutton, que contestou a interpretação da morte por sacrifício.[54] Connolly sugere que, como o Homem de Lindow foi encontrado nu, pode ter sido vítima de um assalto violento.[43] Joy afirma que "ainda não se decidiu sobre a natureza destes corpos, se eram aristocratas, padres, criminosos ou estrangeiros, se morreram de forma pacífica ou se foram executadas – e Lindow era um local muito remoto, naqueles dias, um local pouco provável para uma emboscada ou assassinato".[38] ConservaçãoHavia o receio de que o corpo do Homem de Lindow se começasse a decompor depois de ter sido retirado da turfeira, após ter sido lá preservado durante 2 000 anos. Foram, então, tomadas medidas para assegurar a sobrevivência dos restos. Depois se terem rejeitado alguns métodos de conservação, escolheu-se a congelação em seco. O corpo foi coberto com um líquido com 15% de polietilenoglicol 400 e 85% de água para prevenir que o corpo se distorcesse. Seguidamente, o corpo foi congelado e o gelo vaporizado para evitar que o Homem de LIndow não encolhesse. Por fim, foi colocado num dispositivo especialmente construído para efeito, feito de AVAC, a uma temperatura constante de 20 ºC e uma umidade de 55%.[55][56][57] O local permanente do Homem de Lindow é o Museu Britânico, embora, antes de o seu corpo ser para lá levado, um grupo de cidadãos do Noroeste de Inglaterra organizou uma campanha para manter o corpo em Manchester.[58] O corpo esteve em exposição, temporariamente, em outros locais: no Museu de Manchester (de abril a dezembro de 1987, março a setembro de 1991),[1] e abril de 2008 a abril de 2009); e no Museu Great North, em Newcastle (de agosto a novembro de 2009).[59] A exposição de 2008–09, em Manchester, intitulada Lindow Man: A Bog Body Mystery Exhibition at the Manchester Museum, ganhou o prémio para a categoria "Best Archaeological Innovation" nos Prémios Arqueológicos Britânicos de 2010, realizado pelo Conselho para a Arquelogia Britânica.[60] A exposição do corpo do Homem de Lindow tem sido controversa: o seu corpo tem sido tratado mais como um objecto do que como uma pessoa, levando algumas pessoas, como a neo-druida Emma Restall Orr, a questionar se o corpo devia ser exposto.[61] Ver tambémNotas
Referências
Bibliografia
Ligações externas
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