Hissène Habré
Hissène Habré (em árabe tchadiano: حسين حبري ; Faya-Largeau, 13 de agosto de 1942 – Senegal, 24 de agosto de 2021) foi um político chadiano, pertencente aos tubus, do clã Anakaza. Foi presidente do seu país [1] entre 1982 e 1990. Habré chegou ao poder através de um golpe de estado, com o apoio dos governos da França e dos Estados Unidos,[2] que lhe forneceram armas, ajuda financeira e treinamento militar para suas tropas.[3] Deposto em 1.º de dezembro de 1990, através de um golpe de estado liderado pelo general Idriss Déby, Habré refugiou-se no Senegal[4]. Condenado à revelia por um tribunal de Ndjamena, recebeu a pena de morte por crimes contra a humanidade, crimes de guerra e atos de tortura[5]. A Corte Internacional de Justiça decidiu, em 20 de julho de 2012[6] que o Senegal havia faltado com suas obrigações internacionais e ordenou às autoridades senegalesas que julgassem Habré ou o extraditassem para a Bélgica[7]. O processo foi afinal aberto em Dakar, no dia 20 de julho de 2015,[8]sendo a primeira utilização da competência universal no continente africano.[9] Em 30 de maio de 2016, Habré foi julgado culpado por crimes contra a humanidade, tendo sido sentenciado à prisão perpétua. Pesavam sobre ele acusações de estupro, escravidão sexual e desaparecimentos forçados, além da matança de quarenta mil pessoas.[10] BiografiaHissène Habré assumiu o poder em 1982, depois de derrubar Goukouni Oueddei, que havia vencido as eleições. É amplamente aceito que ele tenha recebido apoio da CIA, por ser considerado como um baluarte contra a Líbia de Gaddafi, que, no final de 1980, tinha enviado tropas e tanques para o Chade em apoio ao então presidente Oueddei. Enquanto a Líbia apoiava Oueddei, a França apoiava Habré com armas e tropas. Depois que os líbios se retiraram, em 1981, a pedido do próprio Oueddei, Hissène Habré deu o golpe de estado, em meio a uma guerra contra a Líbia, agora pela disputa da faixa de Aouzou, uma área rica em minerais. Com o apoio dos Estados Unidos e da Fança, as forças de Habré conseguem finalmente expulsar os líbios em 1987.[11] Seu governo se caracterizou por uma continua violação dos direitos humanos e foi classificado pela ONG Human Rights Watch como o "Pinochet da África".[12] Durante seu governo, estima-se que quarenta mil pessoas tenham sido assassinadas por sua temível polícia política, a Direction de la documentation et de la sécurité (DDS ).[13] Após ser deposto, Habré estabeleceu-se no Senegal.[14] JulgamentoNo dia 20 de julho de 2015, Habré foi levado a julgamento em Dacar, no Senegal, por crimes contra a humanidade durante seu governo. Foi acusado também de manter escravas sexuais.«The Trial of Hissène Habré» (em inglês), Human Rights Watch. Até o final de outubro, o julgamento ainda não havia terminado, estimando-se que estaria ainda na metade. A Human Rights Watch considera o ex-presidente um ditador.[15] No dia 27 de maio de 2016, em julgamento realizado no Senegal, Habré foi considerado culpado de crimes contra a humanidade e sentenciado à prisão perpétua. As acusações incluíam execuções sumárias, tortura e estupro ocorridos entre 1982 e 1990, a comissão investigadora concluiu que o governo o governo de Habré foi responsável por quarenta mil assassinatos.[16] MorteHabré morreu em 24 de agosto de 2021, aos 79 anos de idade, no Senegal.[17] Referências
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